sexta-feira, 25 de junho de 2010

Ainda a propósito do post das mini-saias e dos decotes



Houve pessoas que disseram que seguindo esta ordem de pensamento: daqui a nada estou a dizer que se são violadas a culpa é delas.

Obviamente que não. Eu não estou a desculpar os homens por serem ordinários e mandarem bocas ordinárias. Mas, sabendo todas as mulheres, todas sem excepção, que esse tipo de indumentária provoca essas reacções, então está na mão delas continuarem ou não a usá-las. Não se podem é depois andar sempre a queixar.

Eu, que basicamente uso mini-vestidos para ir para a praia, sei bem que se tiver de parar numas bombas de gasolina nesse caminho - e vou de chinelos (nem vou de saltos altos, que isso então é o equivalente à forca) - levo com buzinadelas, bocas do mais baixo que há e com olhares rebarbados dos que passam na estrada. E não gosto nada. Por isso, acabo por evitar fazer isso, enchendo o depósito antes. E continuo a usar esse tipo de roupa só porque sei que depois na praia ninguém repara nisso, afinal de contas anda quase tudo despido.

Mas, para andar no dia-a-dia, sobretudo para trabalhar, nem pensar nessas roupas mais ousadas, para já porque acho vulgar, e depois porque quero andar descansada e tranquila. E isso só depende de mim.

Da mesma forma que se for para um país árabe tenho o cuidado de me tapar. Cobrir os ombros, pelo menos, não olhar os homens de frente. E isto porquê? Porque da primeira vez que fui a um e me passeei em ambientes menos turísticos como uma ocidental vestida para temperaturas de quarenta graus, fui praticamente comida viva.

Eu sei que não devia ser assim. Eu sei que cada pessoa devia vestir o que quer. Afinal a liberdade é isso mesmo. Mas a realidade não é essa. E, neste caso, não chega ser, há que parecer também. Ou como diz aqui a Luna, quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele.

30 comentários:

prada disse...

Quem não quer ser lobo,não lhe veste a pele.
Em Roma sê romano.
Isto é, quem assim veste gosta de provocar e gosta de ouvir os piropos e quando se queixam é só para mostrar que são muito assediadas.
Esta opinião não revela falta de inteligência, mas tão só que há sensatez, e sabe onde e como, se vestir de acordo com as situações.
Não é por acaso, que se gosta de ligerie sexy, mas só a usamos no local próprio, e é ou não
para provocar?
Claro que sim!
Mas aí justifica-se.

I. disse...

Fundamentalmente, acho que tanto tu como a Luna têm razão.
Mas há uma situação em que acho que não têm, e é a das chavalitas muito novinhas (a quem qualquer trapinho fica bem) e que têm que levar com bocas desses ordinários. Uma miúda de 13/14 anos andar de calções ou mini saia devia ser normal. E acho profundamente doentio que fulanos com mais de 20 anos lhes mandem bocas. Não é o mesmo campeonato, deixem as miudas em paz!

Cláudia Paiva Silva disse...

Concordo plenamente com as tuas palavras (embora muitas amigas minhas que se dizem feministas, não percebam, ou seja, embora sendo minhas amigas, admito que são burras). É e será sempre obvio que os homens podem andar como quiserem vestidos (tal como podem andar a vangloriarem-se das suas conquistas amorosas diárias) que ninguém vai comentar ou dizer mal. As mulheres são um caso aparte. Não só porque se formos de boas familias (por boas entenda-se de boa educação, com moral e regras normais), depois ao extravasar somos referidas como vulgares ou ordinárias, como se andamos assim ou assado na rua, e chamamos a atenção É PORQUE QUEREMOS CHAMAR A ATENÇÃO. E nem é preciso por vezes andar semi-despidas para isso. Basta andar com roupa mais colorida que provoque olhares deles e delas para obtermos as mais diversas reacções. Agora que aos 14 anos, andar com as cuequinhas à mostra nos liceus é, sem duvida, para atiçar os coleguinhas da turma e alguns dos professores mais novos (e mais parvos); não me venham com coisas, porque é mesmo. Portanto... lamento, mas se existe um dress code para alunos (rapazes ou raparigas) de liceus e afins, deveria ser cumprido.. com excepção da história dos calções.

Fuschia disse...

