quinta-feira, 14 de maio de 2009

Antigamente pedia-se namoro, hoje em dia pede-se para viver junto # 2


Amanda Peet e o filho

Depois andam ali uns meses, quando não são semanas, a viver aquele amor intensamente. Nasce um filho. E começam a surgir os problemas. Daí até ao divórcio é uma questão de meses ou de anos. Porque não estão para se chatear. Porque afinal descobriram que o vizinho do lado é mais bonito e toca a viver novamente um amor intenso com ele e bora lá mandar vir mais um filho que isto fica giro é com muitas crianças e há que contribuir para a natalidade. Nunca como agora esteve tão na moda ter filhos. Dantes era mais ou menos uma obrigação, era o percurso natural da vida, era um desejo dos pais. Hoje em dia é quase uma moda. As criancinhas são mais ou menos como um adereço. (Sim, estou a generalizar, como é óbvio). Uma criancinha gira, fica sempre bem no retrato. Mesmo que passe os dias inteiros com uma ama. Mesmo que não tenha atenção nenhuma. Por isso, este tipo de pessoas mal se junta com alguém tem logo um filho.

E perguntam vocês, o que tenho eu a ver com isso, já que cada um sabe da sua vida?

Pois sabe, mas eu também sei que cada vez mais aparecem crianças com problemas mal resolvidos por conta de divórcios. Ou porque o pai já tem filhos com outra e já não lhes dá atenção nenhuma (acreditem, este é o mais comum). Ou porque as crianças são autênticos reizinhos habituados a monopolizar o pai e a mãe que, com receio de ficarem mal vistos perante o outro progenitor, cedem mais do que deviam. Ou porque a mãe anda sempre em noitadas e em fins-de-semana fora com o novo namorado, e o filho está sempre despejado em casa dos avós ou com a ama. Ou porque as crianças servem de armas de arremesso entre os pais que cortaram relações por completo.

É certo que nem todos os filhos de pais divorciados têm problemas, claro que não, a maior parte deles não os tem, mas há uma grande fatia de crianças que sentem esta instabilidade, esta ausência de valores e de rotinas. Eu sei, que lido com eles diariamente.

33 comentários:

Amora disse...

Pois...o importante é saber encontrar o equilíbrio.
Eu mantive-o tão bem...que vou voltei novamente para o pai da minha filha!

B. disse...

Não posso concordar. Em primeiro lugar porque não me parece que a maioria das pessoas tenham filhos por ser moda. Em segundo, porque não é quando as crianças nascem que surgem os problemas. Com certeza que eles já existem, os ritmos das pessoas é que se tornam diferentes e os problemas podem ser enfatizados, mas não é porque nasceu uma criança. Em terceiro, não é porque os pais se divorciam que as crianças surgem com problemas, é pela instabilidade que surge. Porque cabe ao casal saber lidar com a situação e quando os divórcios sáo litigiosos e criam imensas discussões e problemas é porque algo já está muito mal com o casal, por isso, mesmo que não se divorciem, a criança corre exactamente o mesmo risco de se tornar instável. Por isso, mais vale o divórcio, porque os períodos de calma, que proporcionam estabilidade emocional, são com certeza maiores. Mas esta é apenas a minha opinião de filha de pais divorciados (divórcio litigioso) e de psicóloga.

Kitty Fane disse...

Bê eu estou a generalizar como é óbvio e não sou de forma nenhuma contra o divórcio. Se as coisas não estão bem, acho muito bem que se resolvam e se o divórcio for a solução, acho mto bem q o façam. Eu estou a referir-me concretamente à leviandade c que hoje são encaradas as relações e sobretudos o ter filhos. Claro que a maior parte das pessoas não tem filhos por moda, mas há muitos que os têm porque parece bem. Sem pensarem nas responsabilidades que virão a partir daí. Depois despejam as crianças onde lhes dá mais jeito. Eu lido com eles. Sei muito bem do que estou a falar. Como digo no final do post, a maior parte das crianças filhas de pais divirciados n têm qq problema, mas há uma grande fatia que os tem.

E continuo a achar que o nascimento de um filho e sobretudo os primeiros meses são fulcrais numa relação. Há muitas q n sobrevivem a isto.

