quarta-feira, 24 de março de 2010

O Amor é um Lugar estranho - Pelos Leitores # 13



Da autoria do Mak (pois é, ele também escreve coisas sérias)

O amor é um lugar estranho, porque somos nós que o procuramos e é sempre ele que nos encontra. Um lugar onde só se vai de olhos fechados e coração aberto, sem saber ao que vamos, mas sabendo apenas que queremos ir.

Todos sabem o caminho de cor, até ao dia em que o têm de percorrer. Aí o passo treme, vacila, hesita, suspira, respira fundo, chama por ele, pede-lhe ajuda. E o amor ri-se, sopra um beijo e diz-nos ora para sermos pacientes, ora para sermos ousados. E assim se define o caminho para o amor, feito de contradições, numa alameda de encantos e desencantos, tão única como o lugar aonde nos leva.

Lá chegados, no meio do nevoeiro, surge de novo essa mesma certeza: o amor é um lugar estranho. Nele não existe nem noite nem dia. A luz vem do fogo dos que amam, a escuridão do vazio que os separa. Juntos são Sol, são Lua, brincam entre planetas e galáxias, beijam-se escondidos na cauda dos cometas. Separados são a distância entre as estrelas, que parecem tão perto, mas infinitamente tão longe.

Nesse lugar o tempo não passa, os risos não morrem, as palavras não se esquecem. O amor não é um lugar estranho por ser perfeito, mas por tornar belas as pequenas imperfeições. E as sombras que aí existam, quando o amor é sincero, são como a efémera que tem a sua existência definida pelo seu nome.

O amor não é um lugar estranho por ser feito de riqueza e palavras caras, de beleza ou deslumbramento. É estranho por ser feito de sonhos, daqueles que nos alegram por serem verdade mesmo depois de acordarmos.

E se fosse feito um mapa desse lugar tão estranho, o resultado seria uma folha em branco. Porque o amor não se define pelo que os olhos vêem e pelo que as palavras dizem. Define-se por ser indefinível e aqueles que têm a felicidade de repente se encontrarem não se preocupam em descrevê-lo.

Para quê? Se o melhor desse estranho e almejado lugar é poder vivê-lo.

Sem um tu, sem um eu.

Nós.

E talvez assim, no meio de toda a sua estranheza, não nos pareça tão estranho.

15 comentários:

Filipa disse...

Desvatadoramente real e verdadeiro...
e muito belo....

MoonLight disse...

lindo!=DD

obrigado aos dois!

beijinho

António Prates disse...

Gostei do texto, mas continuo a achar que a morada do amor é um dos lugares mais estranhos que Deus inventou para a nossa habitabilidade e para o nosso conforto emocional. O amor é um monstro estranho; tão esquivo quanto grudado; tão doce quanto amargo; tão ingrato quanto grato; enfim, é o mesmo amor de sempre!

Izzie disse...

está muito bonito este texto. adorei

Branca de Neve disse...

Bonito e verdadeiro.

Catarina de Carabá disse...

Está mesmo muito giro :)
Adorei!

Unknown disse...

Este Mak escreve com uma beleza incrível...adorei:-) Bj

prada disse...

O amor é um lugar estranho para quem, aí nunca teve a sorte de atracar! Por isso é o sentimento que mais desejamos ao longo de toda a nossa vida, descrevê-lo é dificil e todos os grandes poetas o tentaram " é fogo que arde sem se ver" ...., mas na verdade é indescritível!
Achei lindo este texto!!

preps disse...

*sigh* lindíssimo e soou a verdadeiro, não a "estranho".ehh Obrigado pelo mimo!

Helena Barreta disse...

Muito bonito.

Parabéns ao autor.

Helena

rosaamarela disse...

Kitty,

LAMENTO só ter descoberto o seu blog á mt pouco tempo, qdo eu comecei na blogfera, à 11 anos, os blogs ou não havia ou estavam no começo, para minha grande raiva não podia falar português, assim comecei a “falar” nos blogs estrangeiros onde ainda hoje conservo amizades incluindo encontros (KKD – quedadas ) bisemestrais.

Quanto ao seu GOSTO MT E MT OBG

beijinho

Marta disse...

De todos os textos publicados até agora este é, sem dúvida, o meu preferido.

Sofia disse...

Mais bonito era impossível.
:)

Kikas disse...

um dos meus preferidos até ao momento :) lindo!

vera disse...

Muito, muito bom... Parabéns ao autor!!!