terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Acabar com o Sistema Nacional de Saúde?


Sarah Michelle Gellar

Eu encho-me de urticária quando oiço alguém dizer que se devia acabar com o sistema nacional de saúde. Ah e tal, aquilo não funciona. Ah e tal, as listas de espera são enormes. Ah e tal, os médicos e enfermeiros que lá trabalham são uns incompetentes. Ah e tal, já fui muito mal tratada lá. Ah e tal, o meu pai foi vítima de erro médico. Odeio, odeio tudo isso. Porque quer-me parecer que essas pessoas das duas uma - ou não fazem ideia do que estão a dizer ou então nunca tiveram um problema de saúde realmente grave. A esses aconselho-os a irem uns tempos aos Estados Unidos e a ver realmente como é não ter um Sistema Nacional de Saúde. Sim, que os seguros de saúde são muito bonitos, mas quando toca a um problema grave, as despesas são mais do que muitas e a maior parte das pessoas não têm dinheiro para pagar um seguro que cubra tudo. Aliás, eu posso dizer que se morasse nos Estados Unidos e tivesse tido o problema de saúde que tive, estava neste momento a pedir esmola ou então já tinha morrido porque não tinha dinheiro para me tratar. E penso imensas vezes nisso.

O Sistema Nacional de Saúde funciona mal? Funciona. As listas de espera são enormes? É verdade. Na maior parte dos hospitais públicos não há organização? Verdade. Mas, apesar de tudo, quando lá vai alguém parar eles estão lá - excelentes médicos e excelente enfermeiros - e as coisas funcionam muito bem.

Das minhas três cirurgias, duas foram em hospitais públicos e uma no privado. Não vi diferença nenhuma, tirando a parte do conforto, claro. A simpatia e a competência das pessoas foi igual. E numa paguei mil e quinhentos euros já com o acordo com a minha seguradora, e nas outras não paguei nada. Portanto, há uma grande diferença.

É óbvio que os hospitais privados também são muito importantes. Eu para quase tudo recorro a eles (só nos assuntos relativos ao meu problema de saúde é que recorro ao público), mas apenas porque é tudo mais rápido, porque - é verdade - funciona melhor, e porque tenho seguro de saúde que me permite fazer isso. Mas há quem não o tenha e para esses e para quem precisa como eu já precisei, o sistema nacional de saúde continua a ser o melhor.

36 comentários:

Anônimo disse...

concordo contigo...em relação a este tema recomendo vivamente que vejam o "Sicko" do Michael Moore.
beijo
sascha

Unknown disse...

Concordo contigo. Os EUA são uma desgraça nesse aspecto... basta ter acompanhado o E.R. para ter uma pequena ideia...
Beijocas

Sandra disse...

Sei que agora tem um nome diferente, mas o antigo não dá para enganar:
S.Francisco Xavier RULES!!
Sempre que algum membro da minha família ou eu precisámos, mesmo com algum tempo de espera nas urgências, fomos bem atendidos! Exames e análises demoram um pouco é verdade, mas ninguém sai sem ser observado,diagnosticado e medicado.
Podia ser melhor é certo mas...dizer mal por dizer ou querer acabar com o SNS é de uma ignorância...

Jane Doe disse...

Por acaso acho que tens toda a razão... os portugueses só se sabem queixar...

Anônimo disse...

Tens mais do que razão. Eu penso nisso cada vez que oiço alguém a dizer mal... É que nem é preciso atravessar o oceano para ver que devíamos ter melhor consideração pelo nosso sistema de saúde. Em países "mais desenvolvidos" como a Inglaterra, os serviços são bem piores.
Em relação à diferença entre SNS e seguros, posso dizer que já tive a experiência de estar hospitalizada num hospital público e num privado, e no meu caso posso garantir-vos que o público era de longe o melhor! Tinha melhores instalações e melhores profissionais. No privado, como era doente "de seguro" era deixada para 2º plano...

Fuschia disse...

Ok, mas acabas por concluir o mesmo. O sistema nacional de Saude é mau principalmente porque tudo ali demora tempo. Se uma pessoa está doente e precisa de apoio já, não é bem tratada pelo hospital que a faz estar muitas horas à espera de assistência. É claro que existem bons profissionais no sistema nacional de Saude, até porque, são os mesmos que depois trabalham no privado. Não percebo o porquê da urticária, quando a verdade é que há mesmo muita coisa a ser melhorada na Saude Publica.

