Recebo dezenas de e-mails diariamente a perguntar como está o meu amor e porque é que não tenho falado do estado dele ultimamente, é porque se calhar já deve estar bem (não está, ficam desde já a saber), e já não precisas de apoio, não é?, tu és muito espertinha, só quando estás mal é que te vens para aqui lamentar, depois quando estás bem já não nos contas nada. Pois é. Pois, pois.
Eu tenho um problema grave e do qual me culpabilizo desde a semana passada que é, quando estou desesperada, mesmo desesperada, abro o meu coração e tudo o que tiver lá dentro a todos. Foi o que aconteceu na semana passada. Foi um erro. Um erro total. Crasso. Já tinha aprendido isso ao longo do tempo que tenho o blogue. Mas voltei a cometer o mesmo erro. Por isso a culpa disto é exclusivamente minha. Porque já percebi que é um erro total abrirmos aqui o nosso coração. E falarmos da nossa vida sem mistérios, sem nada. Sobretudo da amorosa.
Porque, apesar de haver noventa e nove por cento de pessoas que lêem o blogue, bem formadas e que me querem realmente muito bem, há sempre o tal um por cento que não, tal como em outros blogues com um elevado número de visitas. É triste, mas é a realidade.
Essas pessoas consomem-nos por quererem saber pormenores. Quem é, o que faz, o que lhe aconteceu, foi doença, foi acidente, é isto, é aquilo, há quanto tempo se conhecem, qual é o blogue dele??.... Essas pessoas sugam-nos a vida. Andam por aí de blogue em blogue a tentar saber quem é o amor da Kitty Fane. E a mandar palpites acerca deste e daquele. Ah se calhar é este, não, se calhar é aquele. Julgam-nos sem nos conhecerem. Enfim. E se há quem goste disso, eu não. Odeio.
Por isso, lamento, sobretudo pelas pessoas de bem que são a sua maioria, e a quem agradeço realmente, mas não posso deixar que isso aconteça. Já tenho muitos problemas, para ganhar mais um. Neste momento não tenho sequer vontade de falar mais aqui desse assunto, porque não quero voltar a ver a minha vida espremida por aí. Logo que tenha, se a voltar a ter, volto a falar. Agora não.
De qualquer modo, logo que as coisas melhorem, hão-de melhorar com certeza, e por respeito às pessoas que realmente se preocuparam e que pediram tanto para que tudo corresse bem, eu virei aqui dar-vos a boa notícia. Até lá, dou por encerrado o assunto.
Logo que possa, vou responder a todos os e-mails tão queridos que me têm enviado. Obrigada. Vocês foram realmente importantes.