segunda-feira, 14 de abril de 2008

Eu queria um desgosto de amor

Eu tive o meu primeiro desgosto de amor há cerca de 12 anos. Era "pequenina", eu sei. Era uma criancinha, era muito parvinha, muito ingenuazinha e ainda acreditava no "e foram felizes para sempre". Não foi um desgosto tão mau como os que oiço por aí, mas a verdade é que não foi nada bom. Não perdi o apetite, não definhei, não bati com a cabeça nas paredes, não perdi a vontade de sair de casa, mas andei mal durante uns meses. O meu coração andava em cacos. Muitas vezes o apanhava do chão, o tentava reconstruir e nada. Nessa altura dava tudo para ser como hoje. Imune a qualquer seta do cupido.

Hoje em dia dava tudo para ter um desgosto de amor. Daqueles bem fortes. De andar a chorar pelos cantos. De andar com o coração partido. De bater com a cabeça nas paredes. De escrever posts e mais posts (como eu vejo por aí) a amaldiçoar a pessoa. Gostava. Era sinal de que me tinha apaixonado perdidamente. Mas não. Nada disso. Nos primeiros tempos fico muito empolgada e tal. Sinto umas borboletinhas a esvoaçar no meu estômago, como quem não quer a coisa. Mas depois... Ups... Depois... foi um ar que se lhes deu. Aquelas malucas desaparecem e dificilmente reaparecem. E depois fico com sentimentos de culpa. Ah pois fico. Porque, afinal de contas, gostava que as coisas fossem cor-de-rosa e não cinzentas (como eu as pinto). Bah.

27 comentários:

Anônimo disse...

Se calhar isso acontece porque te fechaste na "tua concha" e evitas relações que te possam magoar...
Se calhar és demasiado perfeccionista e julgas que a vida é um conto de fadas...
Ou se calhar já conheces bem as pessoas e sabes que a maioria das pessoas não é sincera e como tal não vale a pena ficares magoada por ninguém...

Sunshine

Alf disse...

Eu acho que isso é porque estás crescidinha.

Nunca mais se volta ao impacto dos primeiros amores. Não porque os últimos perdem importância mas só porque já vivemos mais.

E se experimentasses, pura e simplesmene, entregar-te? Sem fantasias, sem nostalgias?

Muitas vezes me parece que, de tanto imaginar "como vai ser", se perde o que está a acontecer...

***

Anônimo disse...

:) Eu também gostava... Era sinal que alguém extraordinario tinha entrado na minha vida... Mas não... Está tudo na mesma!

Jade disse...

Pois no meu caso foi há oito anos...e desde aí nunca mais houve desgostos de caixão à cova, nem nada parecido. Mas estou como tu, não sei se isso é bom, se é mau! Tive um pequeno terramoto há não muito tempo, mas fora isso...só uns percalços sem importância...

Anônimo disse...

Não sei o que te dizer...o meu pai disse-me quando eu tinha 10 anos que "isso do amor não existe, filha. Foi Hollywood que inventou". Eu era miúda mas isso marcou-me para sempre. Durante a adolescência em cada dia estava "apaixonada" por um rapaz diferente...agora estou com uma pessoa há algum tempo e penso que nao ficarei com ele para o resto da vida. E isto, segundo Victor Hugo, é muito mau. Dizia ele:"Coitado daquele que durante uma relaçao não acredita que dure para sempre".
Por isso digo-te: não sei o que te dizer.

(epa...nunca fiz um comentário tão desconexo em toda a minha vida)

wednesday disse...

Eu se fosse a ti pedia só o apaixonares-te perdidamente e não o desgosto... Pode ser muito romântico e produtivo de posts e posts mas e depois?

Vanity disse...

Quando menos esperares e sem procurar acabas por encontrar. Parece teoria, eu sei, mas as borboletas que sinto na barriga vieram para ficar.Como diz um amigo meu, quando as escovas de dentes estão no mesmo copo acabou-se o caminho a um... ;)boa sorte

Anônimo disse...

Eu estou com o ALF: também acho que é porque CRESCESTE!

No meu caso, não tarda pareço a Madonna no "Truth or Dare"... NEXT! :-) É que já nem me lembro das caras nem dos nomes... (é desta que vou -em voo directo!- para o Inferno!)

PS: eu sei que querias um desgosto de amor, mas se quiseres tenho uma cabra de uma borbulha no queixo para troca!

Ritititz disse...

