sexta-feira, 11 de junho de 2010
Ainda o nível económico
Por exemplo, eu tenho uma amiga que namora há cerca de dois anos com um rapaz com um nível económico abaixo do dela. A minha amiga, que andava sempre a viajar, que até viajava sozinha quando não tinha companhia, que todos os fins-de-semana ia para fora cá dentro, que andava sempre de festa em festa, neste momento fica quase sempre em casa. E porquê? Porque o namorado não tem dinheiro para viajar e ainda tem dois filhos pequeninos com quem fica aos fins-de-semana, e que, naturalmente, o impedem de ir para certos sítios. A minha amiga ama-o, muito, eu sei que sim, mas de vez em quando queixa-se para mim. Queixa-se sobretudo depois das minhas viagens, depois dos meus fins-de-semana aqui e ali. Diz que sente que parou no tempo, que nunca vai para lado nenhum. Eu digo-lhe muitas vezes para ela vir comigo, mesmo que ele não possa vir, mas ela diz que ele depois ficaria triste e ela também não o quer deixar assim. Eu compreendo-a. Ela por um lado está feliz porque tem a pessoa que ama. Mas por outro sente-se presa a uma vida que não é a dela.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
35 comentários:
como eu a compreendo!!!
eu vivo a mesma situação, com a agravante de ele estar a pagar as dívidas que a mulher contraiu antes do divórcio...
eu amo-o e agora temos uma bebé, mas por vezes sinto falta da liberdade que tinha para viajar e passear antes de haver um "nós"...
são escolhas...
Ou se gosta ou não se gosta...
.
tudo dito :"pressa a uma vida que não é a dela" ....
BFS
kss
Mais tarde ou mais cedo explode! Escreve aquilo que te digo!!
Quando nos apaixonamos por uma pessoa, estamos na mesma onda que a dela, mas com o tempo começamos a sentir falta daquilo que já estávamos fartas, quando o conhecemos... sei do que falo!!
Beijocas grandes
qndo passamos a amar a nossa vida muda sempre, quer seja para melhor que seja para pior. Por vezes o amor faz-nos evoluir outras vezes nao. Amar e complicado...
Meu deus. "No money, no life." Isso qualquer dia explode com o devido respeito se me permite. Essa história de "O amor e uma cabana" é muito bonita, mas só na ficção mesmo. Ou ela gosta mesmo dele e está pronta para abdicar de certos prazeres da vida ou então mais vale repensar o caso. Antes só que frustrada uma vida inteira a pensar "e se eu tivesse feito isto e aquilo. agora não posso, o seguro morreu de velho.". E depois não só tanta insegurança porque, o outro depende dela é caótico. Um amor assim não é de ferro e com o tempo em raiva, rotina, aprisionamento excessivo, egoísmo e frustração se irá transformar. O caso é complicado. Ela que saia mas, que o traga com ela ou então sugira que ele arranje um emprego melhorzinho. Imagino a quantidade de dúvidas numa união assim, mas quando o amor é mais forte é como dizem tudo vence. :)
Beijo.
Concordo com o Trintão - "ou se gosta ou não se gosta". O amor é isso mesmo, é gostar da pessoa pelo que ela é, com todas as suas qualidades, virtudes, defeitos e limitações. É aprender a ceder um pouco de nós próprios sem que isso seja um incómodo ao nosso bem-estar ou uma ameaça à nossa auto-estima. É sentir que ficamos incompletos sem a presença daquela pessoa, mesmo que nem todos os momentos sejam cor-de-rosa. Ninguém disse que era fácil... mas as dificuldades também fazem parte do caminho.
Há quem consiga abdicar de tudo e mais alguma coisa pela pessoa que ama, e há quem não esteja disposto a isso. Sinceramente, e cada vez mais, não me parece que o amor deva ser medido pela quantidade de sacrifícios que se façam ou não. Isto é tudo muito bonito de se dizer, mas quando essa "pequena" insatisfação nos vem à cabeça, por muito leve e insignificante que ela pareça, com o tempo acabará por criar uma série de frustrações, e não há felicidade que resista a isso.
Claro que isto depende da maneira de ser de cada um. Também há quem esteja disposto a largar tudo e a viver apenas em função do amor que sente, sem qualquer tipo de insatisfação. Nesse caso, acho que sim, que o façam.
