terça-feira, 10 de novembro de 2009
As coisas realmente importantes
Ellen Pompeo e Sandra Oh em "Anatomia de Grey"
Cresci com o meu pai a falar de algumas pessoas com muita consideração, porque o tinham ido visitar ao hospital quando ele esteve doente. Dizia todo inchado - Sabes eu sempre gostei muito dele, até me foi ver ao hospital quando fui operado aos rins. - E eu não entendia aquilo. Sim, sabia que era importante visitar alguém doente, mas não o compreendia daquela forma.
Quando fui operada passei a entendê-lo. Naquelas alturas estamos tão fragilizados, que o que mais nos alegra é receber a visita de alguém. Chegando ao cúmulo de contarmos as horas e os minutos que faltam para elas chegarem. Sim, é triste, mas é a realidade. Eu fiz isso. Mesmo que estejamos ainda a recuperar da anestesia cheios de sono, sabe-nos pela vida sentir aquele carinho. O tocar da mãe nas nossas mãos ou nas nossas pernas, é mágico. Até as festinhas que os médicos nos fazem antes de apagarmos para a cirurgia. É tudo tão importante.
Daí que me faça alguma confusão ouvir dizer - Eu não te fui visitar, porque, como sabes, não gosto de hospitais. - Mas há alguém que goste de hospitais?
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47 comentários:
O momento que eu mais falhei na vida foi quando a minha irmã esteve internada. Ia lá quase todos os dias, mas podia ir duas vezes por dia sempre e não fui. Na altura não sei onde andava com a cabeça, ou melhor sei, na lua. E são coisas que não se recuperam. Naquele momento sei que falhei. Depois quando eu estive internada ela não saiu de ao pé de mim e ainda levava sempre lá gente para me ver, fizeram-se umas festas que animaram todo o quarto e pude entender a dimensão do meu falhanço... Espero que não precise nunca de compensar não ter estado presente, mas já decidi que quando ela tiver filhos até tiro férias para a mimar.
Como eu te entendo. Quando fui operada, também contava os minutos para receber as minhas visitas... sobretudo dos meus pais! Alegrava-me a alma.
Acho que não existe ninguem que goste de hospitais, mas claro que sabe bem alguem nos ir visitar, já basta a solidão que se sente por estar internada, que as poucas horas de visita sabem mesmo bem!!!
bjos
Sim, há gente que gosta de hospitais. Para aqueles que dizem não gostar, é cobardia da mais pura. É também fruto da ilusão de que a vida, toda ela é bela, mas a doença e a morte, também fazem parte da vida.
É a pele que retem durante mais tempo as nosas memórias, por isso o toque ser tão importante. Mas, nem todos gostam de ser tocados.
Percebo-te tão bem, mas tããão bem...
Mas sabes? Também me irrita quem vá ver-nos ao hospital porque há outras pessoas a verem que a pessoa foi. Tenho uma "amiga" (é melhor pôr no passado, o "tinha", que nunca mais combinou nada comigo depois - era sempre eu, e como desisti... - e não ia a minha casa nem a lado nenhum ter comigo antes - era sempre eu e eu havia desistido. Mas foi ao hospital quando fui operada à hérnia, lá a minha mãe viu que ela foi. Essas visitas dispenso...
Ninguém gosta de hospitais e, sim!, acho que quem "foge" de alguém que está doente e desaparece nas alturas em que esse alguém mais precisa, só pode ser um profundo EGOÍSTA.
É mesmo muito verdade, isso que dizes e quem passa por elas é que sabe dar o valor...
bjss em festa :)
Olá!
Concordo inteiramente....
Quando estamos presos a uma cama num Hospitalou mesmo em nossa casa,e longe do nosso quotidiano, é sempre reconfortante a visita de amigos...
Beijocas
compreendo perfeitamente. com a variante de eu quando estive internada pela primeira vez achar que não queria visitas... apareceram duas Amigas com uma caixa de Rafaellos: emocionei-me!
É verdade! Lembro-me perfeitamente quando a minha irmã foi internada ao 6 mês de gravidez (porque tem uma doença da familia da leucemia, descoberta ao 3mês), e durante a semana as pessoas não podiam faltar ao trabalho, e Eu fui todos os dias ao hospital, mesmo Ela dizendo para Eu não ir (porque na altura o S. João estava em obras, e era muito barulho e muitooooo calor), no dia de manhã estava a pedir-me para levar, mais isto e mais aquilo. Eu chegava ao cúmulo de levar o secador para esticar o cabelo dela :). Esteve internada 45dias. Não há que chegue os mimos das pessoas que gostam de nós nestas alturas de fragilidade!