I. disse...

Eu não tenho e recuso ter seguro de saúde. Por pura teimosia, mas se pago o equivalente para ter ADSE não vou gastar outro tanto só pelo conforto e rapidez.
Confio no SNS e nos seus profissionais, ainda que haja situações em que se exaspere à espera. Mas não desisto.

CarlaB disse...

Num dos comentarios refere o facto de o publico demorar muito, eu tambem pensava assim até recorrer mais frequentemente ao particular. Ainda ontem numa consulta com a pediatra marcada as 17.45 só fui atendida as 21h, não posso queixar-me pois a consulta foi marcada no proprio dia pois a minha filha está doente, coisa que nao consigo no publico. Mas por exemplo, na semana passada tinha marcado uma consulta as 11.45 e eram 13.30 e ainda nao tinha sido atendida, acabei por ir embora perante o espanto da auxiliar.
No entanto quando estive gravida e tive que ser internada, e apesar de ter seguro nao pensei duas vezes, publico. Não tem conforto mas sabia que em termos medicos estava com os melhores.
A minha mae tem cancro e tem sido acompanhada no IPO, e só posso dizer bem de todo o serviço (complexo) prestado.

Concordo com a Kitty, dá jeito o particular para pequenas coisas mas quando a doença é grave, nao tenho duvida: hospital publico.

Anônimo disse...

não vejo como é que é possível comprar o problema dos EUA com o de Portugal mas enfim...
Quando as pessoas dizem "acabe-se co o SNS" referem-se, única e exclusivamente, a deixarem de pagar impostos destinados à área da saúde (embora se reconheça que seja dificil dizer para que areas vão os nossos impostos) e passarem a destinar parte desse dinheiro a um seguro de saude particular. Não se trata de poderem escolher entre público ou privado, trata-se sim de canalizar todos os serviços de saúde para o particular. Sim, porque não podemos negar que tudo o que é privado funciona melhor neste país... Por acaso tenho ADSE e um seguro de saúde privado e não me lembro de ter utilizado ADSE uma única vez...
Sempre que precisei de uma cirurgia recorri ao privado onde fui bastante bem atendida: simpatica, conforto, competencia. Quanto à tua pergunta onde estão os excelentes médicos e enfermeiros... bem os enfermeiros não sei, mas os excelentes médicos que dizem que estão ao serviço do SNS normalmente são aqueles que dizem "entre dentes" que também trabalham no privado, onde as coisas são mais rápidas e funcionam melhor.
Sejamos realistas: neste país, na área da sáude, quem tiver dinheiro está safo, não são precisas listas de espera. E até estou agora a pensar em alguns dos meus médicos. Sim, trabalham todos no SNS, um deles até no IPO, não obstante preferir ser atendida por ele no consultorio privado.
Comparar a situação com os EUA é que não. Ao falar-se de certos assuntos precisa-se de um certo "background". Não chega atirar o barro à parede, ah e tal que falei de um assunto tão interessante com uma ligeireza enorme...
Em relação a erros médicos dou-te aqui o meu exemplo e possa ser que consigas perceber aquilo que as pessoas dizem: dei entrada nas urgencias de um hospital publico, num feriado, onde demorei toda a tarde para ser atendida, pois só estava um medico disponivel. Mais precisamente foram 9horas até me darem um diagnostico. Diagnostico esse errado, porque (vergonha das vergonhas) o medico olhou para a radiografia e diz que lhe parece que não vê nada e no mesmo instante começa a discutir com os outros medicos quem vai jantar primeiro. Compreendo que os srs precisem de jantar como é obvio, mas à frente de um paciente, no momento em que um dos medicos estava a fazer o diagnostico, despachou-me em tres minutos depois de estar aquele tempo à espera, disse que aquilo não era nada, quando eu precisava de repouso absoluto. Resultado: no dia seguinte, cheia de dores, fui a um privado, em que no mesmo dia, além de vários exames, disse-me que o meu diagnostico foi mal feito e que, de facto, precisava de repouso absoluto. é disto que as pessoas falam quando referem "erros médicos".
Em suma: tudo o que é privado neste país funciona melhor. Prova disso é que paulatinamente se vai tentando implementar isso. A propria gestao dos hospitais público está privatizada... a gestao das universidades públicas... é inevitável.

art.soul disse...

certíssimo

Cinderela disse...