B. disse...

Eu quero muito ser uma romântica e acreditar nos finais felizes(e aqui já não é a psicóloga a falar), mas sei que muitos casais sofrem grandes alterações quando nasce um filho, às quais não é fácil adaptarem-se. O que acho é que, se as coisas realmente não correm bem, é porque já algo estava mal antes. E se hoje os casais se juntam e tentam contruír uma família com demasiada facilidade, a qual terminam com a mesma facilidade, será que antes os casais, sofrendo as represálias da sociedade, não se mantinham juntos para as aparências e para manterem os bens em comum, vivendo assim, igualmente, imensos problemas? Acho que já estou a fugir ao tema ;)...

Clara disse...

tenho a certeza que também deves ver muitos com problemas que têm pais casados...eu sou divorciada, dou-me bem com o meu ex, tenho um filho que (aparentemente) é estável e outra que está carregada de problemas. nunca vou saber se a questão é essa (divórcio) ou se ela teria problemas na mesma. os meus pais sempre foram (mal) casados e podes ter a certeza que isso contribuiu muitíssimo para a minha instabilidade na infância. sei que as relações são mais voláteis mas acredito que as crianças se podem adaptar muito bem a isso desde que tenham uma boa estrutura e apoio dos que os rodeiam. presumo que os pais que se comportam como descreves (noitadas, largar os filhos com amas, desligar-se quando nascem outros, etc) não fossem pais muito diferentes disso dentro de um casamento, podiam não ter um comportamento tão flagrantemente demissivo mas seriam as mesmas pessoas.

Z disse...

Eu concordo totalmente contigo. Ultimamente as criancinhas estão cada vez mais mal educadas. Isto porque os pais em vez de as levarem a um parque para elas brincarem a levam com eles ás compras ao centro comercial, e em vez de brincarem com eles, lhes dão uma playstation ou metem nos a ver um filme para ver se estão calados! Essa do viver juntos por dá cá aquela palha tb concordo. Eu cá não vou nessa, quem tem pressa para sair de casa dos pais que saia. Agora eu só saio de lá quando tiver dinheiro para mobilar a casa ao meu gosto sem ter q a decorar toda no ikea, e ainda me sobrar bastante dinheiro. Já avisei que não passo de cavalo para burro, para passar para pior fico na casa dos meus pais!Têm o resto da vida para viver juntos! Calma sim??

Unknown disse...

Um filho não segura um casamento, mas em muitos casos os pais deviam pensar um bom bocado antes de se divorciar. Hoje divorcia-se por tudo e por nada. Qualquer briguinha e lá estão os casais a falar de divórcio e quer queiramos, quer não, os filhos pagam e muito!!

Infelizmente é assim cada vez mais.

Beijocas.

Entretanto li os comentários...

Quando o meu filhote nasceu, eu e o meu marido começámos a ter algumas desavenças, não porque o problema viesse de trás, mas porque ele manifestou ser um pai excessivamente galo e sempre a fazer as vontades ao filho, até hoje que está com quase 3 anos e meio. Por vezes, temos que parar para conversar sobre o que está certo e errado com os nossos comportamentos, com a nossa vida a dois e passa tudo um bocado por aí de modo a que o nosso filho, ele principalmente, seja feliz!

Mais beijocas

Ana C. disse...

Se é preciso licenças para tudo neste país. Até para fazer uma obra em casa. Porque raio não é preciso uma licença para ser pai/mãe?
Qualquer um pode ser pai, mas quase ninguém pode mandar tapar uma varanda num prédio sem autorização.
Depois temos adultos traumatizados, destrambelhados que nunca recuperam totalmente dos pais que tiveram...
Eu sei do que falo, acredita. Por isso o teu post fez muito sentido para mim.

prada disse...

Fantástico este teu post, não posso concordar mais . Desejo que hoje tenhas muitos leitores e obviamente que ,o comentário de Bê, me chocou mas estou certa que muita gente pensa como ela, caso contrário não aconteceria o que tão bem descreves fruto da tua vivência e saber.Acabo de ler o uma resposta tua á Bê e mais uma vez tens razão.Parabens Kitty

Anônimo disse...