Concordo sim, e que não o aceita, está a ser hipócrita. Quando vamos a uma entrevista, a um encontro, vamos bonitas certo? E digam o que disserem, é para nós, mas não é só. Por isso, a imagem conta, e temos de aceitar esse facto em todos os momentos e não em apenas os que dão jeito.

palpites_e_tal disse...

Concordo plenamente ctg!
Deus foi demasiado generoso cmg com este 34D e o facto de ser magra realça ainda mais. Nunca uso grandes decotes mas não consigo esconder o óbvio. Detesto aquela sensação de pedaço de carne, e que não olhem para a minha cara qdo falo, por isso não percebo como há pessoas que se vestem de forma tão provocadora (e pirosa) por opção.
bjs

A. disse...

I: sim, completamente. nem me lembrei de miúdas tão novas.

Narizinho Lunático disse...

Concordo integralmente contigo! Bjitos e bom fim-de-semana!

rosaamarela disse...

Pois… aqui onde trabalho, num universo de 3 homens para 1 mulher, COM REFEITÓRIO, algumas “são jovens” (não sei o que lhes via na cabecinha, mas devem pensar isso mesmo são jovens então podem com tudo …) vêm trabalhar como tu descreves que vais para praia, no Inverno leggins !!!... fica tudo dito!

BFS

kss

rosaamarela disse...

… mas quero contar uma coisinha, trabalho com o mesmo homem à mais de 20 anos, com o qual me dou LINDAMENTE, mas por um problema familiar mt grave que ele viveu, durante uns tempos (talvez anos) ele não falava 15 dias seguidos, nos dias que tinha que ir a “despacho” punha decotes grandes, mamas grandes, perfumeeeeee, para ver se o acordava.

kss kss

chu disse...

Este teu post só sublinha, ainda mais, aquilo que escrevi.
E, então, o que fazem aquelas moças, mulheres, que andam vestidas da cabeça aos pés e são assediadas na mesma??
Não saem de casa?

Quem tem de mudar não são as mulheres que se vestem como querem. Quem deve mudar são aqueles que pensam como tu e quem assedia. Quem assedia é quem actua erradamete, custa muito entender isso?

Não há relação alguma entre assédio e forma de vestir. Não sejas parolita.

E para quem fala de "ligerie sexy" (????): eu até posso estar na cama e chegar uma altura e dizer "não" e esse não deve ser respeitado. Ou é porque fui até ali devo ceder, mesmo já não querendo? Mas, que raio de mentalidades são estas?

Uma coisa é, necessariamente, verdade: vocês não sabem do que falam, nem estão preparadas para falarem deste assunto, de tão sério ser. Falam dele, como quem fala do "sexo e da cidade".

E não, "em roma, sê-se romano". Não é porque num país não se respeitam as pessoas ou os direitos fundamentais do Homem que eu agora vou pensar como eles. Em "roma, sê-se romano" é coisa de gente pré-convencional. Caso contrário, nunca teria havido um Gandhi, um Luther King, um Mandela. Mulheres tão independentes, tão pra frentex e, ao mesmo tempo, mulheres tão... Tao... Nem sei como qualificar! Tenho a certeza absoluta que encontraria mulheres de 70 e 80 anos com mais sentido de cidadania que vocês por aqui.

chu disse...

"Mas, para andar no dia-a-dia, sobretudo para trabalhar, nem pensar nessas roupas mais ousadas, para já porque acho vulgar, e depois porque quero andar descansada e tranquila. E isso só depende de mim."

Estás enganada, não depende só de ti. Aliás, se não depende de alguém é de ti.

Com este parágrafo estás, novamente, a dizer que quem é violado, ou violentado, assediado é por culpa da própria pessoa, da vítima.

O de não gostares de andar de uma determinada forma, é outro assunto. Tenho a certeza absoluta que te vestes de uma forma que eu não me vestiria; que te pintas de uma forma que eu não o faria. Queres um exemplo? Aí vai: acho vulgar (entendes, não entendes?) a cor com que pintas as unhas (sobretudo a dos pés). Mas, isso sou eu. E não te condenaria nunca, se te assediassem devido à cor das tuas unhas ou te confundissem com uma prostituta, ou call-gril, ou booty-call. Ninguém tem o direito de interferir com os teus gostos ou com a tua forma de estar.