Eu também penso muitas vezes isso, que se vivesse em alguns países (nos EUA, por exemplo), a minha vida provavelmente seria bem mais complicada. Lá, se os tratamentos não garantirem uma probabilidade de cura que as seguradoras considerem razoáveis, elas não comparticipam a medicação.
Com todos os defeitos do nosso SNS, eu fico feliz porque aqui ainda não paguei um cêntimo pela minha cura. E se pensarmos nisso, até nem custa tanto pagar a segurança social ao fim do mês.

Anônimo disse...

Concordo plenamente contigo. Infelizmente, em Portugal, há muita gente mal habituada.

Dulce

Vida de Gorda disse...

O sistema de saúde funciona. Mais ou menos. Eu que estou á dois anos numa lista de espera neste momento já não preciso da cirurgia para nada. Mas se precisasse continuava á espera. E só não tiro o nome da lista para lhes poder esfregar na cara que resolvi o problema sozinha.

Sim, há mais de 2 anos numa lista de espera...

Anônimo disse...

Nem pensem em acabar com o SNS.
Não o uso felizmente e por enquanto, mas com um país tão pobre, que seria dos quase dois milhões de pessoas que não têm acesso a mais nada?
Há pessoas que só olham para o seu umbigo!!!

Marisa disse...

Nao sei de onde saiu essa ideia estupida, mas acho do pior que podia acontecer no nosso pais. Se nos EUA que sao um pais rico é o que se sabe, imagine-se em Portugal.
Tambem nao gosto nadinha da nossa ministra da saude, principalmente depois que a ouvi dizer afirmaçoes muito duvidosas relativamente a partos e afins!

Margarida disse...

Cá em casa temos notado é uma grande diferença em relação ao centro de saúde. Agora andam sempre em cima das pessoas para fazerem exames e coisas. A minha mãe sempre foi um bocadinho desleixada, e agora, não deixam. Porque estão sempre a ligar-lhe para lá ir. São eles que a chamam. Pelo menos, numa coisa melhorou. Em relação aos hospitais e listas de espera, não estou dentro da coisa. A única coisa que sei é que os portugueses se queixam muito, e em tudo. Às vezes nem sabemos em quem acreditar. O melhor mesmo é ver para crer :P

renovada disse...

O nosso SNS pode ter muitos problemas, e tem. Mas tem vindo a ser cada vez mais trabalhado e melhorado. Se pensarmos bem como era há uns meros 10 anos atrás era muito pior. As listas de espera têm agora uma estrutura por trás que funciona, pelo menos na minha área de residência - Algarve - que para muitos é o fim do mundo - funciona. A minha avó foi operada no privado pouco mais de um ano depois de ter entrado na lista de espera. Como o Hospital da área de residencia não deu resposta em tempo útil, recebeu um vale de cirurgia e fez a operação no privado a custo zero. Agora, depois de um AVC que a atirou para uma cama, entrou na Rede Nacional de Cuidados Continuados que é uma mais valia enorme, e só quem se vê a precisar dela é que dá o devido valor. Há 2 anos isto não teria acontecido. Há 2 anos a minha avó teria ido do hospital para casa porque os meus pais não têm 1500 euros para um Lar. Assim, a minha mãe pode continuar a trabalhar e sentir que a minha avó está num sítio onde tem toda a assistencia necessária e pelo tempo que for preciso.
É muito fácil falar mal, mas para mim, felizmente tem sido muito fácil falar bem.

Soraiadodot disse...

Eu acho uma parvoíce completa alguém dizer que se deve acabar com o SNS porque tudo o que é doença grave o SNS resolve sem pagar (quase) nada.
Se fosse como em outros países, nomeadamente Suiça (tenho uma amiga de lá com quem já discuti acerca disto por diversas vezes), gostava de saber quem é que tinha dinheiro para andar a pagar seguros de saúde caríssimo.
Quanto às mais diversas críticas que podem ser apresentadas:
1. As urgências e as consultas demoram muito (é verdade, aqui a falha está nos cuidados de Saúde Primários que não triam os casos que realmente necessitam de tratamento hospitalar ou que não dão resposta às constipações ou à dor disto e daquilo, o que faz com que muitas pessoas recorram às urgências porque não têm outro sítio onde recorrer - afinal muita gente não tem dinheiro para ir a um médico particular! Mas tenho esperança que esta questão dos Cuidados de Saúde Primários se resolva a curto prazo)...
2. As pessoas esperam por muito tempo por uma cirurgia 'electiva' (é verdade, mas por mais sofrimento que isto lhes cause isto acontece porque como é óbvio, as URGENTES são primeiras...)
Bom, and so on and so on...

