quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Esta coisa das assinaturas para a realização do referendo anda a fazer-me comichão


Isabeli Fontana

Quer dizer, o país está em crise, há problemas muito mais importantes para resolver, e esta gente não tem mais nada que fazer do que andar a reunir assinaturas para fazer parar o país e gastar rios de dinheiro em campanhas eleitorais, só para tentar impedir a felicidade dos outros, que é como quem diz, para tentar impedir uma coisa que em nada vai interferir com as suas vidas ou com a vida dos seus filhos muito machos, sim, muito machos, que esta gente não tem gays na família. Ora se se querem casar, se querem beneficiar dos direitos que os outros casais têm, porque é que hei-de ser eu a impedi-lo? Não percebo.

20 comentários:

Catarina disse...

Porque infelizmente ainda há muitas pessoas que acham que ser homossexual é um problema, uma doença, ou uma tara. E ainda não compreenderam também, que pode haver um referendo ou dois, que é só uma questão de tempo até o casamento homossexual ser uma realidade escrita na lei. É por isso. As pessoas preferem magoar os outros, criticá-los, excluí-los até, do que compreende-los!

Vera disse...

Eu também não percebo.

Anônimo disse...

Nem mais!

Há é gente que lhe custa ver os outros felizes, só pode ser isso.

Um beijinho

Helena

art.soul disse...

não dá mesmo de perceber... mesmo!

Anônimo disse...

Concordo integralmente contigo. Aínda não entendi qual é o argumento para não se aprovar a lei, no meu entender só vai beneficiar quem quiser praticar o acto e não prejudica absolutamente ninguém. Enfim, estamos a tentar profeçar uma doutrina que há muito já não faz sentido ser generalizada. Afinal vivemos numa democracia ou não?

Paula R.

Anônimo disse...

Há gente sem nada pra fazer é o que é!
Deviamos era fazer um blogue para acabar com isso! preconceituosos!

Jane Doe disse...

LOl
enfim.

blogdatanga disse...

"impedir a felicidade dos outros"?
Mas então em que é que ficamos, casamento é sinónimo de felicidade?

Merenwen disse...

Concordo completamente contigo. Andar a gastar rios de dinheiro em campanhas eleitorais e numa mesa de voto para impedir que a felicidade de outrem e que em nada nos afecta a nós. Há tanto problema importante para o país e que nos influencia a todos, nesses é que se deveria concentrar os esforços do povinho português.

PP disse...

Hear, Hear!!!

Anônimo disse...

Estou muito dividido nesta questão. Também não acho necessidade de fazer um referendo, mas podem chamar-me preconceituoso, quadrado, antiquado, etc. etc, que não consigo ver um casamento entre duas pessoas do mesmo sexo. Porque não uma união de facto, com os mesmos direitos do casamento? E isto não tem nada a ver com convicções religiosas da minha parte.
Cumprimentos

Pedro

Anônimo disse...

Alguém que me explique que ideia peregrina é essa de fazer uma união de facto com os mesmos direitos que o casamento? Sim, porque eu não percebo porque é que coisas iguais devem ter nomes diferentes no Código Civil! Será porque a sociedade portuguesa ainda está muito "atrás"? Eu acho que sim... resmas de coisas realmente importantes para nos preocuparmos no mundo e é disto que o "povão" fala. "Povão" esse que diz que não concorda com o casamento entre homossexuais… que diz que se estes quiserem assumir a sua relação perante a sociedade, deverá ser através de uma união de facto. É este “povão” que, muitas vezes, nem sequer sabe que na união de facto os direitos sucessórios não existem. E expliquem-me lá porque é que os homossexuais não hão-de poder dispor de todos os seus bens a favor do seu companheiro quando morrerem! Além disso, quem somos nós para achar bem ou mal as preferências sexuais dos outros? Se for de mútuo consentimento e não houver ofensa à integridade física, por mim está tudo certo… sejam felizes… e, se quiserem, que assinem o contrato que é o casamento!!!!
Liliana

Microondas disse...

eu vejo a coisa pelo outro lado. Sou completamenta a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas também eu penso que este país tem e tinha problemas muito mais urgentes a discutir do que este, embora Sócrates não durma e soubesse que isto ia ser novela para entreter o povo durante uns meses, como tem sucedido.

Mas assim como sou a favor do casamento gay e votarei a favor caso exista um referendo, preso muitíssimo a democracia, e se existem 90.000 pessoas que conseguiram exigir a discussão do tema isso deve ser discutido e provavelmente devia ser feito novamente o referendo. Penso aliás ser uma enorme hipocrisia, caso venha a suceder, votar a realização do referendo consoante se é, ou não, a favor do casamento gay. Uma coisa é o assunto em casa outro é a realização do referendo, e gostemos ou não, se existe uma falange significativa da sociedade que pretende ver o assunto referendado, desrespeitar isso é exactamente a mesma coisa que desrespeitar o direito dos homossexuais a verem este assunto discutido e decidido.

