quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Sem comentários
Anne Hathaway
Há alturas em que eu percebo perfeitamente aquelas pessoas que optam por não ter comentários no seu blogue. Dantes achava uma atitude um bocadinho snob. Agora compreendo-a. É que não há pachorra. Mesmo. Uma pessoa escreve uma coisa e percebem outra. Por vezes comentam só para dizer disparates, nem lêem os posts completos. Outras vezes chamam nomes, só porque não concordam com o que nós escrevemos. Levam tudo à letra.
Uma pessoa critica as Floribelas da vida e anda um mês a receber comentários insultuosos. Escreve sobre homens, e andam dias e dias a dizer que eu tenho é falta deles (antes fosse, tinha a vida mais facilitada). Fica-se contente porque há uma colega nova no trabalho que por acaso é solteira e não tem filhos, sou logo rotulada de insensível que odeia todas as mulheres casadas e com filhos. Escrevo um post sobre o José Sócrates, e já sou uma parva porque vou votar nele. Se escrevo sobre a Manuela Ferreira Leite, também vou votar nela.
Até parece que o que eu escrevo é lei universal. Oh meu amores, é a minha opinião. Para que a levam tanto a sério? Para que se picam tanto com ela? Pela vossa rica saúde, tenham dó de mim. Isto é um blogue. Não é um tratado. É meu. Sou eu que escrevo nele aquilo que me apetece. Ninguém me paga para isto. Não vos devo nada. É assim tão difícil perceber isso? Vão mazé fazer qualquer coisa de útil à sociedade. Sei lá, como por exemplo, trabalhar.
No entanto, continuo a achar que um blogue se torna muito mais rico com as opiniões dos outros, ainda que discordem do ponto de vista do seu autor. Sim, felizmente, ainda há muitos comentários interessantes, de pessoas igualmente interessantes (não é a esses que o post é dirigido, como é natural). E é isso que me faz continuar a ter uma caixa de comentários aberta. Só isso.
E, lamento, a censura continuará a ser exercida sem dó nem piedade. Sou ditadora? Sim, com certas pessoinhas tenho mesmo de ser.