Imagina-te: nas noites em que te embebedas, achavas bem que um homem levasse vantagem sobre ti por te encontrarem nessa situação? Não me parece. Mas, quem pensa como tu, dir-te-ia: mas quem a manda embebedar-se quando está na companhia de um homem? Que esperava ela que acontecesse? Não se embebedasse.

Fica descansada, se pensam que és muito recatada, há gente que ainda é mais. E não tens moral alguma para apontar o dedo a ninguém.

verniz escarlate disse...

infelizmente é o que mais se vê! Seja verão ou inverno é ver "miúdas" com 14 e 15 anos meias despidas. Depois realmente as coisas acontecem e admiram-se. Culpado é quem pratica o mal e esse não tem desculpa. Mas acho que um pouco de mais de decoro não faz mal a ninguém.
Esse proverbio cai que nem uma luva, realmente quem não quer ser lobo não lhe veste a pele.

Woman Once a Bird disse...

A norma não pode ser "estão mesmo a pedi-las". A norma não pode ser cobrar a quem veste e não cobrar a quem abusa da liberdade que tem sobre o outro. Lamento, sou feminista (e pelos vistos um bocado burra), mas tenho para mim que está em cada um/a de nós mudar o que está mal e não apenas encolher os ombros e dizer é assim sempre foi assim, portanto, temos pena.
Se eu gosto de usar decotes? Não. Gosto de usar mini-saias? não. Mas tal não significa que outras não o façam "apenas" porque são mulheres e porque se convencionou ser "norma" que os homens achem que podem abusar em função de algo que não lhes pertence.

Cláudia Paiva Silva disse...

Woman once a bird.... quando eu estava a dizer que as a minhas amigas eram feministas e as chamei de burras, esqueci-me de referir um dado importante: eu também sou, mas sou mesmo.. confessa e devota do feminismo quase in extremis; quando evoco burras será somente porque elas, embora se digam feministas actuam e têm comportamentos que não jogam com o resto. (Obviamente que n estava a dizer que feminista=burra... ehehe, sorry pelo lapso). Para quem aqui escreveu que em países democráticos as mulheres devem andar como quiserem apenas digo o seguinte: então, deve ser uma daquelas felizardas que, ao escolher andar com mais ou menos corpo à mostra, não ouve, não percebe, não entende e não sente qualquer tipo de assédio. (E já agora, casos de violação para mim devem-se sobretudo a perturbações mentais femininas ou masculinas que nada têm a ver com a forma de vestir das vítimas). Se é esse o seu caso, muitos parabéns. E quanto à questão de haver ou não moral para apontar o dedo... odeio ser assim (aliás, em blogs de outras "amigas" nunca o fui), mas há uma primeira vez para tudo, eu TENHO a moral para poder apontar o dedo à vontade, porque já vi muita rapariga a aproveitar-se dos seus atributos para conseguir muito na vida. (E é assim que a maioria das pessoas pensa e pensará, porque se há coisa dificil de mudar nesta vida são mentalidades) As mulheres/jovens/moças/catraias, quando querem, é porque sim, estão a pedi-las e não, não têm o direito de ficarem "indignadas" quando ouvem comentários ordinários dos homens.

S. F. disse...

100% de acordo com a Chu e 100% surpreendida com a tua opinião Kitty. Quem está mal são os homens que não respeitam as mulheres. Se algumas exageram-se? Talvez, e então sujeitam-se a ouvir piropos, isso aceito, agora dizer que a culpa de ser violada é da mulher porque vestia uma mini-saia é para mim um atentado a dignidade das mulheres. E ouvir estas opiniões proferidas por mulheres jovens é muito triste.
Btw, no SATC, a Carrie anda muita vez de calções muito curtos, será que se ela for violada a culpa é dela?

Jaqueline Coimbra disse...

Eu acho que uma mulher (se quiser) pode andar nua e NINGUÉM tem o direito de dizer nada.

Loira disse...

Experiência completamente diferente da minha... em Marrocos, andei por sítios mto pouco turísticos, com a mesma roupa que usava cá, olhei toda a gente nos olhos e não tive problemas nenhuns. Tb não estava nua.
E quando uso saias curtas não quero chamar a atenção ou provocar. Credo. Uso porque gosto. são curtas, mas tapam o rabo. além disso, há gente que vestida da cabeça aos pés´chama mais a atenção, bem como há quem vista roupa curta com mta classe.