Atena disse...

O SNS na minha opinião o maior mal é as listas de espera!

Eu th um problema de pele e se tiver que ir ao dermatologiasta particular por uma consulta tb espero entre 1 a 2 meses!!!

Eu prefiro o SNS que o particular, mas isto sou eu!!

Bj

Style disse...

Muitas pessoas gostam de falar mal simplesmente por falar! No novo sistema de USF (Unidade de saude familiar), não há nenhum doente que vá ao centro de saúde a precisar de uma urgência que não seja atendido! E, felizmente, a maioria dos centros de saúde estão a transitar para esse regime! Pena, que as urgências de muitas pessoas são pedir receitas, pedir transcrição de pedidos de exames do privado, entre outras coisas que não lembram ao menino Jesus!

Os hospitais, infelizmente, ainda não estão no mesmo grau de organização... em grande parte pela falta de recursos! Agora não venham dizer que a culpa é dos médicos, a grande maioria dá horas a mais (sem remuneração, ah pois é!) e ainda ouve que não faz nada e tal e coisa...

Enfim, e já agora, um segredinho, os médicos do publico e privado são os mesmos...

Kiss*

Alexandra disse...

Obrigada por uma opinião lúcida.

Orgulho-me por viver num país onde TODA a gente é atendida mesmo sem um cartão de crédito (ou de identificação, como já assisti) e ninguém fica à porta do hospital.

Temos médicos, enfermeiros, auxiliares, hospitais fantásticos mas, como sempre, quem fala à boca cheia é quem revela a verdadeira ignorância.

Mnemósine disse...

O problema,penso, é que não há profissionais suficientes..um erro que já tem muitos anos e que tarda em ser corrigido (será assim tão difícil aumentar as vagas no ensino superior?). O resto vem por arrasto.

raquel disse...

Subscrevo totalmente o que aqui escreveste.
Poderia contar algumas peripécias em clínicas privadas que são de bradar aos céus. Mas se fosse no público era o fim do Mundo.

Miss G. disse...

Gostava só de perguntar ao anónimo se, e espero sinceramente que não, um dia vier a ter uma doença grave, nas quais por vezes 6 tratamentos custam perto de 30 000€, vai recorrer ao privado.
Se deixarmos de pagar impostos relativos à saúde o que é que acontece? O SNS vai à falência. E as pessoas que não podem pagar seguros? Ou as pessoas que não fizeram seguro até à idade limite e agora não podem fazer? E ainda há muitos seguros que caducam a partir de uma determinada idade.
E confesso que tenho medo das novas parcerias público-privadas. Porque, enquanto que no SNS não há preocupações com o lucro, nestas parcerias não sei como vai ser.
Acho que nisto como eu tudo quem já passou por doenças com tratamentos caros ou tem familiares a passar sabe bem que os privados são bons quando o caso não é assim tão grave.
Além de que há hospitais privados que tratam as pessoas dos seguros como clientes de segunda.
E uma coisa são hospitais públicos geridos como empresas, os EPE, que continuam a pertencer ao SNS, outra são as parcerias que são geridas por privados, outra ainda foi a medida falha da qual já não me lembro o nome, que eram os hospitais privatizados. Medida essa que não deu certo.
A nossa situação não é igual à dos EUA mas, se o SNS acabasse, será que não viria a ser? A comparação da Kitty não me parece tão descabida assim. Mas isto é apenas a minha opinião.

Pepper disse...

Vivo nos EUA e só posso dizer que a saúde aqui é do pior. Que têm os melhores médicos, hospitais, breakthroughs, atendimento, comodidade, têm sim senhor, os hospitais mais parecem edifícios de escritórios de tão luxuosos que são. Mas o custo de tudo isso para o doente é muito elevado.
Porque se Portugal privatizar o SNS acreditem que os valores dos seguros não serão de 80 ou 100 euros mensais como actualmente.

Anônimo disse...

