segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Das situações que não podemos deixar passar sem divulgar

Adriana Lima

No mês de Maio (vejam bem, onde é que Maio já vai? Passaram-se "só" três meses.) enviei por correio projectos de investigação que, para além de me terem custado muito dinheiro a desenvolver e imprimir (etc), custaram meses do meu tempo pessoal. 

Na estação de Correios, garantiram-me, entre um sorriso, que como eu estava a pagar pelo serviço Azul Prime, que a minha encomenda chegaria ao destino em três dias úteis e que não valia a pena estar a pagar por Correio Registado, porque aquele serviço garantia toda a segurança, uma vez que eu podia seguir a minha encomenda via internet - pelo que, assim sendo, a minha encomenda teria chegado, imagine-se, ainda no fim de Maio. Mas qual quê? Estamos em Setembro, a meio de Setembro, e, pasmem-se, ainda não chegou e pelo andar da carruagem, nunca mais chegará. 

Querem saber como foi para aproveitarem para um guião de filme? (já que uma situação destas só faria sentido mesmo em filme) Então vou contar-vos: 

Quando me apercebi de que a minha encomenda não chegou, fui aos Correios. Disseram-me para esperar. Junho chegou e conforme Junho avançava, fiz uma reclamação que, segundo funcionários dos Correios, demorava uma semana a responder. Julho chegou e resposta? Nem vê-la. Quase no fim de Julho chegou a resposta que traduzida por miúdos era mais ou menos a dizerem-me que fosse levantar um vale de indemnização de 34.02€ (pelos danos causados) nos Correios. Sobre o que iam fazer para localizar os meus projectos ou como iam proceder ali, não escreveram absolutamente nada.  

Uma vez que os custos daqueles projectos eram cinquenta vezes superiores (e isto é um eufemismo, porque foram bem mais) a esse valor, não o fui levantar, por ser inconcebível apresentarem-me 34.02€. Atentem nos dois cêntimos. Parecendo que não, ajudam. Podem fazer a diferença e ajudar-nos, por exemplo, a comprar carne ou peixe. Not. 

Fiz uma nova reclamação a explicar ao pormenor porque é que os meus projectos tinham de ser encontrados (estavam perdidos, claro) e porque é que a indemnização que me davam eram simplesmente inacreditável. Responderam-me que eu não tinha mais direitos nenhuns e que como não enviei a encomenda em correio registado, que ficasse com os 34.02€ e pronto.

Como podem ver, os Correios Portugueses, que nos representam no estrangeiro e não só, em vez de agirem eficazmente e responsavelmente, simplesmente lavam as mãos do que quer que diga respeito aos clientes e dão-nos, num acto de caridade, trinta e quatro euros e dois cêntimos. Se por causa do mau serviço deles perdemos um sem fim de dinheiro, meses de trabalho, a oportunidade de vermos o nosso trabalho reconhecido publicamente ou acabamos com o coração em farrapos, isso são coisas que parecem passar completamente ao lado (muito ao lado, do tipo, a quilómetros de distância) desta entidade que se chama Correios Nacionais, vulgo, CTT.

 Está na altura, se calhar, de se começar a criar outra entidade que faça serviço de correios, já que a existente parece não estar a levar a sério o trabalho e os serviços que presta.


Parece inacreditável. Tudo isto se passou com a minha querida e tão especial amiga  Miss Daisy, e, por isso, foi vivenciado de perto por mim. E o pior é que os documentos andam perdidos. Não me admira que um dia ela veja os seus projetos, o seu esforço, a sua dedicação, num qualquer sítio, assinado por outra pessoa.

15 comentários:

*Sininho* disse...

É uma vergonha! E o pior é mesmo o que ela diz: a passividade e o empurrar de responsabilidades destas entidades! Não se preocupam minimamente com os utentes!

Boa Sorte!

Isa Maria disse...

Lamentável. E realmente espera-se que não haja nenhum oportunista e use o trbalho para seu bem.
Jinhos.

Fiona disse...

Bolas, que situação... Já não basta a impossibilidade de ver reconhecido o trabalho após tanto esforço para depois ainda não haver responsabilização da parte de quem se tinha comprometido a fazer o envio de tudo. Inconcebível mas parece que é o serviço que temos...

Panda disse...

Realmente é inacreditável. Não imagino como ela se deve sentir :S

António disse...

Bem vinda a Portugal! =|

ana disse...

o pior é que duvido mesmo que o caso se resolva... vão passar o assunto de mão em mão até ela se cansar. é uma tristeza!

Isa disse...

Isso é que é eficiência (not)! E acontece sempre com às coisas importantes! É bom saber... Espero que encontrem às coisas...

coffee breaker disse...

o recusar a responsabilidade é que é o mais incrível de tudo. Enfim, é triste admitir, mas é mesmo Portugal.

Vespinha disse...

Pelo que já percebi, os assuntos nos CTT ficam sempre em águas de bacalhau...

Há tempos fiz uma queixa ao Provedor dos CTT acerca de um dos motoristas da empresa (caso ainda não tenham reparado, não há uma carrinha dos CTT que não esteja constantemente a fazer manobras perigosas, deve ser para entregarem as encomendas a tempo...). Pôs a minha vida em risco... Ainda recebi uma primeira resposta, que iam apurar responsabilidades, etc., etc., até hoje nada. Estão a precisar de concorrência.

Joy disse...

Sim, aconteceu-me exactamente o mesmo... Depois vai chegar ao ponto em que já nem te respondem mais, está para aqui esta louca a falar sozinha e nós que fiquemos aqui sem fazer mesmo nada, agora entregar o correio a tempo e horas era o que faltava....

Destination disse...

Mas não ficou com cópias, backup do que enviou??

Green disse...

Pois, quando fazem asneira quem se lixa somos sempre nós, mas isso é em tudo. É uma tristeza de país.

Ana disse...

Mas ela tem cópias, nackup, o trabalho todo com ela, certo? Não voltou a imprimir a mendar, por outra via, pelo menos para não perder a oportunidade/prazos/whatever? Deixou-se ficar à espera que encontrassem os projectos?

Eu acho muito bem que ela reclame, que, se puder, que leve o processo até às últimas consequências porque isso é simplesmente gozar com as pessoas.

Teresa disse...

cretinos!

Jo disse...

Também já me aconteceu uma situação parecida. No caso, era eu que estava à espera de uma encomenda. Não era um trabalho, não era uma investigação, mas era uma encomenda, era uma coisa para mim, que me foi enviada. E os CTT perderam-na. Assim, sem mais nem menos. Não sabiam do paradeiro dela, nunca a encontraram (e tiveram a lata de dizer que a tinham vindo entregar mas que ninguém abriu a porta... mentira, porque estava cá gente à hora indicada, só mais uma prova da falta de respeito e de honestidade desta entidade).