Quando sair este jornal, a Maria João e eu estaremos a caminho do IPO de Lisboa, à porta do qual compraremos o PÚBLICO de hoje. Hoje ela será internada e hoje à noite, desde o mês de Setembro do ano passado, será a primeira vez que dormiremos sem ser juntos.
O meu plano é que, quando me expulsarem do IPO, ela se lembre de ir ler o PÚBLICO... e leia esta crónica a dizer que já estou cheio de saudades dela. É a melhor maneira que tenho de estar perto dela, quando não me deixam estar. Mesmo ficando num hotel a 30 passos dela, dói-me de muito mais longe.
...
Eu estou aqui ao pé de ti. Como tu estás ao pé de mim. Chorar em público é como pedir que nada de mau nos aconteça. É uma sorte. É o contrário do luto. Volta para mim.
Escrito por Miguel Esteves Cardoso, na sua crónica do Público do dia 28 de Novembro de 2011
terça-feira, 29 de novembro de 2011
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21 comentários:
lindissimo.
Maggie
Está perfeito!
Ai céus, que porra de doença...
Uma verdadeira declaração de amos :))))))))))))))
sou voluntária no IPO do Porto porque infelizmente já perdi um familiar e uma amiga de infância por causa do cancro. acho que todas as pequenas coisas que podemos fazer para minorar a dor dos outros, mesmo assim, é pouco.
Tenho uma gde amiga minha internada no IPO do Porto...à espera da hora dela. Vai deixar um vazio na minha vida.
Adorei.
A crónica mais bonita que li nos últimos tempos. :')
Simplesmente lindo!
No meio de tanta porcaria que se escreve por aí, esta crónica, ainda que originada por um problema tão grave, foi das coisas mais bonitas que já li. Força para ele, para a mulher dele e para todos aqueles que, de alguma forma, passam por isso...!
E é por amor que se vive.AMEI.
já não lia um texto assim há muio tempo! Tão apaixonate e sincero no amor. Já não se vêem declarações com esta devoção nos dias de hoje...
Que lindo... Que amor profundo que este texto me transmite!
um beijinho virtual
Bolas! fiquei comovida...espero que corra Tudo bem!
Xiça, até arrepia...
Comoveu-me muito.
Que bonito.
Grande MEC, apesar de tudo (e de algumas desilusões, ou talvez por isso mesmo) eu ainda acredito na força do amor.
Um beijinho*
Não há palavras...
Tremendamente bonito. Lidamos sempre com pacientes que muitas vezes são deixados à sua sorte nos hospitais e depois há a pequena percentagem de pacientes que nos chegam aos hospitais cheios de amor e lá superam melhor as agruras da vida.
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