Eu, conhecendo-me como me conheço, não o faria.
Se for uma pessoa esforçada, compreende-se... até porque por vezes somos condicionados por factores menos abonatórios, como é o caso da Nuvem e muitos outros.
Agora se não fizer pela vida, vai de carrinho.. para ir mais rápido.
Ainda assim acho a diferença do nível cultural pior :) mas não é fácil mesmo a nivel economico...faz-me lembrar aqueles episodios do sexo e a cidade quando a Miranda conhece o Steve :)
E ele não repara que ela não é completamente feliz?
É como se diz, quando se ama mais vale deixar o passaro voar...
O amor aguenta tudo, até um dia...
beijinhos*
Tem bom remédio.
Para responder a este e ao anterior...
Bom, achei uma tristeza a maioria dos comentários.
A maioria de vocês não faz mínima ideia do que seja uma vida em conjunto e aquela história do "juntos para o melhor para o pior" não faz qualquer sentido para vocês.
Não sei se será imaturidade ou simplesmente egoísmo, seja o que for acho uma tristeza que assim pensem.
Numa vida em conjunto ninguém sustenta ninguém, ambos se inter-ajudam, partilham-se as alegrias e as tristezas, o bom e o mau.
Umas vezes um estará melhor que o outro, outras vezes estarão ambos mal, ninguém sabe o futuro, o importante é manter sempre o laço familiar.
Mas atenção eu falo de relações onde existe amor, não falo de relações onde o ponto fulcral é o interesse económico, se para vocês este segundo tipo de relações é que interessa então por favor ignorem este comentário.
Deixo apenas um aviso, cuidado que se o vosso gajo de repente aumentar o seu poder económico pode sempre dar-lhe na cabeça trocar-vos por uma melhor...
Ter outra pessoa na nossa vida - qualquer que ela seja - é sempre um factor de limitação. E ninguém deixa de amar ou de manter relacionamentos por causa disso (a menos, claro, que não goste da outra). Dentro do universo dos factores de limitação possíveis, o dinheiro até não é dos maiores.
Eu vivo esta situação...
Concordo plenamente com um comentário do post anterior que diz que numa relação não deve haver meu e teu mas nosso.
O problema é, como no meu caso, quando nenhum dos dois ganha ainda (já está quase a acabar esta situação, graças a Deus!!).
Eu só gostava de saber a resposta ao meu eterno dilema...quem é que está certo: o que quer financiar as saídas quando o outro não pode, ou o que não quer fazer mais coisas porque não tem dinheiro, e obriga a que nenhum dos dois faça. Anyone?
Pedro Almeida:
Pelo que percebi neste post, e a Kitty que me corrija se eu estiver errada, o exemplo dado fala de um namoro e não de um casamento.
Quando as pessoas vivem juntas (casadas ou não, tanto faz), existem responsabilidades que devem ser partilhadas. Eu já vivi junta e ajudei, e fui ajudada, e partilhei, dividi, e tudo isso que uma vida a dois implica.
Agora, num namoro? Sinceramente, eu não acho que tenha de pagar as contas de um namorado, nem que tenha de deixar de fazer a vida que gosto e que posso por causa de um relacionamento que eu nem sei onde vai dar.
Será imaturidade? Acho que com 38 anos já aprendi assim um bocadinho para saber minimamente o que estou a dizer...
Pedro Almeida,
O início de um namoro é diferente de um casamento. E namoro serve para isso mesmo, dar à outra pessoa o que somos e dar-nos a conhecer, gostos, preferências...para depois se chegar à conclusão ou não se realmente é aquela pessoa que queremos fazer um projecto de vida em conjunto.
A vida a dois é uma partilha de experiências, boas e más. Sim, as pessoas devem apoiar-se mutuamente, mas não quer dizer que se seja cego. Perda de emprego, um acidente que mude drasticamente a vida, uma doença, factores que são exteriores podem acontecer e mudam a vida a qualquer um. Azares acontecem a todos. E nestes casos, não tem nada a ver com preguiça.