Anônimo disse...

E porque não aceitar também casamentos entre pais e filhos, entre irmãos ou meio-irmãos, entre tios e sobrinhos e entre primos? Se for de mútuo consentimento o mais importante é serem felizes... Também não encontro motivos para que tal seja condenado. Afinal de contas é a felicidade que está posta em causa, certo?

Mi disse...

Eu nem estou a acreditar neste último comentário...

Comparar incesto com homossexualidade é no mínimo grotesco.

Lembre-se que há alguém do seu círculo familiar ou de amigos é homossexual (basta pensar estatisticamente) e pense se não terá o direito a casar, se assim o entender.

Fay van Gelder disse...

Eu não acho nem nunca achei que ser Gay, é problema, muito pelo contrário, desde que sejam Felizes :)
No entanto acho é que este pais tem problemas mais graves para serem resolvidos do que este. Concordo com o que escreves.
Tanta confusão para quê?, detesto preconceito, mas infelizmente por cá é o que mais há.

Alexandra disse...

As pessoas que peticionaram a realização de um referendo não o fizeram porque entenderam que deve ser o povo a pronunciar-se. Fizeram-no porque são contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e usam o referendo como mecanismo impeditório da aprovação da lei. Tal foi manifesto pelos grupos que interviram. Isso, sim é grave.

Todos conhecemos a participação e resultados dos referendos já realizados até hoje. (Não significa que não se façam referendos mas este governo, bem ou mal, através do programa eleitoral e da vitória nas eleições está mandatado para legislar sobre a questão.)

Outra coisa, temos problemas mais importantes para tratar? Sim ou não, dependerá da perspectiva e envolvimento de cada um mas a resolução das questões económicas não impede a resolução (ou obriga ao esquecimento) das questões sociais, políticas, etc, certo?

Anônimo disse...

...talvez porque com o acordo o conceito de "FAMILIA" deixa de existir???????????????

Anônimo disse...

"Comparar incesto com homossexualidade é no mínimo grotesco.Lembre-se que há alguém do seu círculo familiar ou de amigos é homossexual (basta pensar estatisticamente) e pense se não terá o direito a casar, se assim o entender."

Mas alguém lhe disse que sou contra o casamento entre homossexuais? Ou mesmo contra eles? Apenas acho que esta nova lei ao ser aprovada abre um rol infindável de causas por que lutar.

Existem alguns países em que o incesto é permitido, tal como a homossexualidade (uns 8). Era escusado ter tanta pressa, este assunto merecia ser debatido com mais calma e tempo. Assim temos uma lei que vai exactamente contra o pretendido que supostamente seria acabar com a desigualdade - ter direito ao casamente mas não à adopção. Afinal só temos oito países em todo o Mundo à nossa frente, não estamos assim tãooo atrasados, ao invés de tudo o resto, infelizmente, que somos os últimos em quase tudo.

Voltando ao incesto, se o seu argumento são as estatísticas pense se não terão também o direito a casar, se assim o entenderem, já que casos não faltam. Se calhar não foi boa ideia usar a estatística como argumento... E ser da família e círculo de amigos muda alguma coisa? Se um familiar seu matar alguém vai ser mais compreendido só porque é da sua família? E quem é contra esta lei também não tem o direito de ser compreendido? Limitei-me a colocar questões e não a afirmá-las. Já não se pode dizer nada porque somos logo apontados e acusados de tudo e mais alguma coisa. Este assunto virou obcessão! A democracia é lixada...

Mi disse...

Como afirmou : "E porque não aceitar também casamentos entre pais e filhos, entre irmãos ou meio-irmãos, entre tios e sobrinhos e entre primos? Se for de mútuo consentimento o mais importante é serem felizes... Também não encontro motivos para que tal seja condenado." e não é "contra homossexuais", será então a favor do incesto?

Quer quiser casar casa, quem não quiser, não case.
E se concorda com o casamento homossexual e não é "contra eles", tanto melhor, mas incesto e homossexualidade são, de facto, assuntos muito diferentes.

Quanto a estatística, foi usada apenas para referir a dimensão do universo de que estava a falar, argumento esse que me continua a parecer válido.

se vamos muito depressa? Desde que esta lei dê direitos aos cidadãos, que nunca lhes deviam ter sido vedados, e mesmo que não esteja perfeita, que não está, parece-me um grande salto qualitativo para o país.

Mas pronto, é só mesmo a minha opinião, já que estamos em democracia e a posso expressar!