Felizmente os meus Pais já se encontram juntos vai fazer 45 anos e quer queiram quer não (e isso já era dito pela minha professora do ensino básico) que se via perfeitamente (ou distinguia) os filhos de pais separados dos filhos de pais casados.
Na minha geração tive vários amigos que passaram pelo divórcio dos Pais e sim além de terem vários tipos de problemas também tive alguns que podemos considerar "normais".
Também sempre achei que um filho tem unicamente 2 funções: ou unir ou separar um casal ... não existe meio termo.
No meu caso serviu para afastar de inicio (tal era a dose de ciumeira do Pai lol) mas hoje acho que por se rever tanto nele (filho) ainda hajam choques.
A mim o que me preocupa é ter sempre tempo para abraçar, beijar, "lamber a minha cria", brincar com ela e, sobretudo, ajudar a que ele tenha uma grande auto-estima.
O importante não é o que lhe consiga dar materialmente mas sim a quantidade de afectos que lhe possa dar: não é vergonha nenhuma para mim andar sempre a abraçar e a beijar o meu filho e até acho estranho que os colegas de Colégio fiquem a olhar para nós como se fossemos "aliens" mas talvez os Pais deles não sejam assim...
Mas concordo claramente com o que diz: isto hoje em dia é ter filhos e deixá-los com amas ou com a família senão era impossível fazerem a vidinha que fazem. Por outro lado também se acha que a escola é que tem obrigação de tudo: de lhes tirar a chucha, de lhes tirar a fralda, de os ensinar a falar, etc.
O meu filho está (praticamente) com 3 anos e posso gabar-me que aos 9 meses já ia para o penico, antes de 1 ano tirei-lhe a fralda, vai comigo para todo o lado, comecei a ler-lhe aos 4 meses e hoje não faz questão nenhuma de ver bonecada nem fica "socado" em frente a uma televisão.
Sim dá trabalho, sim nem sempre tenho paciência mas eu quero que ele brinque, que se suje, que ande em jardins enfim que seja FELIZ e que se sinta amado... o resto há-de vir com o tempo e se não for eu a fazer isso quem é que o irá fazer?
Ao fim e ao cabo temos é que parar de inventar desculpas (estou cansada, não me apetece, não tenho tempo e blá blá blá) e tomarmos conta dos nossos filhos.
Alguém já leu o livro do Aldo Naori? Acho que não fazia mal nenhum se alguns Pais o lessem e pusessem em prática algumas das suas ideias :-)
_ba_

River disse...

Concordo em absoluto (de novo, parece que está a tornar-se um hábito... mau, mau :D).

Acredito que as minhas filhas não sejam "traumatizadas" com o divórcio dos pais, mas que dá sempre "mossas", dá! Não sejamos hipócritas.
Mesmo sem que eu não as tenha "despejado" para andar nas tais noitadas, ou com namorados novos, etc. Mesmo que eu tenha engolido muitos sapos e "comido o pão que o Diabo amassou", por elas! Mesmo que sejamos muito unidas porque a vida obrigou-nos a criar um trio forte ao longo dos anos...
Mesmo assim, há sempre problemas intrínsecos à condição de filhas-de-pais-divorciados.
E o facto de o pai ter tido filhos de um novo casamento, como muito bem referes veio agravar tudo, (note-se que a nova irmãzinha não tem culpa nenhuma, claro!)
E se a mais velha soube sempre gerir isto tudo, e nunca me deu chatices de maior, já a mais nova não tem sido pêra doce, e temo que agora acabada de entrar na adolescência, as coisas se agravem...
Certo é que muitos jovens filhos de casais dito "normais", também são problemáticos, bem sei.
Mas acredito piamente que um divórcio é meio caminho andado para o serem!

Ou seja, aguardam-me tempos de muita "luta"...
Mãos à obra! ;)

PS. Felizmente depois há professores fantásticos, com uma vocação extrema! Como a Directora de turma da minha filha mais nova, que ainda hoje de manhã me ligou, como faz sempre que acha necessário, e estivemos a acertar "estratégia"!
Um grande bem-haja para esses Professores que tanto nos ajudam!

River disse...

Já agora, Miss Kitty (e vou deitar "achas na fogueira"), eu agora vejo uma "nova moda" emergente, que são trintonas em desespero total por um filho/a!
O relógio biológico "dá-lhes" como uma tal força que é vê-las na busca desenfreada de um filho!
E às vezes nem sei se é mesmo porque o apelo da maternidade existe... Acho que é porque "tem que ser"!... Porque é o "agora ou nunca"...

Tenho alguma amigas nesta condição. E não me parece que também seja boa estrutura para o nascimento de um filho...
Mas isto digo eu.

Jedi Master Atomic disse...

Tenho que concordar com a Bê. As pessoas têm é preguiça de se mexer para resolver os problemas. Eu sou filho de pais divorciados (e bem cedo eles se divorciaram) e até saí relativamente são (lol). E conheço outros casos de amigos meus na mesma situação.

Claro que é mais dificil manter uma criança estavel após um divorcio, mas se não houver preguiça nem tentativas de "queimar" o outro progenitor, a criança não sofrerá quase nada.

