quinta-feira, 10 de setembro de 2009

E, pronto, isto é só para resumir

Para que não haja confusões, há três tipos principais de betos. Isto muito resumidinho. Um dia com mais tempo, desenvolvo o tema.

Ora para começar temos o estilo beto-surfista. São loiros, cabelo grande, andam sempre bronzeados e são quase todos escandalosamente giros. Só é pena, no geral, não deverem muito à inteligência e à cultura. Não vão além dos lugares comuns do costume que para eles são o Bob Marley, as ondas, a pororoca e afins.

Depois temos os betos clássicos que há quem não considere betos. São os mais discretos. Camisinhas, chinos, compõem a indumentária. As suas marcas favoritas são Gant, Ralph Lauren e Lacoste (mas nada de letras garrafais a mostrar a marca, não, tudo muito discreto). Nada contra. Pelo contrário. Aprecio bastante este tipo, tendo quase todos os meus ex namorados pertencido a ele.

Depois temos ainda os que eu referi no post anterior, aos quais chamo de betos lavradores. Estes não suporto, lamento (à excepção do meu amigo que é um querido). São quase todos iguais. Há carradas deles na zona do Ribatejo. Têm sempre a mania das grandezas. Das terras. Das touradas. Dos brasões. Usam todos o cabelo exageradamente grande. São estes que usam a camisinha abertinha com o fiozinho a espreitar, e o sapatinho de vela com a calcinha (que nos mais velhos pode ser encarnada) à meia canela.

E, meninas, não confundir os pintarolas de camisa aberta e fiozinho ao pescoço, de meia branca e unha do dedo mindinho grande, com estes betos como algumas confundiram. É que não tem nada a ver. Mas talvez só quem viva na zona de Lisboa identifique isto.

33 comentários:

Laetitia disse...

Aqui em Coimbra também existem essas três clases de betos ( não é só na capital). E acrescento mais uma : a dos beto-fashion!:)

Anônimo disse...

O que é uma pororoca, Kitty?

Kitty Fane disse...

Como diz a wikipédia:

"Pororoca é a elevação repentina de grandes massas de água junto a foz de grandes rios como o Amazonas;provocadas pelo encontro de marés ou de correntes contrárias. Atinge a altura de 3 a 6m."

Resumindo, este fenómeno forma umas ondas altas que não se desfazem junto à costa como as dos Ocenaos e que se prolongam durante muito tempo ao longo do Amazonas. São o sonho de qualquer surfista. :-)

Ana disse...

Eheh aqui na minha zona o que não falta são os Betos Lavradores. E são tal e qual como os decreveste, só tenho a acrescentar que eles aqui também usam um terço branco daqueles de plástico em vez do fio dito normal e que as calças à meia canela apertam e bem o seu material tanto na parte da frente como na detrás! Ah! e há ainda aqueles que vão mais longe e deixam crescer as patilhas "à pastor".

Só tenho a dizer: MEDONHO!!!

Shizuka disse...

Ai os BETOS... lol...
Mas entre Betos e as suas Betísses e Xungas e as suas xunguísses... Que venham os BETOS, aos molhos, às carradas e carradas deles!
Que para mim não existe maior corta interesse do que um elemento do sexo masculino com pinta de xunga, com conversas de carros, e racing, e “ailarons” matias que cortam o vento as fatias, e os bonés, a calça de fato de treino.. e já para não falar nos fios, aneís e pulseiras de ouro... Os por mim carinhosamente apelidados de “cérebros de ervilha”!

Ufa... que até me deu uma coisinha só de descrever sumáriamente esta espécie, que para mal dos nosso pecados, não se encontra nem perto das vias de extinção.
Não estão de acordo meninas?

Anônimo disse...

E ainda mais para o Norte que Coimbra, há o chamado "beto-rebelde", que suponho que seja um conceito semelhante....

Raquel A. disse...

LOL!

Não podia estar mais de acordo!:)

BJS*

Anônimo disse...

Betos-Surfistas que não devem muito á inteligência?
Andas a ver muitos filmes americanos...Não tenho nada essa opinião... Acho um estilo bem porreiro, até porque a ler isto acho que é onde enquadro o meu namorado. :)
Betos Clássicos são para mim os homens normais, com bom gosto a vestir. Betos lavradores esses sim
são do pior, é só ouvir falar de cavalos e montes.
Devo te dizer que estes estilos de pessoas existem pelo pais todo e não só em Lisboa.
Num próximo post tens de escrever as Classes no feminino.


JU

Luisa disse...

Esses betos lavradores também existem aqui no norte, penso que é uma espécie que está em rápida propagação, até tenho um na família (casou com uma prima), devo acrescentar que normalmente são católicos e votam CDS (nada contra, apenas estou a acrescentar mais algumas características à espécie)

Me disse...

Identifiquei todos tão bem! Por ser de Lisboa e ter vivido sempre em Lisboa, mas por ter estudado (até ao 12º) numa bela cidade do Ribatejo e me ter mudado para lá quando casei!

Esses ribatejanos conheço-os tão bem! Irra que não há quem os aguente!

Alexandra disse...

Pois, Kitty, falta o beto fashion qque há pouco falei. Um pouco mais arrojado e actualizado nas escolhas mas, definitivamente, beto.

Betos lavradores, tenho alguns na família. Inevitável quando se nasce no meio dos toiros e corridas. As conversas giram sempre à volta do mesmo, de preferência, numa mesa farta de produtos regionais e bom vinho.

rita disse...

aqui no porto dá perfeitamente bem para distinguir essa estratificação "bética"!!
Boa!