Se o meu namorado decidir dedicar-se à arte da coceira, passar o dia inteiro à frente da TV, jogar playstation,não se esforçar também ele para um futuro a dois... vou estar eu a construi-lo pelos dois, se não existe vontade do outro lado? Não e não.
Como alguém disse, quando se tem 20 anos é possivel, agora quando se tem 30... muito difícil.
Sabes qual é o maior disparate? Ela não ir contigo "porque ele fica triste". Ou não o levar com ela e em vez de duas viagens, fazer uma. É isso que não entendo. Porque quando há amor queremos ver o outro feliz. E isso é válido no primeiro caso - ele não tem que ficar triste - e no segundo - se ela puder pagar-lhe uma viagem, ou ambos pouparem para ele também ir, não deve qualquer dos dois ficar a matutar.
Gelatina de Morango: evidentemente a primeira situação. Que, pelo que tenho visto em redor, só acontece quando estamos perante pessoas generosas que dão até o que não têm. E não são muitas.
Pedro Almeida,
"tem bom remédio" - ela viaja e ele fica em casa. Fim de discussão. Qual é a parte que é de difícil compreensão?
Egoísmo? E o egoísmo da parte dele?
Gelatina,
o meu comentário pode ser visto como uma terceira hipótese no teu caso.
E isso não significa falta de amor da tua parte. Tu abdicas de ti por ele. E ele por ti?
A vida é mesmo isto, evoluir! Uma vida a dois é ceder! E Eu prefiro um AMOR e uma cabana, do que viver um amor de conveniência, prefiro comer uma bifana ali na esquina, do que num bom restaurante! Se o pacote viesse completo melhor ainda, mas se só poder vir uma coisa, então o AMOR é a minha prioridade!
Estas senhoras calavam-se todas no instante em que lhes saísse na rifa um homem bem ornado economicamente. Às vezes tenho vergonha de ser mulher no meio delas!
Juro que não percebi o sentido do comentário da Paula no meio disto tudo (devo ser meia limitada, não sei).
Mas já fiquei satisfeita com os restantes esclarecimentos ;)!
Paula, criatura rara. De tão rara não devia sentir-se envergonhada. Antes devia ir para museu.
"Complicadíssima teia
onde se perde
o bom-senso
e as mais sagradas razões"
poema cantado por Camané
é uma triste realidade...
Mas de facto as pessoas são muito materialistas, mais materialistas do que julgam ser.
Na minha opinião, o que faz uma relação realmente funcionar é o nivel intelectual, a capacidade de entre ajuda, a compreensão mútua and so on... O nível económico devia ser o menos importante, até porque, como já foi dito anteriormente, a vida dá muitas voltas. Agora é ela que se queixa e daqui a uns anos? Nunca se pode prever como uma relação vai decorrer.
Ainda assim, pese embora alguns comentários, acho as mulheres mais idealistas do que os homens. Elas ainda são capazes de acreditar que com muito amor e compreensão podem ultrapassar os obstáculos, têm mais capacidade de apoio.
Os homens viram facilmente as costas a uma mulher com poucas posses, divorciada e com filhos pequenos (estou a falar na perspectiva invertida do caso que foi apresentado). Eu já vi isso acontecer.
Por outro lado, os homens (atenção não estou a condenar todos, obviamente há algumas excepções) olham para o status da mulher, o meio de onde ela vem, se tem estudos ou não, se tem posses...
Neste caso também sei do que falo porque já vi uma pessoa amiga, excelente rapariga, bem educada, licenciada, com valores, mas sem posses, não veio de uma familia abastada, trabalha para ganhar um salário que a sustente. E o "homenzinho" com quem ela andava? Acabou por trocá-la por uma mulher "bem".
(são este tipo de homens que traem as esposas, but who cares? o que importa é o conforto certo?...)
Como eu compreendo a tua amiga.