Para mim uma das situações que acontece com mais frequencia é um casal já ter muitos problemas na relação e pimba....bora lá ter um filho para ver se eles se resolvem !!!

Laetitia disse...

Bem esta é uma questão em que cada caso é um caso. Mas de facto, as pessoas deviam pensar seriamente com a cabeça o terem filhos ou não.:)

BG disse...

Concordo que muitos têm filhos por moda, ou pelo menos por pressões sociais.
Da mesma forma que se sente a pressão de "termos" que casar quando temos 30, também sentimos a pressão de ter que ter filhos quando casamos.
Casei há pouco mais de um ano e logo nos primeiros meses era toda a gente a perguntar "então e filhos?", para além dos boatos de que estava grávida e de que até já tinha tido o filho!
Quero ter filhos, mas não para já. por enquanto deixem-me aproveitar algumas coisas que depois não vai ser possível. Deixem-me ser um bocadinho egoísta, ok.? pode ser?
Por um lado esta pressão, por outra moda. Por exemplo, conheço pessoas que tiraram um curso, que todas elas (e são mais de 10) meio ano a um ano depois de tinham que casar e meio ano depois de casar tinham que ter filhos. E digo tinham porque até parecia que os outros eram menos pessoas por não terem o mesmo estereotipo de vida. Isso para mim é ter um filho por moda, não invalidando isso que ele tenha sido realmente desejado, atenção!

Anônimo disse...

Bem... não imaginas a quantidade de vezes que eu tenho dito e repetido as palavras que tu agora aqui escreves!
Concordo plenamente que quando se ama muito uma pessoa se queira ter um filho dela mas convém que a avaliação não seja feita precipitada e levianamente.
Eu casei com 32 anos e até gostava de ter tido filhos mas infelizmente descobri que o meu casamento não tinha a sustentabilidade que eu considerava necessária para esse efeito, quando achei que ela existia tentei e suportei quatro perdas seguidas sem que que houvesse qualquer razão aparente para que tal acontecesse...mais tarde cheguei à conclusão de que aquela estabilidade era só aparente (embora o casamento se mantenha) e, por muito que custe a acreditar, dou graças a Deus pelo que aconteceu...isso fez-me ver a dimensão que tem o verdadeiro amor maternal e, por estranho que também pareça, sinto-me feliz.
E é o que te desejo...que sejas feliz (não os problemas, credo!)
Eva

Unknown disse...

Ter filhos hoje em dia já não é uma coisa natural.Bem sei que é necessário para a perpetuação da vida humana, mas actualmente não é só a selecção natural explicada por Darwin a funcionar, acho que a na civilização actual (evoluída?) colocar um filho neste mundo é uma decisão muito complexa. Há que ter condições físicas, monetárias e psicológicas para os ter. As crianças hoje em dia não se "criam simplesmente e pronto" como antigamente, é preciso todo um acompanhamento para as integrar na sociedade contemporânea.
Sou filha de pais divorciados, que tomaram esse passo quando eu era já adulta e mesmo assim foi para mim um choque um choque. Tenho 30 anos vivo uma relação estável, salutar, tenho vontade de ter um filho, mas vontade não chega.
Este post tem toda a razão de ser, é realista.

B. disse...

Não querendo fazer do blog da Kitty um espaço de discussão, gostava de saber o que é que no meu comentário chocou a Prada...é que, sinceramente, falo da minha experiência e não vejo caso para ter chocado alguém. A Kitty descreve a sua visão, eu descrevo a minha, que, por ser filha de pais divorciados (e sã, sem problema algum em relação a isso) é, naturalmente diferente.

B. disse...

Ou o problema é eu, simplesmente, ter uma opinião contrária à da Kitty?

Ela disse...

É isso:-)))) Mesmo

Unknown disse...

Ter filhos hoje em dia já não é uma coisa natural.Bem sei que é necessário para a perpetuação da vida humana, mas actualmente não é só a selecção natural explicada por Darwin a funcionar, acho que a na civilização actual (evoluída?) colocar um filho neste mundo é uma decisão muito complexa. Há que ter condições físicas, monetárias e psicológicas para os ter. As crianças hoje em dia não se "criam simplesmente e pronto" como antigamente, é preciso todo um acompanhamento para as integrar na sociedade contemporânea.
Sou filha de pais divorciados, que tomaram esse passo quando eu era já adulta e mesmo assim foi para mim um choque um choque. Tenho 30 anos vivo uma relação estável, salutar, tenho vontade de ter um filho, mas vontade não chega.
Este post tem toda a razão de ser, é realista.