Um bom dia :)
Claro que existem pessoas que assim como eu não gosta de hospitais, eu então não gosto mesmo! Mas gosto sempre de ir visitar familiares/amigos/vizinhos e às vezes apenas conhecidos. Nessas alturas sabe sempre bem receber mimos seja lá de quem for...um dia se for a minha vez também vou gostar que me visitem.
ninguem gosta de hospitais*
muito menos de la estar, ou de saber que alguem proximo esta num hospital*
por vezes temos que encher o peito e fazer sacrificios*
e lembra t só nos podemos arrepender daquilo que fazemos*
p.s no fundo entendo t
beijoca
Nunca estive internada, mas consigo perfeitamente compreender. E não deve haver melhor sensação do que receber visitas inesperadas, daquelas que pensamos que realmente estão mesmo lá para as alturas em que precisamos...
Agora, claro que há pessoas que gostam de hospitais...Oh pra mim que passo lá o dia todo e chego a casa e ainda vou ver a Anatomia de Grey? :)
Beijinhos!
Cátia Afonso
Exactly my point!! Quanto a mim é puro egoísmo, nada mesmo nada substitui o apoio de quem nos quer bem e o que a maioria das pessoas se esquece é que de um momento para o outro, sem darmos por isso, podemos ser nós a precisar!!!
Hoje vou ao funeral da bisavó do meu namorado, a avó Luísa tinha 96 anos...e apesar de como a qualquer pessoa não me agradar estes acontecimentos, também eles fazem parte da vida!! E nunca me passaria pela cabeça faltar, não só pelos que a quem a dor consome mas também pelo tributo a uma mulher de forças que nunca baixou os braços!!!
Beijooooo Kitty***
Eu nem é o simples não gostar de hospitais eu tenho mesmo fobia. Mas o que é certo é que nos últimos tempos tive a minha mãe e o meu pai lá internados para operação e eu ficava lá os dias inteiros, mesmo fora do horário de visitas. Acho que os porteiros já nem me podiam ver. Stressei muito com a minha fobia mas sabia que eles estavam bem pior do que eu.
BJS*
Sei o que é isso, não por experiência minha mas pelo meu pai e na altura houve alguém, familiar que n o foi visitar, alguém um bocadinho invejoso diga-se, que aproveitou um momento menos bom para lhe dar uma valente patada. É claro que acho isso imperdoável mas lembro-me que na altura a desculpa foi que n gostava de hospitais :)
Nunca fiquei internada, por isso nunca passei por essa experiência. Mas, visitas, já fiz muitas mesmo! :) e apesar de os hospitais não serem sitios agradáveis, não me incomodam nada, aliás já fiz voluntariado em hospitais para tentar que os que realmente precisam lá estar, se esqueça onde estão...
É nestas alturas que ganhamos forças para os amigos e ultrapassamos todos os obstáculos! Neste caso esse monstro que é o hospital. Confesso que a mim também me faz confusão e já lá devia ter ido mais vezes do que fui.
Por acaso também vi isso num blog à alguns dias...provavelmente o mesmo que tu, e tive a mesma reacção. Sinceramente acho q nem é egoísmo, é alguma coisa pior...
por volta dos meus 12/13 anos, cheguei a sentir-me mal com o cheiro/ambiente do hospital (não era fita), mas infelizmente habituei-me às visitas ao hospital e hoje não as evito.
Nunca estive internada, mas entendo. Quando, em conjunto com três amigas, fiz uma visita surpresa a um amigo nosso, foi vê-lo com o maior sorriso e sei que, na altura, significou bastante!
Tulipa, não sei de que blogue está a falar. Este post surgiu de um episódio familiar, nada teve a ver com qualquer blogue que possa ter escrito alguma coisa.
Ninguem gosta de hospitais, isso é verdade!!
O ano passado tive uma amiga que foi operada ao joelho no hospital onde o meu pai tinha sido internado e onde faleceu, acredita, custou muito lá voltar, mas sei que ela ia gostar do carinho nem que fosse 5 minutos apenas e assim aconteceu, lá fui mais outra amiga dar o nosso apoio... Sabe sempre bem ter aqueles que gostamos perto...
Verdadeiro o que dizes.Já fui operada algumas vezes e passei algumas siruações de muita carencia afectiva , mas enfim já lá vai!! Mas quando o egoismo é tão revelado mesmo frente a dor maxima de perder a mãe , por exemplo virem participar esse facto e o filho ouvir como resposta pura e simples.So irei ao funeral da minha mãe porque sou obrigado!!