Mas o AMOR REAL não é precisamente isso? Partilhar os bons e os maus momentos? Apoiar na riqueza e na pobreza? Se calhar, eu sou ingénua e sonhadora... Mas quando se ama de verdade, ama-se em todas as situações, sejam elas mais ou menos boas! ;) Bjitos
Gelatina de Morango:
O sentido do meu comentário não foi nada pessoal, nem dirigido a ninguém em particular; mas do que li, a maioria das mulheres expressaram aqui como entrave a uma relação saudável, a discrepância do domínio económico entre elementos do casal, expresso como negativo quando “ela ganha mais do que ele”. Eu apenas discordo. E se me permite (e a dona do blog também) eu explico: historicamente o homem ganha mais do que a mulher, mesmo desempenhando as mesmas funções. Poucos se concentrarão num casal (heterosexual) quando é o homem a maior fonte de sustento. Não é preciso ir muito longe, basta pensarmos na geração a montante: os nossos pais, e.g.. Ainda bem que actualmente se começa a verificar o oposto! Ainda bem que actualmente, nos damos ao luxo de discutir a "chatice" que é ela ganhar mais que ele, pois significa que as mulheres estão a melhorar a sua situação económica. Mas daí até considerar que isso é um entrave a um relacionamento saudável: vamos com calma. Quando a questão é colocada nos termos propostos no post, é puro egoísmo e egocentrismo. Já não estamos a falar de namoros, de jantares ou de viagens. Tudo se resume a assumir uma vida a dois ou não.
E agora, a ironia do meu comentário: muito honestamente, está a imaginar a mulher comum (salvo raras excepções… mas são estas que estabelecem a regra) a recusar uma relação com um homem porque ele ganha mais do que ela? “Aiii vou afastar-me porque ele ganha o dobro que eu e depois não posso acompanhar o estilo de vida dele”… Pois.
Fico triste quando assisto a comportamentos unidireccionais: queremos igualdade, mas só quando estamos na mó de baixo, porque quando estamos na mó de cima, já era!
mas que união esquisita!
parece-me que ambos serão parvos.
1º porque ele tem de dar espaço a ela e vice versa.
sou casado e não tenho prob. nenhum que a minha esposa vá passar um fim de semana/semana com a irmã, por exemplo.
como eu vou uma semana até casa da família, para visitar a mãe e irmãos, sem que ela fique chateada.
assim sendo, tanto ela deveria ir dar uma volta contigo sem ele ficar chateado, como ele, poderia ir dar uma volta com os amigos num fim de semana sem ela ficar chateada.
coisas esporádicas que só lhes fazia bem.
fala com ela e expões a coisa, se realmente gostam um do outro, devem permitir estes "luxos", caso não o possam fazer em conjunto.
se a vida mudar para melhor, será possível então aproveitarem a vida em conjunto. ainda iriam agradecer as "folgas" que deram um ao outro.
Paula: vénia. profunda.
Ainda ontem estive a falar sobre isso com o meu namorado. Pessoas de niveis socio-económicos diferentes nunca vão dar certo por muito tempo. O amor é muito bonito sim, e o que interessa é a personalidade da pessoa, mas e o resto? e a individualidade? e a independência? e a ambição que um tem e o outro não? é sempre complicado. as relações não são assim tão lineares como "se gosto de ti, se gostas de mim, se isto não chega tens o mundo ao contrário".
Acho que a tua amiga se está a limitar sem ninguém lhe pedir. São coisas que as mulheres fazem e depois as afunda em descontentamento, porque privam-se de tudo e acabam por não ter o mesmo retorno, porque eles não são assim e nunca se sentem "a dever". De vez em quando ela deveria ir arejar, sair, sim, fará com que se sinta bem e inteira. E a relação só beneficia com isso, porque depois quando ela prescindir dos seus momentos para apoiá-lo não sentirá que tem "a haver", há-de fazê-o por companheirismo, e não por sacrifício ou obrigação (que é o que cria ressentimento). Se fosse ao contrário, era o que ele faria, sem qualquer dúvida ou "tristeza".
Os homens quando têm problemas querem sempre que quem está ao seu os ajude (o velho arquétipo "mãe"), por isso fazem uma espécie de jogo emocional para apelar ao lado maternal da mulher. Se ela cede por sistema, acaba por criar uma obrigação à qual ele se habitua e não saberá dispensar, e à qual ela se vincula e não saberá cortar (porque cria para si mesma uma sensação de culpa).
Não me parece nada egoísmo ela querer estar bem, é bom para ela e para a relação. O que me parece egoísmo é ele não perceber isso e querer imputar-lhe as limitações e as responsabilidades que ele já trazia da vida anterior.
Just like me...
Postar um comentário