É verdade que os médicos no público e no privado são os mesmos, mas é no sector público que eles aprendem os conhecimentos que aplicam no privado. Duvido que a qualidade dos médicos fosse a mesma se só existisse sector privado.
Quanto ao sector privado, pode ser mais rápido, pode oferecer mais conforto, pode oferecer mais simpatia, mas, ao contrário do que se possa pensar não tem mais qualidade. Iniciei um tratamento numa clínica privada e reparei que o material é do mais reles que há (sou filho de médicos e sei), até no algodão poupararam (foi usada a mesma bola de algodão para desinfectar partes diferentes do corpo - isto não é desinfectar) a seringa caiu ao chão e não foi substituida por uma nova. Isto são pequenos pormenores a que estou atento e que sei que no público não acontecem. Agora imaginem numa cirurgia, em que estamos com os olhos fechados. Só mais uma coisinha, quando alguma coisa corre mesmo muito mal no privado, este sector não tem capacidade de resposta e lá vão os doentes transferidos de urgência para o público (como já aconteceu a uma amiga minha). Sei que vivemos num mundo de aparências, e que para muitos essas são o mais importante, mas por trás da simpatia, da rapidez e do conforto, está um submundo sujo e podre de lucro fácil à custa da desgraça alheia.
Por tudo o que sei, não há nada melhor do que o serviço nacional de saúde. Tem é que se ter cuidado com o rumo que alguns hospitais estão a tomar, nomeadamente na privatização da gestão, adoptando modelos do sector privado.

Anônimo disse...

Logicamente que sou contra o encerramento do SNS!

Penso que o Sr. Anónimo das 15:28h, pelo que descreve, deverá ter recorrido a uma "chafarrica" privada e não a uma clínica, e, "chafarricas" existem no público tanto (ou mais) do que no privado.

Problemas, incidentes e dissabores, existem em ambos os lados, todos nós já deveremos ter ouvido centenas de histórias (algumas inacreditáveis) vindas dos dois lados, portanto nem vale a pena começar a enumerá-las, caso contrário nunca mais saíamos daqui!

Para aquelas pessoas que dizem que quando alguma coisa corre mal no privado se vai a correr com o "rabinho entre as pernas" para o público, sugiro que se informem melhor, pois certamente ficarão surpreendidas mas é com a quantidade de pessoas que, em iguais circunstâncias, fazem o percurso inverso.

Não digo que não haja excelentes hospitais públicos com médicos magníficos, pois claro que sim, que há.

Então para os que recorrem ao "Factor C", são mesmo ouro sobre azul!
Quem nunca ouviu nada do género "sou amiga/filha/prima/cunhada/amiga de ilustre fulano A, B ou C...", e tunga, passa á frente de uma sala a abarrotar de gente e é chamada em menos de 2 semanas para a tal operação...e como bónus conquista a regalia de ser tratada com suprema gentileza pelos, normalmente, tão educados, sorridentes e prestáveis enfermeiros!
E a bela da cunhazita funciona tão maravilhosamente no nosso excelente SNS!!!

Com 29 anos vi-me praticamente cega de um olho e presa a uma cadeira de rodas após um acidente de viação.

Palavras dos médicos do Hospital da Universidade de Coimbra:

A operação ao olho é muito complicada, mais vale manter estes 10% de visão, que lhe restam do que arriscar a operação.

Dificilmente volta a andar.

Fui para o Hospital da Luz, estive internada 6 meses, fiz duas operações ao olho, duas á coluna e uma ao plexo braquial.

Recuperei a minha visão na totalidade e saí do "Hospital Privado", pelo meu próprio pé...

Cpts.
Ana Matias

Precis Almana disse...

Totalmente de acordo. E conheço alguns dos que refilas e sei que ganham mais do que declaram, pagam poucos impostos, etc. E acham que só por existirem já têm direito a tudo. E não é assim. Alguém tem alguma ideia do quanto fica cada tratamento comparticipado pelo estado e que nós só pagamos uma taxinha moderadora, ou nem isso? As pessoas não têm noção... Só terão quando começarmos a pagar.
E os seguros nem sempre cobrem o que precisamos; além de acabarem aos 70 anos (o meu), que há-de ser quando mais preciso...