Elisabete disse...

Adorei este teu post. E o mais engraçado é que tem sido um tema muito falado ultimamente no meu grupo de amigos...
E precisamente por se tratar de um grupo de amigos já nos 27/30 anos, estão todos nessa fase do "juntar" e de ter filhotes. O caricato é que, aos que os rodeiam (eu por exemplo), fica a sensação que vão todos atrás uns dos outros. Péssima ideia...
Parece-me incrível a facilidade com que as pessoas fazem e desfazem uma vida, tanto querem algo, como já deixam de o querer.
Quanto a mim, filhos são fantásticos mas no colo dos outros, um sobrinho, por exemplo, vinha a calhar. :) Sair de casa só quando achar que realmente é de vez...andar a fazer e a desfazer malas não é bem o meu forte, a não ser para umas curtas férias :)

prada disse...


Desculpa a forma como me expressei.Para mim choca-me , não a tua opinião,mas a têndencia social que já eclodiu e da qual já começamos a ver as consequencias, que não vale a pena enumerar.
Aqui foram descritas experiências pessoais e a kitty falou da sociedade que estamos a construir.
Filhos são pessoas e temos obrigação de as cuidar e formar em toda acepção da palavra para que se tornem sãs e não em sofrimento. Há que não ir pelo caminho mais fácil, e parece que genéricamente é essa a escolha.
É isso que é preocupante!

Ginger disse...

Pois eu acho que NUNCA como agora se evitou tanto ter filhos... falo pelos casais que vejo. Temem ficar sem liberdade. Em alguns dá para ver que é essa a questão, outros admitem-no abertamente.

Falo apenas por experiência pessoal aquilo que vejo à minha volta.

Uma coisa me parece mais que óbvia... um casal infeliz jamais poderá ter crianças plenamente felizes.

Sou contra quem se junte/case ou (whatever), levianamente, mas ainda sou mais contra quem tem filhos sem pensar ou sem terem a mínima noção da nova realidade que isso acarreta.

Ter filhos não é fácil. É necessário ter-se um coração cheio e uma nítida noção de que a partir do momento em que os temos, passamos para segundo plano... para sempre.*

Raquel A. disse...

Parece que este tema virou uma verdadeira discussão e já fui ler além do teu post o do Bê também porque sigo o blog dela.

Não concordo de maneira nenhuma que hoje em dia esteja na moda ter filhos. Muito pelo contrário. A emancipação da mulher, o facto de cada vez se quererem dedicar à carreira tem feito com que a taxa de natalidade baixe bastante.

Concordo sim com alguém que disse que hoje em dia verifica-se um outro fenómeno. O de mulheres que já passaram os 30 sem encontrar estabilidade amorosa e depois querem à força ser mães mesmo que a natureza já "não queira". Se por egoismo, falta de companheiro, carreira ou outro motivo qualquer não tiveram filhos antes dos 35 não me parece bem que depois se sujeitem a tratamentos e posteriores abortos só porque naquela altura já querem ter um filho.

A propósito do divórcio, este nada tem a ver com a existência ou não de mais ou menos sanidade nas crianças. Há crianças que não têm pais separados mas vivem em clima de instabilidade, ou emocional ou financeira e isso faz com que possam a vir a ter problemas. Há crianças cujos pais não sabem educar nem impor regras (esse sim considero o verdadeiro problema) e tornam-se adultos incapazes.

Esta é apenas a minha opinião e muito mais se podia escrever sobre o assunto. Nestes casos não se podem fazer generalizações sob pena de nos tornarmos um pouco "fundamentalistas".

BJS*

Anônimo disse...

