Heidi Klum
Não concordo quando me dizem que quando duas pessoas gostam mesmo uma da outra não há impossíveis, tudo é possível. Eu costumo dizer - depende das pessoas. Eu, por exemplo, era incapaz de mudar radicalmente a minha vida por um homem. Claro que posso e devo mudar parte dela, sim. Mas radicalmente, não.
O homem que eu mais gostei até hoje, um dia pediu-me para ir viver com ele para outro país. E eu não fui. Não por não gostar dele o suficiente, mas porque não sou pessoa de viver amores arrebatadores sem primeiro racionalizar tudo. É horrível, eu sei. Mas sou assim e não consigo ser de outra forma. E o facto de deixar aqui a minha família, os meus amigos, o meu emprego, a minha casa, a minha vida, pesou sempre mais. No entanto, conheço imensas histórias bonitas de pessoas que mudaram radicalmente a sua vida em prol de outra pessoa e que nunca se arrependeram.
41 comentários:
Acho que é como dizes, depende das pessoas. Há quem seja capaz de largar tudo e mudar tudo, e há quem não seja capaz de o fazer. Eu teria muitas dificuldades, numa situação semelhante à tua, em deixar a minha família e os amigos, mas só vivendo a situação é que saberia se o faria ou não...
Também já pediram o mesmo, e disse logo que não. Ia deixar de ser quem sou, ficar longe dos meus, abdicar do meu emprego, esquecer longos anos de trabalho e luta, e para quê? Para viver dependente de um homem, fechada em casa, sem perspectivas, a começar de novo num país de doidos que nem sequer me atraia? Nem pensar.
Se as duas pessoas não têm as agulhas no mesmo hemisfério, nem vale a pena. A compatibilidade é uma coisa muito complexa e o amor e uma cabana é um mito.
Eu estou do outro lado da barricada, precisava que ele fosse mais corajoso...que vencesse os receios, a nossa diferença de idades, o medo de me envolver numa vida problematica!
Se ha uns tempos me dissessem que ia estar aqui hoje, eu diria que estava tudo louco...somos opostos em tanta coisa,mas eu nunca me senti assim... e gostava mesmo que ele se mudasse para o "meu" país...
Que desabafo...mas este post surgiu naquela altura, naquele minuto...
Continua, normalmente opto pelo silencio mas passo por cá todos os dias :)
Respeito e compreendo totalmente a tua opção. A minha história, infelizmente, foi ao contrário. A minha "pessoa impossível" não quis q eu me mudasse. Acha q eu nunca seria feliz. Já passaram 5 anos e ele não saiu da minha cabeça nem do meu coração. "Raisparta" as pessoas que acham que sabem o que é melhor para as outras...
Ana
Entendo-te e também não sei a resposta. Acho que não há soluções definitivas, depende de, quando metes tudo na balança, o que pesa mais. Para algumas pessoas, por "aquela" pessoa fazem tudo e para elas esse prato pesa muito. Por isso vão. Outras, o oposto. Não sei o que escolheria, mas a verdade é que, quando se deixa tudo por amor, tem que se ser muito altruísta para um dia, nem que seja inconscientemente, não se pedir essa dedicação de volta. E eu acho que iria pedir...
Gosto da foto da Klum, e o Seal tb não está mal... Quanto ao tema: se for paixão, não há racionalismos que valham.
Não por alguém, mas por mim, estive quase para ficar e não voltar... hoje tenho cada vez mais certeza que devia ter ficado e não voltado... é o que dá quando eu me deixo levar pelo coração e não pela razão... porque as (poucas) vezes que me deixei levar pelo coração, lixei-me!
Isso explica muita coisa! :P
Quando as coisas são vistas por esse prisma, consigo entender perfeitamente esse ponto de vista. Teria de estar 100% certa da relação em questão para fazer uma mudança dessas, é claro. E às vezes nem é preciso mudar de país, basta mudar de cidade (tipo Porto-Lisboa) para serem necessárias muitas ponderações e concessões.
Por outro lado, há quem crie dificuldades por qualquer coisinha, quando na verdade são apenas egoístas. Se somos egoístas no amor é porque não gostamos realmente, é o que penso.
Eu acho que não há impossíveis. Agora, as pessoas podem é não estar dispostas a todo o rol de possibilidades, como foi o teu caso.
Egoísmo. É neste artista que reside parte dos nossos problemas afectivos. Quem abre mão do quê e como (emoções, bem materiais, amigos, etc).