Nm apresentação de condolencias.
Pensei:mas que seres são estes?
Conto isto, porque se passou no sábado com um vizinho!!
Percebo tão bem as suas palavras. Quando estive internada no hospital, os dias resumiam-se ao antes e ao depois da hora da visita. Sabe tão os miminhos dos nossos. Diria mesmo que é o que nos dá força e coragem para ultrapassar os momentos mais difíceis.
Dizer que não se gosta de hospitais e por isso não ir visitar quem lá está, é para mim um perfeito disparate e uma forma de dizer que não gostam de nós, porque o suposto é ir visitar e fazer companhia a quem lá está não é ir passear pelos corredores do hospital.
Um beijinho
Helena
Vai fazer agora em Novembro 3 anos que fui operada, passei lá o meu aniversário. Houve uma enfermeira que reparou que tinha ainda mais flores do que nos outros dias e presentes e eu disse-lhe que fazia anos, perguntou-me pelo bolo, "como estou a dieta liquida não mo trouxeram", resposta dela: tu estás a dieta, mas nós não. No outro dia lá estava o bolo, com velas e parabéns cantados por todos. Foi uma emoção daquelas - festejar a Vida.
Beijinhos, em especial para todos aqueles que agora possam não estar tão bem de saúde.
Helena
Claro que ninguém gosta de hospitais. Tirando quem lá trabalha, que, com o passar do tempo, se vai habituando, o ambiente hospitalar não é um ambiente que as pessoas apreciem. Mas penso que, quer já se tenha passado por uma situação de internamento, quer não, todos percebemos, ou deveriámos perceber, a importância que têm as visitas das pessoas que são importantes para nós. Mas há pessoas muito egoístas (como já alguém disse aqui, não sei se será egoísmo apenas) que se escudam no "não gosto de hospitais", "sinto-me mal em hospitais", "não consigo ver uma pessoa de quem gosto agarrada a uma cama de hospital, prefiro recordar-me dela antes". E algumas pessoas ainda dizem que não é egoísmo, é auto-preservação.
Sei qual é o blogue de que a Tulipa fala e também me custou ler o que lá estava escrito, não do texto da autora, mas sobretudo nos comentários que lá foram deixados. O texto da autora percebi-o e tive, depois, oportunidade de falar com ela por e-mail sobre isso, e até acho que foi corajoso assumir algo pouco politicamente correcto. Mas os comentários acho que foram, como disse no mail que lhe escrevi, de demasiada leveza em relação a um assunto sério. A seguir deixo aqui o comentário que lá deixei.
Ando há uns dias a pensar qual seria a melhor forma de escrever aqui um comentário. Porque tinha mesmo de o escrever. E o comentário não é dirigido à Pipoca, porque ela sabe o que penso do que ela escreveu. Já lho disse. E posso afirmar aqui que até a admiro por ter admitido publicamente algo que não é politicamente correcto e assumir uma das suas fraquezas. Mas isto ela já sabe. O que queria comentar é que, em alguns comentários que por aqui li, parece-me que, das palavras delas, se gerou algo que torna este assunto mais leve. Longe de mim querer julgar alguém, ou querer achar que sou melhor que alguém, e, dizendo desde já que estou a passar por uma situação difícil com a minha mãe doente e, que, por isso este assunto de hospitais e visitas me toca muito, acho que sim, que tem um quê de egoísmo não irmos visitar quem está doente num Hosiptal. E dizer que é um questão de nos defendermos e protegermos é apenas algo que dizemos para não sentirmos remorsos. Mas é nessas alturas que as pessoas mais precisam de nós. E por norma ninguém gosta especialmente de ir a Hospitais. Mas há alturas em que, infelizmente, temos lá pessoas queridas e a quem a nossa visita vai trazer um pouco de alegria. Por mais que nos custe.
Nem mais, ninguem gosta de hospitais. Percebo o que dizes, fui operada uma vez numa cidade onde nao tinha familia. Sentir o assistente da medica a me dar a mao, para que nao tivesse medo, fez-me tao bem. Beijinhos
Acho que as alturas em que alguém precisa mesmo de nós é que temos que lá estar. Independentemente do sitio que for.
Kitty, quando tinha 9 anos os meus Pais tiveram um acidente de viação. Era muito pequena, mas já entendia o quanto era importante as visitas. Via no rosto deles (mais da minha Mãe, porque ficou mais tempo internada) o quanto a minha visita, em particular, os deixava felizes. Como dizes, são pequenos gestos que podem mudar tudo. Sim, ninguém gosta de hospitais, mas uma visita que nos rouba uns minutos num dia, no ponto de vista de quem está doente, têm uma dimensão enorme. São um alento a quem está frágil.