os tempos mudaram, é certo, e hj já ninguém segura um casamento só porque sim, como há uns anos atrás... os meus pais separaram-se qd eu tinha 18 (hj tenho 21) e aquilo para os meus avós foi uma doença... aquilo no tempo deles era impensável! mas mudaram de tal forma q hj isso parece uma coisa natural e claro q quem paga por isso são sempre as crianças! sou educadora e no meu grupo de crianças (entre os 3 e os 5 anos) existem muitas crianças com esse problema... nota-se muito a diferença, algumas são mesmo um pouco dificeis de levar... vão para casa do pai de 15 em 15 dias ou de mês a mês e no dia a seguir a esse fdsemana, principalmente, é terrivel... não podemos chamar a atenção que chora e faz birra e td e mais alguma coisa... é certo q a culpa n é da criança, os pais é q deviam pensar um bocadinho mais no assunto qd estão tanto tempo longe e dps num dia querem dar-lhe o que deviam dar todos os dias... e dp para tentarem compensar nem sempre fazem as coisas da melhor forma... e é claro q as crianças sentem essa diferença, como sentem dps tb em casa... e dps surgem aquelas situações como "nunca me deixas mas o pai (ou mãe) deixa!". eu senti, e sinto, essa diferença, mas tenho uma idade diferente e reajo às coisas de uma maneira diferente da de uma criança de 3 ou 4 anos que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, sentem tudo muito mais do que nós adultos, principalmente as mudanças.
pela altura do dia do pai fizemos uma festa no colégio com os pais, organizamos uns jogos, um almoço e depois entregámos as prendas que os miudos tinham feito... estavam lá dois miudos, filhos de pais separados, um deles (3 anos) com a irmã, q não tinham lá os pais... na hora da entrega das prendas a miuda disse-me "olha sabes porque o meu pai não está cá? porque mudou de cidade e tem outra familia, por isso não tem tempo para estar connosco!" não imaginam o que é ouvir uma miuda com 7 anos dizer isto... não consegui responder sequer, dei-lhe a mão e esbocei um sorriso, mas aquele nó na garganta era muito maior q isso... é muito mau q as coisas sejam assim, mas ainda é pior qd as crianças têm consciência disso! também não sei até q ponto ela n disse aquilo por ter ouvido alguma coisa em casa, q tb é possivel e claro q n ajuda nd... mas aquele senhor é daqueles q aparece uma vez por mês, vão ao macdonalds e já está...
enfim... é só a opinião de uma educadora e filha de pais separados!

maiSa =)*

B. disse...

Prada, a questão é que eu sei, por experiência própria, que não é aguentando um casamento mau, em que tudo é mau, por causa dos filhos. Não é uma decisão que se deva tomar de ânimo leve, claro que deve ser em consciência, mas pode ser muito mais saudavel para os filhos quando os pais se separam e se permitem tentar ser felizes outra vez, desde que saibam gerir essa separação de forma eficaz com as crianças. O que deste a entender, com o comentário, é que por causa de pessoas que pensam como eu que as coisas são como a Kitty Fane as descreve.

AnaCCatarino disse...

ESte retrato que fazes é um bocado cruel. embora aconteça em alguns casos.
A questão não é te-los mas se estão preparados para as mudanças que terão de fazer nas suas vidas, não se pode ter um filho e esperar que a vida fique igual...

Anônimo disse...

Fazendo uma analise crua porque não mesmo cruel, até talvez tenhas razão.
Mas com tantos ginásios, ferias no estrangeiro, blogs (há que mante-los)Cabeleireiros e tratamentos de cabelos cada vez mais actuais, horários excessivos no trabalho, noites, cinemas...é óbvio que depois falte tempo para os filhos, aliás, como é que alguém ate os consegue fazer?
O melhor é não te-los. E porque não criticar quem tenha...?

Perception

Maria disse...

Concordo absolutamente contigo.
Tenho um caso desses "lá em casa".
E é triste pensar que é um no meio de muitos...

beijinho.

Pimponices disse...

"Ou porque a mãe anda sempre em noitadas e em fins-de-semana fora com o novo namorado, e o filho está sempre despejado em casa dos avós ou com a ama."
Uma vez mais concordo... Este excerto por exemplo, caracteriza na perfeição algumas situações que conheço...

Rita disse...

Trabalho diariamente com adolescentes e posso afirmar que, actualmente, não verifico maior instabilidade nos miúdos que são filhos de pais divorciados. Quando converso com os pais, confirmo que os os alunos mais problemáticos são, normalmente, filhos de pais imaturos, irresponsáveis, desligados da realidade e pouco disponíveis para exercerem o papel de pais, independentemente do seu estado civil.
Há, por vezes, neste blogue uma visão demasiado maniqueísta e parece-me que a sociedade actual exige uma visão mais ampla, nada é tão simples ou linear como parece.

Kitty Fane disse...

Oh Rita visão maniqueísta? Sabe o que é que está a dizer? Claro que a sociedade exige uma visão mais ampla, mas n sou eu que a tenho de dar, uma vez que não pretendo que o blogue seja um formador de opiniões ou algo que o valha. O blogue é apenas um sítio onde eu ponho meia dúzia de desabafos e tontices. :-)