Há falta de altruísmo emocional, respondemos com amor próprio e com o conhecimento que temos de nós. Este egoísmo reflecte aquilo que somos e queremos, colocando de lado o incógnito. É mais fácil amar aquilo que descortinamos como o melhor para nós. Será isto um sinal de fraqueza, medo, ausência de coragem?
Se for assim, estamos todos no mesmo barco.
Eu, por seguir o coração, não me mudei para o meu país de sonho onde teria uma qualidade de vida muito superior à que tenho hoje, porque ele não me seguiria.
Resultado: estamos juntos e felizes mas, todos os dias me pergunto "e se..."
è um caso bicudo.. os lados das balança ficam sempre desiquilibrados.. por estas e por outras que muitas destas decisões de mandar tudo para o ar sejam tomadas quase sempre em cima das brasas, tipo encostada à parede.. Cada caso é um caso.. não sei que concorde ou discorde.. as coisas estão dificeis de decidir..
Besito*
Eu, se me pedisses, até para a China me mudava!
Devo confessar que estou algo constrangido por ver a Klum em cima de um elefante.
É o mundo moderno. Tudo se racionaliza. Tudo é equacionado com base em critérios de custo e benefício. Eu dou se receber alguma coisa equivalente em troca! O incondicional desaparece do vocabulário das relações. E com ele o romantismo.
O problema, querida Kitty Fane, é que nunca irá conseguir livrar-se do “acho” da última frase.
MRP
O amor é como uma corda... só que não devemos estar um de cada lado da corda mas os dois na mesma ponta a 'puxar' pelo mesmo objectivo.
Se estiver um de cada lado a puxar na corda, estão sempre a medir forças, se um der um esticão... deita o outro ao chão...
Mas se estiverem os dois na mesma ponta, e puxarem com a mesme intenção, até arrastam montanhas!
No campo amoroso tudo é muito relativo. Tudo depende dos objectivos de cada um, da maneira de olhar a vida, daquilo que ser quer abdicar...
Não sei se tomaste a decisão certa, e talvez nem tu própria nunca venhas a saber porque não viveste o lado de lá... Mas, ainda assim, se te sentes feliz e de consciência tranquila nesse aspecto, isso sim é o mais importante.:)
Epá é lixado..eu tou numa situação semelhante agora e não sei para que lado decidir a minha vidinha. No fundo acho que já decidi para o não arriscar, mas o e se já cá anda a martelar.
qualquer que seja a pergunta e a opção tomada, a tortura do "e se.." é tão real como a escolha..só sabemos que decidimos bem quando nem sequer pensamos no "e se.."
concordo consigo quando diz que depende das pessoas, com efeito as escolhas são individuais e dependem de factores e valores que fazem a pessoa em determinado momento...
eu ia, agora, para outro "mundo" com aquela pessoa para tirar o "e se.." definitivamente da minha cabeça...
É tudo um jogo. O jogo dos antagonismos. E não existe o do possível/impossível.
Quanto muito, existe aquilo que se faz, e o que não se faz. E, claro, as respectivas consequências.
A única coisa comum a ambos, é o poder de escolher e decidir.
Miss Kitty Fane, é impressão minha ou esta história não está totalmente ultrapasada!?
Passaram anos, não há arrependimento na opção tomada, mas a verdade é que volta e meia lá vem esta nostalgia num post qualquer!?
Hum! hum!
Tenho uma amiga que vive uma história digna de um filme: trabalhava na Repsol em Espanha, conheceu um argentino numa formação da empresa, apaixonaram-se e casaram logo em seguida para poderem trabalhar no mesmo país. Resultado: foram os dois para a Patagónia.
Durante algum tempo trabalharam cada um numa plataforma de petróleo e um helicóptero vinha buscá-los ao fim-de-semana para se encontrarem.
Hoje já têm um filho. :)
Se isto não é amor, não sei o que será...
Eu acho que não há amores impossíveis! Mas nem sempre os amores deixam de ser vividos por falta de coragem das pessoas. Tu tiveste muita coragem ao optares por ficares com a tua vida e não ires com ele. Ainda bem que hoje não olhas para trás com arrependimento mas com a certeza de uma decisão bem tomada.
Eu mudei de país por amor!Só seria feliz ao lado dele!Da zona da grande Lisboa para o Porto, lol. Para já não estou arrependida...Kitty, daqui a uns anos volte a colocar o post para comentar.
