sexta-feira, 11 de junho de 2010

E vocês seriam capazes?


Audrey Tautou

A doce bailariana fez-me uma pergunta interessantíssima:

Eras capaz de te apaixonar por um homem interessante e educado, que não tivesse dinheiro nenhum nem quaisquer posses?

Eu não sou adepta daquela história do "amor e de uma cabana". Aliás, acho que quando o dinheiro começa a faltar para aquelas coisas básicas que nos fazem felizes, o amor desaparece pelo buraco da fechadura. Mas, com toda a sinceridade, desde que o rapaz conseguisse sustentar-se a si próprio (sim, eu não o iria sustentar como é óbvio. e teria de ser trabalhador, que eu odeio preguiçosos), mesmo não tendo quaisquer posses, eu seria capaz de me apaixonar por ele, sim.

Se bem que acho que as probabilidades de uma relação resultar são maiores se o casal tiver mais ou menos o mesmo nível económico. Para que não deixem de fazer aquilo que lhes dá prazer pelo facto de o outro não ter dinheiro para o fazer - para que possam ir juntos aos mesmo sítios e para que possam fazer as mesmas coisas, sem haver a necessidade de ser sempre o mesmo a pagar.

28 comentários:

Narizinho Lunático disse...

"desde que o rapaz conseguisse sustentar-se a si próprio (sim, eu não o iria sustentar como é óbvio. e teria de ser trabalhador, que eu odeio preguiçosos)"

E, agora, coloco-te eu outra pergunta: e se, por algum motivo, o rapaz inteligente, educado, interessante e trabalhador, mas sem qualquer posse, completamente pobre, não pudesse sustentar-se a ele mesmo? Ainda assim, avançarias nessa paixão e, eventualmente até o ajudavas, ou colocarias um travão nos sentimentos? ;)

Bjitos

Gelatina de morango disse...

Concordo tanto contigo!
É óbvio que não amamos ou deixamos de amar em função da conta bancária, mas que as diferenças às vezes geram problemas como os que falaste no último parágrafo...infelizmente é muito verdade!

Vida de Gorda disse...

Hoje em dia está cada vez mais dificil de alguem ter poses! Recém-licenciado desempregado é igual a homem sem poses. Licenciado empregado também já é igual a homem sem poses. Da maneira que isto vai daqui a dias tamos iguais á China do Mao. É tudo sem poses!

LuLu disse...

Nem mais.. É uma ilusão dizer que "o amor tudo vence", "amor e uma cabana" e por aí.. no dia a dia não há amor que resista a uma carteira vazia, uma despensa vazia e contas por pagar.. não é egoismo é realismo!

Sara disse...

Eu sei o que isso é.
Talvez se ambos fossem do mesmo nível económico as coisas poderiam ser mais simples, mas nunca nada é simples.
E se assim fosse, perderia toda a graça.

Eu fui(e sou) capaz de me apaixonar por alguém com menos poder económico que eu. é dificil não ir aqui, ou ali, ou acolá, porque falta dinheiro? Sim, é dificil. Mas há tanta coisa que se pode fazer sem se gastar dinheiro. Há tanto sitio para ir. Não vou a restaurantes mais finórios, who cares? ir a esse tipo de restaurante deixaria-me mais feliz? Porque gastei mais dinheiro? Porque era mais querido, mais romântico?
(Quem disse que fazer um piquenique não é romântico?)

O importante, e o que nos faz feliz, é a pessoa que está ao nosso lado, e não o dinheiro que gastamos enquanto estamos com essa pessoa. Não há dinheiro nenhum que se compare à companhia, ao sentimento, à cumplicidade, que temos com a tal pessoa.

InêsN disse...

na minha perspectiva um casal não deve ter o dinheiro de um e do outro mas sim o dinheiro de ambos...se existe uma vida a dois não será isso o mais sensato (fazendo cair por terra essa coisa do um tem e o outro não)?

(conta conjunta, tudo para o mesmo bolo...maravilha!)

Anônimo disse...

O mundo mudou, é certo que mudou. Idealistas, suicidem-se!

Cumprimentos. :)

Anônimo disse...

Inês e Sara sem duvida que devia ser assim. Eu acredito que deve ser assim. Porque as pessoas devem amar o outro pela sua personalidade,com qualidades e defeitos. E sinceramente talvez essas relações mais complicadas, qdo existe uma grande diferença económica a separar ambos, sejam as mais fortes em que podemos olhar e dizer sim aquilo é um grande amor, incondicional. Mas o facto é que a maioria das pessoas ainda dá muito valor à condição social e embora me custe dizer isto, há casos em que é quase impossível superar essas diferenças porque não se trata só de saber onde o casal vai passear, onde passa férias, também se trata de ter um assunto de conversa, de gostos em comum e é inegável que uma pessoa com formação académica e outra que não a tem, possuem maneiras muito muito diferentes de ver o mundo, de pensar e agir. Até que ponto se compreenderão? Até que ponto uma mulher aceita manter um homem e o próprio homem aceita depender economicamente de uma mulher? É necessária uma luta diária, quer para superar isso, quer para superar os entraves das famílias.