E já agora... cada um deve andar como quer. se há coisas que eu não gosto de ver nos outros? há... imensas. Mas são as próprias pessoas que têm de gostar. as mulheres com mtas formas (não é o meu caso) costumam chamar mais a atenção... têm de andar de burka? e mais... temos o direito de não ser assediadas!

Loira disse...

Sim, esperemos que nunca sejas vítima de violência sexual. Que nunca tenhas de ouvir que, se calhar, foste tu que provocaste isso.

Anônimo disse...

As mulheres que têm umas boas pernas e umas mamas bonitas, gostam de as mostrar. Sentem uma certa excitação em provocar excitação mas, daí até quererem ser violadas ou ofendidas vai uma grande distância. Nós homens, devemos apreciar sem cair no exagero, as coisas boas da vida.
Já o que me faz urticária é a moda das calças descaídas nos rapazes, alguns andam com o cu quase à mostra. Felizmente parece que essa moda está a passar.

Loira disse...

ordep, e não é por causa disso que os violamos na rua ou vociferamos piropos brejeiros ;) (aos rapazes).

M. disse...

Eu também sou assim, mas, agora, quase a chegar aos 40 (que horror!), estou a pensar em fazer diferente... mas no Inverno, de meias opacas ;)))
Bjs,
Madalena

Dulce disse...

Subscrevo inteiramente. O meu entendimento é que mini saia e decotes vertiginosos só para a praia, fora disso é meio caminho andado para sermos tidas como oferecidas e levarmos com piropos de rabarbados. No trabalho, então, considero proibidíssimo!

E calças brancas, Kitty? Já te apercebeste que os homens deliram com uma mulher de calças brancas?? Nunca percebi muito bem porquê... devem ter esperança em conseguir vislumbrar qualquer coisa... enfim.

Dulce disse...

ups! queria dizer "rebarbados"...

Pedro Almeida disse...

Não será tudo uma questão de bom gosto (ou falta dele) e de bom senso (ou falta dele)?
É óbvio que um homem que não respeite uma mulher, por mais "provocante" que esta esteja, é um ser boçal, um troglodita que não tem desculpa nem atenuante.
Por outro lado, as mulheres que se vestem assim só denotam uma coisa, total falta de sentido de elegância e charme.
Eu até nem serei muito conservador, mas o que mais sinto por elas é mesmo pena, nota-se ali uma certa carência afectiva e necessidade de chamar a atenção. Não ganho de todo uma erecção, ganho uma vagina. Erecção ganho com uma mulher que seja discreta q.b., elegante, que saiba estar, saiba conversar, seja culta.
A provocação faz-se a dois e entre quatro paredes, não se faz na rua.

Jasmim disse...

Eu concordo. Todas as mulheres sabem que ao mostrar mais pele, estão a convidar olhares e pensamentos que são tão livres como o desejo que elas têm de usar esse tipo de roupa. Noto que se levo um decote, ouço piropos, se for com um casaco passo despercebida... no entanto, por vezes quero apenas usar uma camisola que me fique bem e não necessáriamente para ouvir piropos e sinto-me mal a ouvi-los, logo deixo de usar tal roupa. Infelizmente existem pessoas que verbalizam pensamentos, e é algo que não podemos controlar de todo e que de certa forma nos limitam (a mim pelo menos).

Unknown disse...

O que eu acho curioso, é que haja pessoas que acham que existem piropos «ordinários», mas já não conseguem conceber «indumentária ordinária». Realmente, quem assedia é que está errado, mas aí eu pergunto: quem é que está a assediar? Quem manda piropos ordinários ou quem se veste de forma ordinária com o intuito, em muitos casos de chamar a atenção? Atenção que eu não estou a condenar quem se quer vestir assim com intuitos próprios, pois cada um sabe de si. O que eu critico, é quem o faz e depois se faz passar por vítima

Quanto a essa Chu, digo aquilo que dizia o Jô Soares: Estuda, minha filha, lê, lê muito, pois ainda tens muito que aprender. Deves ter 18 anitos e vontade de sair de casa dos paizinhos, ou então, ainda não cresceste mentalmente.

fatima disse...

