domingo, 4 de dezembro de 2011

Das coisas admiráveis


























(Um filme que vi durante a minha adolescência e que me marcou para sempre. Ideal para combater a discriminação e o preconceito.)

Eu acho que todas as pessoas que vivem em Lisboa, arredores, ou que vinham apenas a Lisboa de vez em quando, se lembram do chamado homem elefante do Rossio. A sua cara estava de tal maneira deformada pelo tumor que lhe cresceu por toda a face, que fazia o homem elefante do filme de David Lynch parecer um verdadeiro príncipe. Todos devem ter passado por ele e devem ter ficado a pensar - como é possível alguém conseguir viver assim, com todo o sofrimento físico e psicológico que tudo aquilo implica.

Ontem, ao fazer zapping, dei de caras com um programa que me prendeu de tal forma, que eu não conseguia tirar os olhos dali. Eu não conseguia simplesmente mudar de canal.

José Mestre, assim se chama o senhor, há cerca de um ano, salvo erro, foi convidado pelo canal de televisão Discovery para filmar em Londres um documentário sobre a sua doença. O canal contatou alguns médicos famosos e um deles, de um hospital de Chicago, prontificou-se a operá-lo de graça. E o programa era sobre todo o processo, desde o dia da saída até ao regresso mais de dois meses depois.

O programa foi muito muito interessante e no final, depois de tanto tanto sofrimento, e com quase seis quilogramas a menos de tumor, já com a nova cara, era vê-lo feliz a cantarolar a canção "eu tenho dois amores" do Marco Paulo e a dançar com uma das enfermeiras, enquanto se despedia do hospital que o acolheu durante tanto tempo. Uma ternura.


17 comentários:

Luzia disse...

Infelizmente acho que as coisas não correram assim tão bem porque já o encontrei de regresso ao rossio pelo menos por duas vezes nos últimos tempos, sentado no sitio do costume...

Kitty Fane disse...

A sério? Oh. :-(

Anônimo disse...

Zia e como estava o senhor? Eu tb vi o programa queria saber como está actualmente... :(

Luzia disse...

Do que me apercebi, acho que está a crescer novamente. Voltou a ter o lado esquerdo maior, se bem que não está como estava claro. Apenas sei que o vi lá umas 3 vezes, a última delas esta semana.

A. disse...

Não sou de Lx, mas lembro-me de ser pequena e vê-lo, durante uns dia em família por aí. Nunca me esqueci dele, mesmo nunca, e muitos anos mais tarde perguntei por ele a uma amiga minha de Lx, se ele ainda estava vivo. Ela disse que sim. Uns anitos mais tarde aparece a notícia de que ele teve esta felicidade. Também vi ontem o documentário e fiquei comovida por ele e pela irmã. Também me perguntei como estaria ela actualmente, visto o documentário ser do ano passado (creio).

Descalça disse...

Não me parece que seja uma história com final feliz, sou mais uma das que o viu esta semana no Rossio.

chu disse...

Mas vê-lo no Rossio faz com que pensemos que as coisas não correram bem, como assim?
Sobreviveu às quatro operações que lhe fizeram. Vê melhor, come melhor, desloca-se sozinho (e bem ligeirinho), não terá o seu bem-estar melhorado?

É natural que o temor volte a crescer, ele não foi completamente retirado.

Ele não era conhecido pelo "homem elefante", mas sim, pelo "homem do Rossio". Até porque a doença do homem elefante (síndrome de Proteus) nada tem a ver com o temor do Zé (e ainda bem para ele).

Caixa disse...

Também estava a fazer zapping quando vi... impressionante.

ana sofia santos disse...

fiquei foi chocada como pessoas adultas lhe tiravam fotos sendo preciso pedir para apagar.
Parece que infelizmente o tumor não vai parar :(

Alma disse...

Estava eu nos Estados Unidos a ver uma reportagem, ja nem me lembro emque canal, quando dei por mim a ver um homem com a mesma doença.
Dei por mim a estar atenta à informação, e a estranhar estar a ser tão fácil a interpretação a língua. Isto porque estavam a emitir em portugues!

Era esse mesmo senhor.

Vi a entrevista, na altura ele ainda estava a tentar ser operado. Lembro-me dele na rua, ainda muito pequena, e fico contente por saber, que se uma forma ou de outra, foi ajudado.

<3

Alexandra Melo disse...

Sim conheço esse homem desde a minha infância morava a 2 km da minha casa a sua vergonha foi crescendo.
Triste historia.
Beijos

Cláudia disse...

é natural que volte a crescer, mas há que esclarecer que o próprio josé disse que estar no Rossio a ver a vida correr era das coisas que mais lhe davam prazer, daí que isso não demonstre uma falha, mas sim um regresso ao normal.

Quanto ao crescimento de um dos lados, mesmo após a cirurgia, a face nunca ficou simétrica e os problemas eram ainda muito visíveis, logo há que saber se houve de facto crescimento ou se quem o viu depois sabe que era assim que ele estava quando saiu do hospital.

Fuschia disse...

E quando não estava no Rossio, encontrava-o em Queluz. AInda no outro dia comentávamos que teria sido feito do senhor.

Tiago Correia disse...

Um dos meus filmes preferidos que também vi quando ainda era um miudo, e que também me marcou para sempre.........

Tiago Correia disse...

Um dos meus filmes preferidos que também vi quando ainda era um miudo, e que também me marcou para sempre.........

Cláudia Paiva Silva disse...

Era e é de Queluz, zona onde moro. Costumava estar muitas vezes a fazer de polícia sinaleiro junto da rotunda à ponte de Carenque, na Estrada das Águas Livres (para quem conhece a zona, sabe de que estou a falar). Quando vi a primeira reportagem também achei tudo muito bonito demais.. É uma pena sinceramente que as coisas não tenham corrido bem.

Tamborim Zim disse...

Já m tinha perguntado várias vezes por onde andaria esse senhor!Ai, q bom q foi operado, e se a doença regressar, pode ser q seja de novo e q o seu imenso desconforto vá cessando ou diminuindo muito.