quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Até a Bertrand, senhores



Sendo eu cliente habitual da Bertrand, recebo de vez em quando os e-mails com as suas novidades. Ontem tinha um. O assunto - Dia dos Namorados: O livro que procura para a pessoa que já encontrou‏. Apesar de detestar lamechice rasca, achei a frase linda.

Até a Bertrand, senhores. Até a Bertrand tem promoções para aquele dia, que eu nem vou dizer o nome, vocês sabem qual é.

E, antes de desatar a vomitar com tanto coração vermelho, fui ver os livrotes. Além das piroseiras próprias desta data, estilo Nicholas Sparks e afins, lá estava o livro: Cartas de Amor dos Grandes Homens. Exacto. É mesmo esse. Aquele que a Carrie lê para o Big, deitada na sua cama, enquanto lhe cobra o facto de ele nunca ter escrito uma carta de amor.

O engraçado disto é que o livro não existia. As cartas sim. O livro não. O sucesso foi tanto depois do filme, que decidiram compilar todas essas cartas neste lindo livrinho.

Eu quero. Como não tenho namorado (sniff...sniff... que tristeza... vou ali cortar os meus pulsitos, já volto...), aguardo ansiosamente que alguma alminha caridosa mo ofereça. Em último caso ofereço eu a mim mesma. É o mais certo. Já lá vai o tempo em que esperava que me oferecessem as coisas.

28 comentários:

Miss Glitering disse...

Obrigada pela sugestão! Vou comprar também. Mais uma sugestão para o dia dos corações vermelhos: se gostas de comida vegetariana/saudável e ao mesmo tempo relaxar com uma massagem, experimenta este espaço www.pleasures.pt. Têm opções fantásticas para esse dia e sobretudo para quem,(como nós), não tem o dito (namorado). Beijinhos.

Clara disse...

Uau! Ideia magnifica! Vou comprar para mim tb, passo a vida na Bertrand e n me mandam nada...Estou certa que (à excepção dos meus putos e mãezinha) sou a pessoa que mais me ama no mundo (coisa que não me angustia nada, e pensando nisso, já não sei se é causa ou consequência).

Artur disse...

Nestas coisas eu lembro-me sempre do Pessoa, e da forma que ele arranjou para se livrar do ridículo das próprias cartas de amor.
As cartas de amor são qualquer coisa em vias de extinção, não achas?

tatanita disse...

Tenho um prémio para ti :)
http://tatanitah.blogspot.com/
beijinhos

Femme Fatale disse...

Oferecer a ti própria acho uma boa sugestão! Porque ninguem gosta mais de nós próprios do que nós! =)

Anônimo disse...

Uauuuu! Tenho que ter esse livro. Guardá-lo debaixo da almofada para sonhar com romances de tirar o folêgo e que nos dão aquele frio bom na barriga! Encontraste o livro que eu quero oferecer um dia à pessoa que procuro (nada activamente justiça lhe seja feita por ainda não ter aparecido).

Poupinhas disse...

Perseguem-nos kitty, vais ver, ainda nos vai aparecer em sonhos.. carago já*

Anônimo disse...

Eu já ofereci a mim mesma um "swatch Pearly Glass" da nova coleção ;)

Anônimo disse...

Nao acha que começa a ser obcessivo a menina estar sempre a falar do filme O sexo e a cidade? A propósito de qualquer coisa que se leia aqui vem logo o filme à baila. Isso se calhar é que lhe está a dar azar ao amor. Pense nisso.

Vera disse...

Lembras-te de te ter falado deste livro? Ainda bem que o encontraste :)
Vou comprar!!! Ou vou pedir que me deêm!!!

Ana C. disse...

Kity Fane, às vezes não vale a pena esperarmos que nos adivinhem, que nos ofereçam aquela coisa que queremos tanto. Em cada Natal, tenho sempre na árvore um presente de mim para mim. Aquela coisinha que só eu sei como vou gostar. Oferece este livro a ti própria :)

Anônimo disse...

Kitty
Aviso já que gosto muito deste blog e venho aqui "espreitar" quase todos os dias...mas não sei se "o anónimo das 13:14" não poderá ter alguma razão! è que se eu fosse homem pensava assim...
Haverá alguém que me explique porque é que a generalidade das mulheres são tão "vidradas" em tudo o que respeita a "O Sexo e a Cidade"?!! è que eu vi uma parte de um episódio e detestei...senti-me retratada, enquanto mulher, como uma galinha tonta! E eu também gosto de moda, de sapatos e de coisas bonitas em geral e tenho amigas que se mantêm como tal há mais de 30 anos!
Eva

Papoila disse...