Durante muito tempo acreditei na tese que há pessoas que se amam muito mas que não estão destinadas a ficar juntas. Dava-me jeito pensar assim, para me sentir menos otária. Hoje acho que é uma treta. Se se gostar mesmo, mesmo, mesmo, aquela coisa de saber que é impossível ficar sem o outro,aí não há quem separe. Mas amores assim, já se sabe, só o do Romeu & Julieta.
Olá Kitty : )
Já sigo o blog há algum tempo, embora nunca tenha deixado comentários.
Hoje não resisti, pelo que escreveste e pelos outros comentários aqui deixados.
Não consigo racionalizar o amor, as emoções.
"E se" me pedissem? Eu ia...
E não acho que o fazemos pelo outro, mas sim em nome de um "nós" e porque não queremos sofrer com distâncias e ausências...
(Raio dos contos de fadas!):p
Obrigada por este e por tantos posts. : )
M.
Tudo é simples quando não há uma cria de outro acasalamento. Aí, simples 300 km é um horizonte distante. E quando teimas dar as mãos, a sensação é que te encontras num terreno que não é o teu onde o meio não tem virtude.
Perception
Amor que é amor não é impossível. Há pessoas menos corajosas. Já se passaram dois anos, e ainda hoje não consegui digerir a falta de coragem dele.
Confesso que sou pouco corajosa. Gostava de poder pensar unicamente em mim e na minha felicidade mas acabo sempre por pensar nas consequências e geralmente o pessimismo triunfa o que me limita e não dou o passo em frente. Como eu gostaria de agir de forma diferente! :(
A propósito de "pessoas corajosas" e amores, etc. E de uma discussão noutro blog... E você Kitty Fane Maria (se me permite trata-la assim :)), namorava/vivia junto/casava com um homem com filho(s)? :)
Obrigada!
É justo quando nos pedem pra mudar radicalmente a nossa vida por eles? Eles mudariam por nós?!Quando nos pedem pra deixarmos de fazer coisas que gostamos muito (só porque eles não gostam)não estarão a pedir para deixarmos de ser quem somos?... É amor?
Costumo dizer que gostar não chega... é preciso bem mais do que isso!
A partir do momento em que perdes demasiado da tua identidade para te tornares uma "metade de um casal", significa que já investiste demasiado na relação e que não te irá sair com saldo positivo.
E as relações que não têm um saldo positivo, morrem !!!
No entanto, e apesar da tal decisão correcta, ele foi o homem que mais amaste até hoje.
Dá que pensar...
Curiosamente, o que escrevi no meu blog vai ao encontro deste tema. Eu acho que um largar tudo e o outro não, não é opção. Afinal, se ele te pediu isso, por que não largou ele o que tinha e ficou!?
:)
Olá Kitty! Engraçado estar a ler o teu comentário e lembrar-me do q se passou comigo...o 1º namorado é agora o meu melhor amigo: alemão, o namoro durou 5 anos!! Pois...mas acabei a universidade e não consegui dar o passo de ir viver para a Alemanha. Ele tentou vir para cá mas não conseguiu. E eu não fui capaz de abandonar a minha querida terrinha q tanto gosto! É assim: opções! :) Há que estar na "onda" de tomar este ou aquele caminho. Depende das circunstâncias, do momento e da vontade para fazer isto ou aquilo! Bjs
É uma situação complicada até porque nada é eterno.
De qualquer forma, se com a devida distância achas que foi o melhor a fazer então tomaste mesmo a decisão correcta.
Amor impossível é o não correspondido, para o resto há sempre solução.
Não consigo me imaginar vivendo com esse "E se..." na cabeça. Preciso ir lá, pelo menos, encontrá-lo. :)
Compreendo perfeitamente a situação porque já vivi uma situação semelhante e também não fui e acabou-se a relação...
Depende do que entendes por mudar radicalmente a vida.
Às vezes precisamos de um "empurrão" para descobrir a felicidade. Depende e nunca sabemos antecipadamente.
Se um amor de uma pessoa não é suficiente para te fazer mudar (qualquer coisa) então é porque não é ainda o teu Amor.
Por outro lado, nos dias de hoje, confiamos em quem? Tudo é de consumo rápido...
Pelo meu namorado ia até ao fim do mundo. Ia com ele até para Africa (que não me seduz minimamente), ia para onde fosse preciso. Arranjava trabalho lá, estudava, fazia 30 por uma linha, mas ia.
Não estava à espera de ver tantos comentários de pessoas a dizer que não iam com quem amam.
Talvez seja muito ingénua ou corajosa não sei, mas sei que quero estar com ele. Não interessa onde.
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