quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Tese de doutoramento em gravidez


Heidi Klum

A minha cabeleireira está grávida. A minha cabeleireira além de tratar do meu cabelo há anos, é também minha amiga. Conhece o meu cabelo como ninguém. Trata-o como se fosse o dela. Experimenta nele todos os bons champôs e novas tecnologias que vão aparecendo - para ver qual o efeito - sem que para isso me cobre mais do que o brushing normal (a não ser que faça um tratamento excepcional).

Ultimamente, gabo-lhe a paciência para aturar os palpites, as ordens, os conselhos, de todas as mulheres que por ali passam e que, por já terem tido filhos, pensam que são doutoradas em gravidez. É o problema de muitas mulheres. De repente, uma pessoa engravida e sem pedir opiniões tem de as ouvir a toda a hora.

- Ah e tal, não encoste aí a barriga, está a apertá-la.
- Ah e tal, já engordou bastante. O médico não lhe disse nada?
- Ah e tal de certeza que é um menino? De certeza que as dez ecografias que já fez estão certas? É que essa barriga redonda é mesmo de menina.
- Ah e tal, está a usar cinta? Devia usar.

Ontem estava no salão uma mulher tão irritante que, perante o silêncio da minha cabeleireira enquanto ouvia todos aqueles disparates, despoletou em mim uma vontade enorme de pôr a mãozinha na cintura e rodar a baiana. Imperou o bom senso e a educação e remeti-me ao meu silêncio.

Eu acho isto horrível. Eu jamais em tempo algum tolerarei este tipo de coisas. Se um dia engravidar, vou ser a pior grávida de todos os tempos. Não vou querer conselhos e palpites de ninguém, a não ser da minha mãe que teve seis filhos. Não vou querer toques na barriga de quem nunca vi mais gorda. E não vou querer participar em nada que implique dezenas de grávidas juntas, que não tenham outro tema de conversa para além das cintas, dos cremes para as estrias, e de sei lá de mais o quê. E se fizer alguma coisa destas, que nestas coisas uma pessoa nunca pode dizer nunca, estão autorizados a vestir-me um colete de forças - estou oficialmente senil.

24 comentários:

I. disse...

E quando se põem a contar à grávida tooooodos os pormenores horríveis sobre os seus partos, e ainda mais umas histórias que ouviram sobre partos que correram terrivelmente mal? Juro, já assisti a cenas destas, com a pobre grávida com um ar de coelho assustado...

Anônimo disse...

Estupidamentem, quando falam (do alto da sua sapiencia) das gravidezes alheias, nao estao mais do que a reviver a propria experiencia... Nao ha mesmo pachorra!
Tal como e relatado pela I., eu tive relatos de partos e experiencias pos-partos indescritiveis de maus. Para me vingar eu tive a melhor das experiencias e tenho as maiores saudades do parto!

art.soul disse...

lol que pessoal mais desagradável.
também me cruzei com espécimes desse tipo durante a minha gravidez mas felizmente a maioria das conversas com grávidas ou ex-grávidas eram apenas isso, conversas (leia-se diálogos) e muitas delas bem divertidas.
adorei estar de barriga!

Anônimo disse...

Não há pachorra... que pragas!

Claudia

conde disse...

& filhos é obra suficiente para dar concelhos.

Sky disse...

Pronto... lá estás tu a exagerar! Eu também vou ser pai e tenho que ouvir a toda a hora coisas parecidas, mas como tenho sempre a resposta na ponta da lingua, quando um diz mata eu digo esfola e a pessoa que está a exagerar na dose, rapidamente percebe que já falou demais e não volta a repetir. A por coisa é deixar a 1ª vez que isso aconteça!
Mas tambem falar e ouvir conselhos nã faz mal nenhum! mas como tu dizes... tudo tem limites!
beijinhos :)

Me disse...

LOLOLOL!

Também me faz uma confusão profunda isso de acharem que barriga de grávida não é alheia!!! Credo! Quero lá alguém que não conheço de lado nenhum a tocar-me...

E mandar bitaite? No way! Não pedi conselho nenhum!

Unknown disse...

Isso de colocar as mãos na barriga não, mas quando ficares grávida vais querer falar desse assunto, acredita!!!
Beijocas

One Guy Alone disse...

Sempre que for assim... dedica-lhes uma canção de amor:

http://www.youtube.com/watch?v=2DT9D-Fx-MU

Mãe querida... mãe querida...

:)

Raquel A. disse...

O pior é contarem os "partos" horrendos às grávidas... coitadas! O melhor é não saber ao que se vai!;)

BJS*

Pink Panther disse...

