domingo, 18 de julho de 2010

Ainda num estilo semi-depressivo

Quando eu fui operada da última vez, as minhas melhores amigas (as três que estiveram sempre lá, sim, sou tão cliché que também tenho umas amigas estilo Sex and the City, que são família, mas que antes da série já eram), que foram as primeiras a chegar ao hospital depois da cirurgia, contaram-me, mais tarde, que apanharam o maior susto das suas vidas. Porque a pessoa que tinha ficado encarregue de falar logo logo com o médico - uma pessoa amiga que trabalha no meio - transmitiu-lhes algo que elas não queriam ouvir. E só depois quando me viram já acordada é que perceberam que a notícia tinha sido mal dada por um dos médicos. Ou então, porque não sabiam como eu ia reagir quando acordasse da anestesia, preferiram optar pela versão pior. E elas contam-me isso de uma forma engraçada, porque tudo correu bem. Fartamo-nos sempre de rir. Uma dizia que olhava para a outra e que ela estava branca. A outra ficou com um nó na garganta e não conseguia articular nenhuma palavra. Enfim, até ao momento em que me viram com cara de teletubbie mas bem disposta e normal, ficaram nesse sufoco. E eu rio-me sempre com isso.

Foi a partir de histórias destas que fiquei a perceber a diferença entre quando é connosco e quando é com as pessoas que nos são queridas.

(continua)

2 comentários:

prada disse...

Primeiro "invejo" o facto de teres 3 amigas desse calibre, só por isso já és bem feliz, porque amizades assim coloco-se num pedestal, e nunca de lá se tiram!
Depois, é bem verdade que as dores dos que nos são queridos tambem nos afectam muito.
Já passei por uma alopécia, que se manifestou passados 3 meses, por via de um grande desgosto.
Mas vale a pena ter amizades assim, para poder partilhar o bom, e o resto...

Mnemósine disse...

Não saber bem o que se passa mas ter a perfeita noção de não há nada que possamos fazer para ajudar é das piores coisas que podemos sentir.
E não há muitas coisas que se comparem ao alivio de se ver com os próprios olhos que tudo se encaminha bem.
Coragem, Kitty Fane!