Amy Adams
As aulas estão quase a terminar. Acho que nunca houve um ano em que desejasse tanto isso (e antes que venham para aqui atirar pedras e dizer que vou já entrar de férias, aviso já que não, que só em agosto as terei. fim das aulas não é sinónimo de férias para os professores). Este foi o ano letivo mais cansativo e mais difícil da minha carreira. A mudança de alunos quase roçou o traumatizante. Depois de ter tido uma turma muito muito boa em todos os aspectos, era previsível que isto acontecesse. E aconteceu. Os alunos de ano para ano pioram. É um facto que tenho observado nos meus catorze anos de carreira. São mais insubordinados. Chegam todos com o rei na barriga. Acham-se todos os melhores. Querem fazer tudo à sua maneira. Cada vez têm menos poder de concentração. Há tanto estímulo, tanta coisa para onde centrarem a sua atenção, que se torna cada vez mais complicado conseguir captar a sua atenção, mesmo que se faça o pino, sem que se dispersem ao fim de pouco tempo. No entanto, agora olhando para trás e para o estado em que chegaram no início do ano letivo, consigo ver a evolução deles. E que evolução. À custa de muito trabalho, de muita zanga, de muito não, de muita regra, de muitos nervos acumulados, mas a verdade é que estão muito diferentes, para melhor, para muito melhor. E é por estas e por outras que, apesar de tudo, continuo a adorar ser professora. Pelas gargalhadas que dou com eles, pelo crescimento deles a todos os níveis, pela ausência de rotina diária e pelo reconhecimento do meu trabalho no final de cada etapa.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
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11 comentários:
Esperemos que as férias não os mude de novo
Que passe depressa o que falta deste e o próximo lhe sorria :)
Como mãe também concordo com o que diz em relação às crianças, este ano tive uma má experiencia com a professora, mas nada que não se resolva :)
imagina agora isso, mas mais crescidos.
Os jovens estão cada vez mais parvinhos :)
e deves ser uma optima professora, que nunca desiste dos seus alunos :)
beijinhos
Admiro-te. A ti e a todos os professores que o são com gosto e todos os dias vão aturando tantas coisas nojentas. Mas por isso mesmo é que eu nunca seria professora: os miúdos que não se esforçam minimamente exasperam-me.
Fane, tbm sou professora, de escola pública no Brasil. Por aqui as dificuldades são muitas, mas sem dúvida que a perda dos valores familiares e da autoridade dos pais sobre os filhos é a causa de nossos maiores conflitos.
Hoje começa o recesso junino, que dura duas semanas e só em dezembro encerramos o ano letivo.
Abraços e boa sorte com a próxima turma.
Como te compreendo. As pequenas vitórias permitem-nos continuar e a adorar a profissão.
Kitty Fane, também sou professora, dou aulas de Português e de Francês para adolescentes numa escola pública aqui no Brasil. Penso como você! Leio seus escritos sempre e admiro muitíssimo você. Um abraço!
É exactamente isso que é fantástico e diferencia os professores. Os que o são por amor à profissão!
Parabéns! Crescemos tanto com eles...
Por curiosidade (e apenas curiosidade), afinal de contas quantos dias NÃO trabalham os professores? Não lhes chamo férias porque também falo dos dias não lectivos. É que de todos os professores que conheço, nenhum me diz claramente que existem os (mais ou menos) 25 dias de férias anuais, mais X dias não lectivos, o que perfaz um total de Y dias ao ano. É curiosidade, se não te apetecer responder, não há problema.
Quanto aos teus alunos virem cada vez menos educados e preparados... enfim, sou mãe de uma miúda de 9 anos e se soubesses o que reclamam os PAIS (não os alunos) dos deveres, dos exames, dos testes, etc!
Eu sou mãe de dois futuros jovens e adultos. Concordo com o que dizes em relação aos estímulos que os miúdos recebem hoje em dia. Reparo nisso muitas vezes. Falo com eles e tento encaminhá-los para as escolhas que entendam mais corretas. É um trabalho grande o que temos todos pela frente, pais, educadores e escola. Espero bem que eles saibam escolher o que realmente importa. Fico feliz por encontrar professores conscientes da profissão que escolheram.
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