Bom... eu detestava que gente estranha comentasse e tocasse na minha monstruosa barriga de gemeos... no entanto, e talvez por serem gémeos tive necessidade de me juntar com outras pessoas que partilhassem o mesmo que eu... no fundo, uma gravidez bem diferente...

Beijos

Pink

liliac disse...

sim é um facto... extremamente irritante, por sinal!
ainda ontem estava a comentar isso, e acreditas que apesar de estar na minha segunda gravidez, ainda há pessoas que nunca estiveram grávidas a dar conselhos e sermões!! haja paciência (sim porque quando grávida fico com muito pouca!)...
e as conversas monotemáticas... bah... sim apetece vestir camisas de forças e mordaças em muitas pessoas!
;)

Laetitia disse...

Nessas coisas toda a gente é sempre muito entendida!

Marcia P. disse...

Ja passei por isto duas vezes. Durante a gravidez é uma coisa, mas depois do parto, quando estamos cheia de dores, inchadas, com a cara horrível e o peito gretado, aí vem aquela vizinha que entra pela casa adentro, destila o rol da sua experiência e ainda pergunta se não estamos com hemorroída.Ó Boca Santa!

Unknown disse...

Ui eu que não aceito palpites em nada da minha vida, quanto mais numa gravidez. Quando os quiser tenho muita gente a quem pedir, mas por pedido! Estranho esse comportamento...

Mac disse...

E faz muito bem! Eu quando estive grávida, não fui aquilo a que se pode chamar uma grávida simpática. Andei para morder quem me queria fazer festas na barriga. A barriga era minha e tinha o meu bebé lá dentro. Não era para tocar. Não era para mexer. Só por mim e pelo pai da criança e quando eu queria. Não ouvi nada do que as alminhas sabidas me diziam. Engordei 27 quilos. Sim fiquei uma baleia, mas fui uma baleia feliz. E implorei - pronto impus - por uma cesariana. Sim, admito fui uma maricas de primeira, mas a imagem de um parto normal aterrorizava-me.

Ainda por cima, em todas as fases, há sempre uma, dez, vinte mulheres, que nos falam das más experiências delas. Se estamos de oito semanas, lá vem a conversa das ecografias e mal formações. Às doze semanas, picam-nos o juízo com os enjoos que tiveram e como passaram mal e os apetites. Passamos aos cinco meses, vem a conversa dos abortos, dos nados mortos e o que mais se lembram. No termo, caiem-nos em cima com as epopeias das contracções, noites mal dormidas, amamentação e faz isto e não faças aquilo. Pffffff! Uma chatice pegada. E são raras as que nos contam maravilhas, raríssimas.

É que lá por estarmos grávidas, o nosso corpo, não passa a ser propriedade alheia, era o que faltava e só temos de ouvir a nossa obstetra, mais ninguém.

Adianto-lhe que é óptimo estar grávida, eu adorei. E não enjoei, dormi sempre muito bem, não tive contracções, nem apetites – pois era mais para o geral, marchava tudo - e vi o mundo lindo. Deixamos de nos preocupar com coisinhas, somos muito mais racionais e sentimos que temos o rei na barriga. É óptimo!

Ana C. disse...

Eu já passei pelas duas fases dos bitates. Durante e Pós Gravidez e posso garantir-te que os piores, os mais intrusivos, mais cagadores compulsivos de sentenças quando menos precisas são os pós-gravidez.
Mesmo os que chegam de mães de uma gtande prole podem ser verdadeiramente desconcertantes, pois podem ter parido 10 putos, mas não pariram o nosso :)

Juanna disse...

Ha coisas que nao vais conseguir evitar..a sogra.. essa grande sabedora de meio mundo. Digo-te eu com 2 filhas de 2 homens diferentes. As 2 sogras foram taooooooo chatas..

jopurdida disse...

Quando isso acontecer, faz como uma amiga minha que, enquanto gravidíssima, estava a trabalhar numa loja de roupa e uma senhora completamente anónima veio meter-se com ela:

- Ai que giro, está grávida?
- Não!!! É barriga de cerveja!

E a conversa ficou por ali.

Ni! disse...

Nem de propósito... http://aquatromaostudomelhor.blogspot.com/2009/10/coisas-que-nao-vou-dizer-gravidas-no.html

É realmente uma chatice lidar com isso...

Anônimo disse...

doutoramento, e nao doutoramente.

Agridoce disse...

Se algum dia engravidar, já sei que vou ter taaantas discussões por causa disso! É que não há paciência para festinhas e beijinhos e conselhos e sei lá mais o quê!...

SLB31 disse...

Por acaso gostava de saber como foi no tempo das minhas avós...uma teve 16 e a outra 12 filhos...

winkle disse...

Como concordo...