Kikas disse...

tudo o que dizes está certo, sim. mas eu tenho dezasseis anos e aos quinze, se não tenho ido para o privado depois de mais de um mês a ir todas as semanas cerca de duas e três vezes ao público, a esta hora já cá não estava para escrever isto. estás na zona de lisboa, eu estou no alentejo, acredita que as condições são bem diferentes.
e além disso, desde pequena que lido com hospitais por o meu pai ser tetraplégico. ele contava histórias que via com os próprios olhos, de muita negligência.. eu mesma, não vi, mas ouvi muita coisa. da última vez que esteve no hospital, morreu após estar quase uma semana num corredor das urgências, por não ter vaga nos CUIDADOS INTENSIVOS/INTERMÉDIOS! não foi numa enfermaria..
espero que, da minha parte, isto seja a excepção à regra. não estou a dizer que o que dizes está errado, só que da minha parte não o consigo demonstrar.

Kikas disse...

ah, mas claro que não concordo que se acabe com o SNS! muito pelo contrário.

suddenly twenty disse...

muito bem, gostei! odeio as pessoas que estao sempre a reclamar de portugal, e mal sabem o mal que vai lá fora!

Anônimo disse...

Como alguém dizia, a maior parte dos privados são fachada... um doente internado numa privada nao consegue fazer uma investigação tão completa porque os exames custam dinheiro... então remedeia-se e completa-se o resto com muita simpatia e conforto. Como os doentes não percebem nada de Medicina ficam muito satisfeitos! No público investe-se tudo no doente, viram-se do avesso com TAC, ressonancia, biopsia para aqui, análise para ali, consulta de grupo, pedido de opinião a este e aquele para se descobrir o que tem, sem olhar a custos e depois de gastarem milhares de euros os doentes saem do hospital todos insatisfeitos e queixosos porque o pequeno almoço veio frio ou a enfermeira foi menos simpatica! Acabaram de ter um tratamento de primeira, muitas vezes melhor que ns EUA mas continuam a queixar-se! E ainda por cima continuam a gabar o medico da privada que foi o verdadeiro desleixado e deixou muitas vezes adiantar os casos sem fazer nada! A culpa é sempre do hospital (que os e tratou curou!)e o mérito vai sempre para o sr dr da privada!

Anônimo disse...

Uma amiga minha foi fazer um check up à privada.Incluido nos exames estava uma ressonancia abdominal pela qual pagou muito caro!! Ora este é um exame de ultima linha que se faz apenas em situações muito particulares, jamais de rotina ou para check-up!Claro, mas no privado são muito atenciosos e cuidadosos com os doentes (e com o seu dinheiro também!)

Tb era seguida há muito tempo por um alergologista privado na mesma clinica que nunca lhe diagnosticou o seu problema de asma mas fazia-lhe sempre muitos exames (era muito bom médico!!). Bastou ter ido a uma urgencia do hospital para lhe diagnosticarem logo o problema pulmonar, orientaram para uma consulta, fizeram os exames adequados e iniciaram o tratamento. Custo: zero!

Tivesse continuado na privada e andaria todos os anos a fazer ressonancias de check-up e a pagar consultas de rotina de alergologia!

Juanna disse...

Eu tenho 2 filhas. A primeira nasceu há 7 anos no HSFX, onde fui muito bem atendida e não paguei 1 chavo. A segunda nasceu há 4 meses na CUF Descobertas, onde fui bem atendida e paguei 6000 euros. Digo a toda a gente que o facto do pai poder dormir connosco as 2 noites não compensa em NADA o preço. Viva o público!

Anônimo disse...

Assino de cruz...
Um bom resto de tarde
R

Anônimo disse...

Cara senhora Ana Matias, o sr. Anónimo das 15h e 28m chama-se Manuel Albuquerque e só não se identificou porque Manueis há muitos, assim como Ana Matias.
Problemas há em todo o lado e, não querendo defender os médicos, há bons e maus profissionais em todo o lado. Os bons no privado muitas vezes são maus no público para que o papão possa alimentar-se, e, ao que parece que foi vitima do papão. Porém, esta é uma pequena minoria que não deve ser tomada como o todo, ou como Sistema Nacional de Saúde.
Quanto à "chafarrica", trata-se de uma conceituada clínica do nosso país que, por razões óbvias, não vou nomear. Não recorri ao sistema nacional de saúde porque o médico que me segue é meu amigo e trabalha na "chafarrica". Tendo possibilidade de recorrer ao privado, não quis contribuir para entupir as listas de espera de quem só tem o sistema Nacional de Saúde, mas arrependi-me.