I. disse...

Esclarecida.
Mas aquilo a que chamas os betos lavradores, chamava eu forcados, campinos ou toureiros.

Nunca pensei que o estilo do fadista Rodrigo fosse considerado beto, ainda o considero burgesso. Por muito dinheiro e terras e brazões que essa gente (diz que) tem, por muito blazer azul com botão dourado que use, normalmente são uns borra botas do pior.

Depois há os outros, as Tarecas desta vida: mais discretos. São os que têm (de facto) pergaminhos, ou pertencem a famílias que fazem criação de cavalos e se dedicam à tal de lavoura há várias gerações. Normalmente são monárquicos, sim senhora.

Na feira da Golegã ou de Santarém distinguem-se bem os dois tipos. Os que têm e são, e os que fazem que têm ou nem sempre tiveram, e definitivamente, não são.
(já me cruzei profissionalmente uns destes últimos, e eram uns senhores. marialvas até à última casa, mas uns perfeitos cavalheiros. e camisas abotoadinhas, que nem as senhoras suas mães os deixavam andar nessas figuras!)

ADEK disse...

Nunca fui de considerar o "beto lavrador" beto... Costumo chamá-los "pintas" e nem sequer sei mt bem porquê. Lá está, passo a maior parte da minha vida em Lisboa, mas na minha fina terrinha os betos são os segundos que referiste. Betos surfistas para estes lados não há, porque surfar num riacho secundário não é do melhor.

Alexandra disse...

Sim, a melhor definição para o beto lavrador é marialva, se bem que esta implica toda uma conduta no agir, nomeadamente para com as mulheres.

lucia disse...

adorei...

Maria disse...

Não podia haver melhor explicação..:P

André disse...

Talvez devesses esquecer os betos pá. Essa malta já faz parte da pré-história. Hoje em dia os pseudos do Bairro Alto é que estão a dar.

=p**

Sissy disse...

os últimos que falaste são os cromos... ou os bimbos.
acho piada ao Beto Clássico.
Têm qualquer coisa, que não sei bem o que é que é... c'est je n'sais quoi...

Marta disse...

Descrição simplesmente perfeita!

Precis Almana disse...

No meu tempo, os betos eram os clássicos que descreveste. E todos eles são iguais, Kitty! De tal forma que se identificam a léguas. Dentro destes tens os novos ricos e os benzocos, os brasonados. Os novos ricos não existiam muito no início da era democrática...
Os lavradores não são de Lisboa, são das touradas e de Santarém, Ribatejo. Não me parece que sejam assim tantos que mereçam uma designação à parte, mas ok.
Os outros eram surfistas (surgiram p'raí nos anos 80 e pouquito, tinha eu 15 anos), nunca lhes chamei betos. Mas 'tá visto que é uma coisa de gerações.

A. disse...

Oh Kittyzinha, mal posso esperar por amanhã. :)

Os betos surfistas eu chamo de betos radicais, mas é mesmo isso, muita festa de reggae, bob marley, djambés, muita ganza e nada na cabeça.
Eu não sou muito dada a betos - ou tenho a mania que não sou dada a betos - mas a ser, que sejam os clássicos.

Anônimo disse...

Ai Kitty...não me importava nada de conhecer um beto surfista :) :)
Acho-os tão queridos...

Anônimo disse...

Algumas mulheres tem a ilusão q um beto clássico é um bom partido,dá ideia q vem de uma família de bem...normalmente a 1ª impressao é sempre boa...
Pode ser burro mas nao deixa ficar mal nenhuma rapariga :)e vice versa claro...

Anônimo disse...

Com tanto estereótipo junto quase sou conduzido a pensar que o teu amigo beto-mais-beto-não-há dá ares de pimp de filme americano. Mas isto é apenas para resumir a cena.

Anônimo disse...

Descrição perfeita!

Betos-lavradores = Betos charruas
Deumalivre!

amartins

Jane Doe disse...

Uii também há no Porto e em Gaia acredita!

Li disse...

Eu, nascida scalabitana, adoro aqueles que andam com a cabeça de lado para segurar a trunfa de cabelo. Mas que penteado é aquele?!
Melhor, são as calças de meia perna a apertar os tintins e as patilhas á wolverine. E as companhias femeninas deles, parecem clones, ou colhones como eu lhes chamo.

Little Miss Sunshine disse...

O meu marido é o do meio, beto discreto. Mas temos alguns amigos desses ''do Ribatejo''. O pior é quando vês a descendência masculina, com quatro anos ou cinco, já com as melenas enormes e com o fiozinho apertado ao pescoço com uma cruz - de fugir a sete pés! Dá cá uma vontade de rir. Ou de chorar: Não terão medo que as crinaças se auto-estrangulem??

amelia disse...

E as calças vermelhas?hã?!! Que raio de moda é aquela?!! Como é que eles pensam que ficam bem com aquilo??! Deus me livre e guarde...

Anônimo disse...

realmente os de lisboa devem ser os mais parolos de todos..!!

Marucuntuzy disse...

Realmente é uma pena que os betos-surfistas não devam muito à inteligência porque realmente há com cada um que... God! ;)

Juanna disse...

Ahhhh eu peço desculpa mas vou usar um paragrafo no meu facebook...a ver se alguns parolos se reconhecem lollol