Precis Almana disse...

Mas o que são "posses"? Porque tu dizes que se trabalhasse e se sustentasse, mesmo que não tivesse posses, tudo bem. É ter bens? E bens de que tipo? Custar-me-ia muito saber que iam estar a avaliar o que tenho ou não tenho, além do meu trabalho, para saber se podem ou não apaixonar-se por mim... Acho mesmo deprimente.
Concordo quando dizes que é preciso o mesmo nível... só que não diria económico, diria mais cultural, intelectual. O resto, se um não pode fazer, o outro ajuda; nada dura sempre, a vida dá muita volta, e se um dia é um que não pode, no dia a seguir pode ser o outro.

Janaína disse...

Estou numa empresa há cerca de 10 meses. Quando entrei, achei interessantissimo um colega, giro giro giro ( ele já está há quase 6 anos na empresa ). Houve empatia mutua, mas quando começamos a conviver mais, cheguei à conclusão que a única coisa que ele sabia fazer era queixar-se da empresa, do receber mal, criticar chefias e blá blá blá.

Não percebo como alguém, com 36 anos, estando insatisfeito não procure algo melhor, que não seja persistente nos seus objectivos, que seja ambicioso, que tente o melhor para si, em vez da mesma lamechice de sempre, depois queixa-se que não teve sorte na vida, porque não tem/teve cunhas. Arghhhhhhhh

Meus senhores, digo-vos... bruta corta-interesse. A pior coisa que pode haver é um gajo sem objectivos de vida, queixar-se sem nada o fazer para o contrariar.

Falaram aqui de licenciados e recém licenciados sem trabalho. Sou licenciada e infelizmente nunca exerci na minha área, é a vida. Não ganho fortunas, infelizmente. Mas ganho o suficiente para me manter. E isso, espero igualmente do meu companheiro.

Resumindo, posso até apaixonar-me mas de dar o passo seguinte, não.



Não se passou nada, porque acho isso mesmo, se não se está satisfeito

Mais um homem... disse...

Eu acho que a vida a dois é mesmo a dois, já tive namoradas mais "afortunadas" e outras menos mas o que me prendia no fim do dia era o quanto mexiam coigo, o dinheiro é um extra, não o motor. Agora que há muita gente que fala fala mas depois se mantêm em relações devido a interesse, também é verdade e isso para mim é muito pior.

Aninhas disse...

Depende da idade.
Pensem nisto.
Aos 20 sim, agora nunca!!!

Aninhas disse...

Depende da idade.
Pensem nisto.
Aos 20, sim....agora nunca!!!

Sílvia disse...

Se é "amor" o saldo da conta dele não deve fazer a minima diferença. É ultrapassável e com esforço e imaginação tudo se consegue, desde que em conjunto. Não deve portanto ser determinante para o "make or break" da relação. Mas é preciso que haja comunicação!
Se faz diferença, é porque não é.

The Allure House disse...

Impossible. No way. Ou possuem mais ou menos o mesmo nível económico ou várias inseguranças emocionais se v
ao abater sobre o casal. Esta agora um homem a depender de mim e à boa vida, marchava logo a toque de caixa. lol

H disse...

Concordo. Jamais poderia ter um relacionamento com uma professora, pois ganho quatro vezes mais, e tenho o dobro das férias e assim querendo eu ir a NY, Tóquio, Londres, Miami todos os anos só poderia se a sustentasse.

Sara L. disse...

Meninas, não sobre-racionalizem estas coisas... quando a paixão ataca a sério, todos esses aspectos são completamente secundários. Mas alguém consegue controlar à partida se se vai apaixonar (ou não) pela pessoa "x" ou "y" só porque ela é mais assim ou menos assado? Quem é que nunca se apaixonou pela pessoa aparentemente improvável, sem conseguir fazer nada para o impedir?

Agora se me vierem falar do que acontece quando a paixão inicial esmorece e as coisas não conseguem evoluir para algo de mais sólido... aí a conversa é outra, e acredito perfeitamente que este tipo de diferenças (como tantas outras) comecem a ser empecilhos.

Mas numa fase inicial... who cares? Não resistam ;o)

Sílvia disse...

Perdoem-me mas há aqui algo que me escapa. A ver se percebo: nós, mulherio, que apregoamos aos sete ventos a igualdade de direitos e tal e coiso e o diabo a quatro, é só para o que nos convém, correcto? É porque não nos faz confusão uma mulher em determinada altura ter que depender do homem mas já o contrário nem pó! Óbviamente que se o tipo não levanta o rabo do sofá e não faz pela vida é legitimo que uma gaja perca a pachorra. Mas se o homem é trabalhador e se o amamos não vejo o porquê da coisa falhar. Claro, desde que haja sempre aquela coisa insignificante que dá pelo nome de "comunicação". Não é falar. É comunicar.

Loira disse...