Só as mulheres com pouca roupa são assediadas e incomodadas com piropos obscenos? Francamente, não me parece. Mas, partindo do princípio aqui apresentado, um homem que visita este blogue e é recebido por uma mulher quase despida terá toda a legitimidade para desatar a fazer comentários ordinários ou convites de carácter duvidoso, pois a "mocinha" que faz as honras da casa esqueceu-se do resto da roupa. Vá lá, não podemos ter dois pesos e duas medidas.

Woman Once a Bird disse...

Francisco:
Isso agora de aferir "o intuito" é complicado. É o tal problema das atitudes que não são observáveis, ou das intenções, ou dos motivos. Mas que garante que a indumentária de alguém pretende x, y, ou z? E mais, que reflexo condicionado é esse que determinou que os homens à vista de um decote ou de uma mini-saia salivam ordinariamente?
Enfim...
Há mulheres que vestem para se sentirem mais sexys? Claro que sim. Mas quando determinamos ser esse o caso? E porque raio desculpamos os homens que acham ter o direito de comentar e não o fazemos em relação às mulheres que usam a indumentária?

Clau:
Eu, como comecei por dizer que sou profundamente feminista. Aliás, tenho a convicção que qualquer um(a) de nós é, se partir da premissa que as mulheres são pessoas - e isso implica considerar que dentro do que é diferente (efectivamente o sexo masculino é diferente do sexo feminino), em termos de direitos, deveres e garantias (sejam sociais, culturais, políticas, etc) estamos em pé de igualdade. Posto isto, o meu feminismo diz-me então que qualquer pessoa deve poder andar na rua sem ser assediada, independentemente de ser homem ou mulher. E a questão dos "piropos" (a ser generosa com o termo) é acima de tudo cultural: convencionou-se que é normal, expectável e até (consoante os casos) giro que os homens o façam em relação às mulheres. Ora, e exactamente isto que não concebo, porque acima de tudo significa tão somente uma questão de poder (e não é por acaso que geralmente acontecem quando estão a ser observados ou em grupo). É exercer poder sobre o outro, é tentar embaraçá-lo, envergonhá-lo, causar desconforto. Não é um elogio, não é "generoso". É, tão somente, interferir com a liberdade de outrem porque se pode. E isto, para mim é inconcebível (sejam homens ou mulheres a proferi-lo) - e por isso também não considero que a indumentária de alguém justifique/desculpabilize um comportamento destes.

Kitty Fane:
Peço desculpa pelo comentário tão longo.

Unknown disse...

Portanto, a vossa lógica será mais ou menos esta: Se há homens parvos que lançam piropos ordinários mesmo sem que a mulher se vista de forma provocante, então, a roupa não tem qualquer influência. Mas que raio de lógica... Bom, eu também posso raciocinar assim: Se quando eu vou à praia e uso protector solar, queimo-me sempre um bocado, então, o protector solar não tem qualquer efeito e o melhor é nem sequer me ralar mais com protectores solares.

O Busílis da questão aqui, tem a ver com o conceito de «ordinário» e com os limites do mesmo. Já admiti que há piropos ordinários e agora, aquilo que estou à espera, é que me digam se consideram existir «toilettes ordinárias» ou se acham que a mulher tem todo o direito a vestir-se como quiser e o homem é que é sempre o assediador. É que se pensam assim, eu lanço o seguinte repto: comecem todas a vestir apenas uma tanguinha a tapar as partes baixas e o resto é... tudo à mostra.

Vivemos numa sociedade com regras e valores e a forma como nos vestimos, é um deles, quer queiram, quer não queiram. Se assim, não fosse, podíamos vir para a rua nus, sem sermos logo levados para a esquadra e acusados de atentado ao pudor. Isto significa que estamos no domínio dos tais limites que falei acima e não na vontade da mulher em vestir-se como quer.

Anônimo disse...

eu concordo que sim há liberdade de vestir cada um veste o que quer, e há bom senso e se ha pessoas a andar na rua praticamente nuas depois não se admirem de serem tratadas como putas. mas por outro lado nos paises desenvolvidos como não é o caso deste atraso de vida, também há pessoas assim e os homens não mandam bocas de nojento para baixam limitam-se a olhar e a comentar baixo com o vizinho do lado. tudo bem nao querem passar por putas onde tudo vai nao se vistam como tal, mas passa também por educar as pessoas que isso é nojento, ninguém gosta (por muito que pensem o contrario) e que fica mal a quem diz essas coisas porque depois ninguem o respeita porque pensa que é daqueles homens que so querem enfiar