E agora uma curiosidade que reparei anteontem, ainda que acidentalmente: o teu blog faz hoje 2 anos! Parabéns, Kitty ;)
Não acredito que alguém goste de hospitais, assim como ninguém gosta de funerais!
Mas a verdade é que nos momentos difíceis precisamos do apoio dos "nossos", amigos e família. Todo o apoio.
Já estive internada, e sei o que é contar os minutos para receber visitas.
Já tive o meu filho de 10 anos internado e obviamente não saí do pé dele nunca, a não ser para necessidades básicas. Dormi numa cadeira dez noites seguidas, grávida do meu filho mais novo, porque infelizmente não havia condições, mas dali ninguém me arrancava. E magoou-me muito não ter tido o apoio de alguns amigos nesse momento tão difícil que é ter um filho hospitalizado, ouvindo a desculpa "já sabes, não gosto de hospitais".
Estarei sempre presente quando alguém que gosto estiver num hospital, mesmo quando me custa assistir à doença, à dor dos outros, ao sofrimento. Mesmo que nem sempre consiga ser forte para animar, lá estarei a fazer o melhor que posso. Porque quem lá está, está de certeza pior do que eu! Sem dúvida que custa assistir ao sofrimento, à doença, e apercebermo-nos do quão frágil é a nossa condição. Mas mais difícil ainda é estarmos do lado de lá, doentes, frágeis, aterrorizados, e tantas vezes, sozinhos. Inaceitável. O mesmo acontece quando perdemos alguém. É tão importante termos ao nosso lado as pessoas de quem gostamos para nos abraçarem, para nos ampararem numa dor que parece insuportável.
Este tema deixa-me particularmente sensibilizada.
Um abraço
Há uns anos atrás fui visitar uma colega da minha turma que estava no hospital com um virus estranhissimo que quase a pos ás portas da morte. E eu para ir vê-la tive que apanhar um comboio e nao sei quantos autocarros para lá chegar porque o hospital ficava noutra cidade.
O que e certo é que a miúda ficou chateada de eu ter ido e ficou de má cara.
Não sei se lhe passou pela cabeça que eu estava lá por lhe querer mal, mas penso que sim.
senti-me pessima, porque apesar de não sermos amigas de peito eramos colega de turma e achei por bem ir vê-la. Graças a Deus melhorou e tudo passou. Nunca me disse nada da visita ao hospital, mas apesar de tudo não me arrependo, porque a minha intenção obviamente foi das melhores.
E quando tu dizes tudo, não é preciso dizer mais nada! Nunca esqueci as pessoas que tiveram essa "coragem" de me ir visitar. Porque eu era mais importante que tudo o resto.
Beijo grande ;)
Depois de estar internada, a minha irma dizia que embora tivesse adorado as visitas das pessoa realmente chegadas a ela, detestava as visitas de pessoas que conhecida pouco! Achava que tinha que "fazer sala", embora se estivesse a sentir realmente mal! A partir dessa altura eu so visito recem-mamas e pessoas realmente intimas, porque prefiro ser "a unica colega de trabalho que nao foi ao hospital" do que incomodar quem esta realmente doente!!! Sei que nao era destes casos que a Kitty estava a falar, mas as vezes nao ir visitar e feito a pensar no doente...
É realmente verdade... E acho q quem passa por isso compreende mais do que ninguém... É triste quando precisamos de apoio e ele não existe... Por outro lado também há aquelas pessoas que não estávamos a contar com elas e afinal são as que mais apoio nos dão.
Durante todo o processo que passei (operações e tratamentos) o que mais custou foi uma "amiga" que durante um ano nem sequer um telefonem, uma mensagem... Isto porque não sabia o que dizer... Triste... Mas fazer o que... É a vida!
Também me irrita essa desculpa esfarrapada. Coitadinhas, são tão sensíveis que lhes faz muita impressão ir aos hospitais, até se sentem mal, conheço algumas pessoas assim.
Pode parecer muito radical, mas sinceramente acho que é gente que não interessa para nada:(
É isso e dizerem que não vão a funerais porque não gostam de cemitérios. Mas quem gosta?? No entanto, vamos a um funeral por respeito à pessoa que morreu e à família. No fundo é quase a mesma sensação que descreves, para os familiares é sempre bom ver caras conhecidas, saber que o seu ente querido era conhecido e respeitado por tanta gente.