Cuidado com o que desejas...

Anônimo disse...

Não desesperes quando menos esperares tchan...Apaixonaste perdidamente por alguém que valha a pena!!!

È bom amar e mais importante ainda ser amada.

Felicidades nesta tua procura...

Adriana

Anônimo disse...

Eu já vi pedir mta coisa..um gde amor por exemplo..mas 1 desgosto? lol ñ tás a ver bem a coisa d certeza.. :)

aespumadosdias disse...

Pelo que leio por aqui pareces-me muito fria. Daí ser difícil sentires uma grande paixão.

Anônimo disse...

Não há cura do padeces; aquele olhar que tira as medidas todas em 3 penadas, para os pequenos defeitos que são promovidos a defeitos incontornáveis, para o adivinhar de todas as jogadas, mesmo que sejam sinceras, para o não ter paciência para amor e cabana, para declarações lamechas, para actos desmesurados de paixão, enfim para todo o espectáculo que já conhecemos e a razão é simples e não se resume a teres crescido, mas sim a teres descoberto há muito tempo que não admites que os pés te fujam, e nisso o cérebro resolveu-te a questão indo buscar ao inconsciente o que te fará ficar com eles no chão. Por isso, não há piloto que te valha, nem milionário que te salve, nem Cloney que te cure, nem mesmo o teu próprio Mr Big; pois o que pedes é a cura e para essa já não tens salvação. Muito dura a resposta,acredita que não, padeço do mesmo mal.
P.S.- A solução seria encontrares a tal paixão que te matou a fome e convenceres o dito de que ele sempre foi o tal, mas isso é a long shot ;)

ana disse...

É. Pareces eu a falar (para mim mesma).

Kitty Fane disse...

Sunshine, andas lá perto, andas sim senhor. Mas... longe de mim achar que a vida é um conto de fadas. Muito pelo contrário. :-D

alf, és capaz de ter razão. :-D

guida, join the club. :-D

hierra, pois as coisinhas sem grande importância vão acontecendo. :-D

rafaela, é verdade. Mal daquele que não acredita que aquilo dura para sempre. Eu, por exemplo, nunca acredito. :-D

wed, indirectamente estou a dizer que me queria apaixonar perdidamente, mesmo que para isso sofresse um desgosto de amor. :-D

vanity, não me parece. :-D

gata, bocemecê está parvoila. Borbulhas?? Traga-as cá que eu resolvo isso com o meu anti-blemish maravilhoso. :-D

pips, ok vou ter cuidado. :-D

Adriana, isto não é nenhuma procura. :-D

aespumadosdias, não fales daquilo que não sabes fáxavor. :-D

anónimo, clap, clap, clap. Aplaudo de pé o teu comentário. É mesmo isso. Tu estás lá. :-D

sofia, ainda bem que não sou a única. :-D

Justino Pénacova aka Menino Bonito disse...

Anónimo,

Sempre escutei: "nunca voltes ao lugar onde já foste feliz".

De que valerá o longshot?

PS: KittyFane, e se antes de procurar um amor, desejarmos um amigo? Exige-se pouco ao amor, apenas que este se reinvente e surpreenda... não ficará esquecido que também é necessário companheirismo, dedicação, espírito de sacrifício, entre tantas outras coisas. No processo de provocação e análise do potencial candidato a passar umas quantas noites de sexo louco e selvagem, com salpicos de tempos livres a dois, o que importa saber:

- estatuto social; emprego; passado; viatura automóvel; imagem exterior; etc.

Parece que gira tudo em torno do bem material, sendo menosprezado o “lado emocional da coisa”.

Dar lugar aos problemas do próximo, não questionando os problemas deste, why not?

Para haver espaço para o desgosto, tem também de existir um espaço preenchido pela adversidade, compromisso, sinceridade, empatia… se não permites que isto exista, não poderás viver aquilo que agora ambicionas viver.

My 2 cents.

Anônimo disse...

Já não há paciência para clichés e nisso eles e elas só sacam da cartola clichés, invés de serem originais e espontâneos. Com filmes e séries a debitar clichés para o povo, pouco resta aos demais do que repetir o mesmo aos amados e verem incrédulos o tiro sair pela culatra.
Hoje em dia queremos tudo num comprimido, pois até ao fim de um tempo já temos uma cassete para inicios de relação e outra para os fins, e assim saimos incólumes da vida sem um arranhão, e o estranho é que desejamos ser arranhados e com isso sentir que vivemos e não que andamos a fingir que vivemos ;)

Clepsydra disse...