Olha tá bem que eu sou uma distraída de 1ª mas não acho nada que a Kitty esteja sempre a falar no sexo e a cidade!
(e se eu também não gosto por aí além da série, o que me faria logo reparar se fosse o caso de ser repetidamente referida aqui no blog).
de qualquer das maneiras.........
já não há é pachorra para alminhas que vêm criticar os temas abordados no blog, uma coisa é expressar a nossa opinião sobre um post em específico, outra coisa é "ah eu acho que falas muito nisto" "eu acho que falas muito naquilo" qualquer dia "eu acho uma seca estares sempre a falar de ti"....
porra arranjem um blog!!!
(Kitty desculpa a linguagem mas é que já não há pachorra mesmo!!!.....)
e EU SEI que ninguém aqui precisa de advogados de defesa mas bolas, o que é demais enjoa!!!
vão ver a novela mazé!

Glamorous Girl disse...

Eu já comprei! E tem lá cartas de quatro autores portugueses!

Anônimo disse...

Porque é que o raio do "É" ficou sempre "è"?!!
Eva

P' disse...

Bem... se fizeres questão que to ofereçam... podemos sempre oferecer uma à outra? ;)
Já que também não me apetece cortar os pulsitos e de facto o livro deve ser giro!

LMS disse...

Não compres as traduções! Vai à Amazon (ou a outra do género) e compra o original.
Quando casei escolhi desse livro um "grande homem" e a sua respectiva carta do livro e usei para tema de cada mesa! Claro que p a minha foi mesmo a 1ª - do Beethoven - que é linda de morrer. Mas nada de traduções para português, perde metade da graça!!!

(http://www.amazon.com/Letters-Great-Eighteenth-Century-Present/dp/0980060524/ref=pd_lpo_k2_dp_k2a_2_img)

Karlytus disse...

N ter namorado n é motivo pra chorar mto menos pra cortar os pulsos!

concordo c a tua agonia qt aos coraçoezinhos.. e já pensaste naqueles jantares de encalhados?? Terror!!! lol

Acho q estamos sozinho n por sermos esquisitos ou por n termos valor mas sim porque somos selectivos e sabemos o q queremos.. ou pelo menos o q n queremos!! ;)

Beijinhos azulis!

Anônimo disse...

Eu gosto de Nicholas Sparks! Pirosa és tu!

Pulha Garcia disse...

Engraçado. Estava convencido que o livro existia mesmo antes do filme.

Miss Betty disse...

Não há nada melhor do que oferecermos um presente a nós próprias, de vez enquando, e este vai ser mais um presente que vou oferecer a mim mesma.
É a oportunidade de brindar ao nosso amor... por nós próprias.

Bjs

Http://comcabecanasnuvens.blogspot.com

Pp_FANTASMA disse...

Se não os podes vencer, junta-te a eles!
Não é o que se costuma dizer:)?

Jade disse...

Eu vou comprar :)Tenho de ter esse livro :-)

Petra disse...

Olá também gostava de ler o livro.
Não dou valor ao dia 14 de Fevereiro porque acho que quando se ama o dia dos namorados pode ser qualquer dia!
Basta a gente querer, sentir planear aquele momento!
Quanto aos anónimos que vêm aqui chamar as pessoas de pirosas ou fazer ilações sobre o que se passa contigo.... por favor gente.... arranjem o que fazer.
Gosto do blog é giro
beijinhos!

Anônimo disse...

Mas há ainda quem case neste mundo?
quem namore à séria? Não se desgracem pessoas...o amor eterno já não existe...e o temporário...tem prazo curto!
Ass: obviamente uma encalhada! :)
não me liguem...a frustação grita aos meus ouvidos

K disse...

Qual dia? :P Que me lembre a próxima data "importante" q existe é o carnaval :P não sei o q é q o carnaval tema a ver com cartas de amor mas ok :)

Anônimo disse...

"Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do tá tudo bem,tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides , borra-botas, matadores do romance, romanticidas . Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou aloja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.

O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.

Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.

A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
"Elogio ao amor" de Miguel Esteves Cardoso.

Laidita disse...

Eu por acaso tenho, estou a começar agora e estou a gostar!