Em Janeiro, uma menina da minha sala teve um mano (sou educadora). Um mano que duas semanas depois de nascer teve que ser internado. Eu fui lá fazer uma visita ao bebé e à mãe, que dia e noite ficou lá à cabeceira enquanto a mais velha ficava com o pai. Para além de não estar à espera da minha visita, emocionou-se a dizer que sentia a falta de visitas, o saber/sentir que as pessoas se lembram. Que passou lá dias e dias sem uma visita de amigos ou de colegas.
Às vezes a vida passa tão a correr que as pessoas se esquecem que sabe bem uma visita, uma palavra, um sms a perguntar "como vais?".
Eu estou de licença de maternidade, mas já estou de baixa (por gravidez de risco) desde Maio. E sinto muito essa falta...de uma visita, de um convite para café, de um sms. Parece que a vida continua à nossa volta sem nós.
Bem, e isto já vai longo. Sorry.
bjocas
Concordo completamente, Kitty. Também já estive internada e sei bem que depois de acordarmos é a ansiedade desse momento que nos mantém acordados e é uma altura que não queremos que acabe nunca. porque depois da visita cai uma nostalgia estranha sobre o hospital que só se apaga no outro dia de manhã.
Olá,
Incrivelmente tenho a opinião totalmente diferente. E foi bom ler este post e esses comentários para não desistir de visitar outras pessoas quando estão internadas.
A única vez que fiquei internada foi por pouco tempo e eu não queria mais ninguém lá além da família. Pedi expressamente mas mesmo assim houve quem foi.
É bom ver e saber que as pessoas não vão visitar os outros "só por educação". E deu para "abrir os meus olhos" para certas situações.
Obrigada.
bjns,
Tatá
Eu sei muito bem o que é isto. Meu filho foi operado ao coração aos 12anos de vida e o hospital tornou-se minha casa. Fomos até autorizados a ir à UTI para vê-lo assim que saiu do bloco cirúrgico e aquele ambiente é assustador. Todos que lá estão mesmo que sedados, lutam pela vida. Mesmo não podendo receber visitas, os telefonemas recebidos eram reconfortantes.
Felizmente a vida continua e ele segue em frente.
Já fui operada há uns anos mas lembro-me perfeitamente de todas as pessoas que me foram visitar. E também me lembro de todas as que deviam ter ido e não foram. É mesmo assim, não se esquece.
E, por isso, agora faço sempre o esforço (que não é esforço coisa nenhuma!) de arranjar sempre um bocadinho para ir visitar quem precisa de companhia e apoio!
Compreendo-te perfeitamente. Nestas situações estamos muitos sensíveis e vulneraveis e o tempo parece que não passa. Um carinho, uma palavra amiga e distracção sabem tão bem..
Eu gosto...chego a ter curiosidade quando estou noutro pais, de passar pelo hospital
Mas acho que são ossos do oficio...
(Mas é na perspectiva de profissional, nunca de doente..)
Algo que também abomino é a afirmação (e já a ouvi) prefiro recordá-la/lo como era. Ou então, "detesto vê-la/lo tão debilitada/o."
Como se estar com a outra pessoa fosse apenas válida do ponto de vista de quem está são. Como se as amizades só existissem e fossem bonitas quando as pessoas estão exactamente como as conhecemos.
Tive uma grande amiga que faleceu de cancro. Fui visitá-la até ao fim e apesar de doloroso, sempre achei que lhe/me devia isso. Cortava-me o coração ouvir este tipo de conversa a amigas/os comuns que a determinada altura deixaram de aparecer. Porque preferiam recordá-la como era ou porque não conseguiam perceber que ela continuava a ser a mesma, apesar do corpo que definhava e do sofrimento atroz. É que não chega a ser cobardia. É falta de carácter e absoluta incapacidade de se colocar no lugar do outro - ainda para mais quando ousaram um dia dizer-se amigas/os.
Peço desculpa pela extensão do comentário e pela incapacidade de me expressar melhor.
é isso e dizerem-nos que não foram ao velório do nosso pai porque não gostam de velórios.
...
Yep... e acho que só quem já passou por isso é que sabe...
Felizmente nc tive internada num hospital, mas acho que compreendo a situaçao. Uma pessoa passa o dia só, ta deserta para ver uma cara amiga para ter uns miminhos.
Essa de nao gostar de hospital... pff... ninguem gosta!!! Ninguem vai ao hospital para passar tempo.. mas sim para visitar quem se gosta! :D
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