A cautela cresce e faz-se imprescíndível companhia no escarpado percurso da sedução e do deslumbre. As feridas antigas (e as memórias de todas as que nem o chegaram a ser) latejam, accionando um complexo sistema de alerta e de fuga. Prossegue-se, não recusando o medo, mas aceitando-o. Avança-se, reconhecendo a imensa fragilidade que nos constitui e que diariamente ocultamos. Porque há precipícios que se impõem e aos quais temos que impor "o passo em frente".

Anônimo disse...

Fica feliz, eu acho que é melhor assim, não haver desgostos, se aparecer esse tal grande Amor que seja para resultar e não para ficares infeliz.

Beijinhos:)

FMS disse...

Getting older, hun.

Anônimo disse...

Amiguinha adorei ler-te , é a primeira vez nas adorei e entendo-te muito bem... nas sabes a vida avança... o tempo é o rei..believe me..

Rocket disse...

WHEN THE GODS WANT TO PUNISH US, THEY ANSWER OUR PRAYERS...

Rubi disse...

Como te entendo Kitty...O meu coração anda assim, não reage a nada. Não sai mas também não entra. Culpa nossa, julgo eu, que devíamos deixar a "porta" aberta...

Ana Princesa disse...

Kitty, acho que o estado de enamoramento é que todos queremos. As borboletas no estomago não andam por lá eternamente não me venham com tretas e os defeitos começam a dar-te volta ao miolo quer queiras, quer não (infelizmente)...
A tua receptvidade em relação aos outros tb deve ajudar e porque chegaste a um estado de maturidade em que já não acreditas em contos de fadas.
Eu bati com a cabeça bem fundo há uns 3 anos. Não recomendo a ninguém, e a lição foi a de pensar sempre primeiro em mim, nao deixar que o "amor" nos cegue.

beijinho grande**

Kitty Fane disse...

menino bonito, isso é tudo muito bonito na teoria, mas depois é muito difícil pôr em prática. :-)

anónimo, ora nem mais. :-)

clepsydra concordo com tudo o que disseste. :-)

metamorphosis, para haver desgosto tinha que haver algo de muito forte antes. :-)

fms :-)

Wolf, obrigada e sê bem-vindo. :-)

rocket, será? :-)

rubi, ora nem mais. Temos de o abrir. :-)

ana raquel, obrigada pelos conselhos. :-)

Justino Pénacova aka Menino Bonito disse...

KittyFane,

Por ser tão belo e bonito na teoria, se torna em algo fantástico quando colocado em prática!

Não basta uma apreciação favorável, para que resulte, é preciso acreditar que resulta.

Fala-se muito nos defeitos da outra pessoa, relegando estes para os confins da culpa, mas caraças, quem tem o condão da escolha somos nós, logo, não deveria haver queixume, mas sim triagem. Saber escolher o que é certo para nós, passa por saber que defeitos somos nós capazes de aceitar. Para isso, é importante saber aquilo que queremos e não deixar-mos que tendências e provocações alheias tomem de assalto as nossas escolhas. A escolha não pode passar pela moda que se vê, pelo aspecto da outra pessoa, nem sequer pela provocação da amiga ou amigo que diz “hummmm é bonito(a), jeitoso(a), consultor (ra) ou médico(a), devias aceitar a bebida ou aquele convite para jantar”; somos nós que decidimos e aceitamos o amor do próximo, daí, não termos o direito à queixa ou lamentação, há que assumir o sentimento (raiva, perda, ganhador, apaixonado, etc) e viver com o mesmo.

Os clichés são muitos, mas: “no pain, no gain” parece ser o mais conciso na hora de comentar “o amor”.

Viver, aprender e dar a aprender um dia de cada vez, todos dias até sempre, na companhia daqueles que mais queremos amar, why not?

Experimenta, não procures ;o).

MissKitsch disse...

Embora não possa fazer comentários sobre a tua vida, pois não te conheço... Posso dizer o seguinte e, sim, reporto-me antes à minha:
as borboletas são esporádicas, acontecem nos primeiros tempos. Para ter o resto é preciso agir, aceitar que o sentimento se vai modificando e "seguir a onda" - se valer a pena claro!

Parece-me sempre perigoso e triste que as pessoas se fixem nessa sensação de euforia e entusiasmo, comos e uma relação fosse isso.