Conseguia, sim... aliás, mais facilmente q apaixonar-me por alguém com um nível intelectual diferente. Porque, apesar de tb não acreditar no amor e uma cabana, hoje em dia as coisas já não são assim. Uma pessoa culta e inteligente pode ter um trabalho precário e nem sequer ganhar bem. Tudo se arranja, a vida muda... ou eu sou uma optimista ou então não sei. Alguém que hoje não tem casa ou ganha pouco mais do ordenado mínimo está condenado a ficar assim para sempre? Quem sabe se daqui a 10 anos não estará numa posição bem melhor?

Woman Once a Bird disse...

Na minha perspectiva, também podemos colocar a questão no sentido inverso: e se ele (ou ela) tiver mais "posses" que eu? Colocam-se os mesmos entraves?

All Eyes On Me disse...

Provavelmente tenho ainda uma visão muito romântica da vida..e apesar de os anos passarem cada vez mais depressa, e as sucessivas desilusões amorosas já pesarem bastante...não consigo deixar de acreditar num amor totalmente desprovido de materialismo!
Não temos que ficar de braços cruzados a rezar para que do dia para a noite ele arranje um novo emprego milionário..nem temos que dispensar um grande amor porque não nos leva aos melhores restaurantes e em viagens de luxo! Quando se ama, ultrapassa-se tudo! E não digo "ultrapassar" no sentido de sofrer em silêncio e aceitar uma diferente condição económica fechados em casa, mas sim no sentido de acreditar que quando duas pessoas se amam lutam jUNTAS por uma vida melhor! podem passar por situações mais complicadas de gerir..mas têm esperança e batalham para inverter a situação!

Estou totalmente de acordo com o que diz a InêsN.. no amor não tem que haver o "meu" e o "teu" dinheiro.. há apenas o "nosso"! e se alguma vez tiver um namorado com dificuldades económicas acho que até ficaria feliz por poder proporcionar-lhe uma vida melhor! (claro q tudo isto com conta, peso e medida!)

Patita disse...

é a primeira vez que comento mas tinha que fazer porque o tema até me diz alguma coisa, pessoal e directamente.

Não entendo... As mulheres andaram durante anos a reclamar a igualdade de direitos e agora...
Eu posso dizer que quando conheci o meu mais-que-tudo (lol, gosto da expressão) ele ganhava pouco mais do que eu. Passado uns anos ele ficou desempregado e (infelizmente) tive que o "sustentar". Agora ele ganha 3 ou 4 vezes mais do que eu. Do ponto de vista aqui apresentado, das duas uma, ou eu o tinha despachado naquela altura ou ele me vai despachar agora...
Tudo na vida é relativo...
Não concordo com um "amor e uma cabana" até porque não funciona, mas vamos com calma porque a vida dá muitas voltas.

bjs

1REZ3 disse...

Mas será possível que as pessoas percam a sua identidade e independência após assumirem uma relação? Será que enquanto se estão a conhecer não colocam os pontos nos "i"s? Se alguém gosta de viajar, por ex., antes de estar com outra pessoa, terá que mostrar precisamente isso antes. Ou estarei errado?

Anônimo disse...

Essas tretas dos amores e as cabanas também não são para mim. Quanto muito, tolero o amor na cabana...

Bem, mas voltando a um tom sério. Concordo que seja muito mais fácil quando as duas pessoas têm níveis económicos semelhantes. será mais fácul ainda, quando os níveism culturais também o são.

prada disse...

Cultura e dinheiro devem ser equiparados, discrepâncias só trazem problemas mais dia menos dia!!!

I. disse...

Credo. Nem acredito no que li, quer no post, quer em comentários.
Concordo totalmente com um, todavia: o da Precis Almana.
Lá em casa, o dinheiro que entra é para ser gasto com os dois, não interessa quem pagou o bife ou quem pagou as batatas, os pratos levam exactamente o mesmo.

Homem disse...

que desilusão de comentários...
que desilusão de mulheres...

Joana disse...

Isto tudo parece-me uma "barbaridade", peço desculpa pela expressão.

As pessoas não se apaixonam pelo nível económico, se me falarem em não terem os mesmos interesses...isso sim, pode ser um factor capaz de corromper uma relação. Namoro quase à dez anos e só tenho 24 e as relações são muito mais do que isso , mas também acredito que há muita gente que procura uma companhia para "gastar o dinheiro",mais do que um amor.

Uma pessoa pode ser trabalhadora e não conseguir fazer viagens, eu própria sou licenciada ainda tenho mestrado, trabalho na minha área e não me sobra muito para poder viajar, como faço questão de pagar as minhas contas e não tenho pais para me bancarem o que quer que seja...isso não faz de mim menos mulher ou menos desejável, quando se ama verdadeiramente damos aquilo que temos e o que não temos e se tivesse dinheiro, teria todo o gosto em oferecer viagens ao meu namorado, se ele não as pudesse pagar...e isso seria tudo menos sustentá-lo, uma vez que ele trabalha tanta como eu!