segunda-feira, 30 de abril de 2012

Da vida

Quem consegue ficar indiferente à crónica de ontem do Miguel Esteves Cardoso? Eu acho que ninguém. Sente-se a sua impotência, o seu desespero, por poder vir a perder o seu Amor e não poder fazer nada. Infelizmente conheço esse sentimento. E se há amores em que eu acredito, o do Miguel Esteves Cardoso e da sua Maria João é um deles. A verdade é que o cancro está a alastrar de uma forma assustadora. E o que dizer do cancro? Estou praticamente rodeada de pessoas que têm ou já tiveram cancro, eu incluída. Umas estão cá, outras partiram. Perdi em janeiro uma amiga. Perdi há um ano o meu irmão mais velho. A minha mãe anda neste momento em tratamentos. E podia continuar por aí fora, porque os casos não terminam aqui. Não acredito em curas. Mas acredito em tratamentos. Sei que se pode viver muitos anos sem ele, mas também sei que em qualquer altura ele pode reaparecer. Sei também que se pode ser muito feliz depois do cancro. Ainda mais feliz do que se era antes. E acredito em milagres. Acredito mesmo. Na minha vida eles já aconteceram. E é por isso que vou torcer pela Maria João e por aquele Amor tão bonito.

20 comentários:

Blog da Maggie disse...

é um grande Amor, mesmo!

Maggie

Sissy disse...

Encontrei a crónica. Só espero que com a ajuda de todos que seja possível ela superar! Porque sem dúvida estou a torcer por aquele Amor que pelas suas palavras é lindo!

Beijooo****

carolaine disse...

merda de doença que leva sempre os melhores...

Unknown disse...

Não consegui ficar indiferente ontem quando li a crónica do Miguel Esteves Cardoso... também não fico indiferente ao ler as tuas palavras...a minha mãe também ultrapassou agora um cancro, são coisas destas na vida que ensinam realmente a viver, de um outro modo.
Vou torcer pela Maria João
e pela tua mãe também =)

given disse...

Atravesso a fase mais difícil da minha vida. Em Novembro de 2011, o meu mundo desabou quando soube que a minha tinha um glioblastoma, grau IV, na área motora do cérebro.
Deram um prazo de validade à minha mãe. Tão curto. Recheado de impotência na realização de tanto que ainda há para fazer. O tapete que fomos bordando cheio de cores vivas ao longo de 28 anos foi-nos tirado sem pré-aviso, e estatelámo-nos no chão. A mulher, A mulher, esta mulher que me deu vida apenas tropeçou e ajudou a levantar-nos, um por um.
Passaram 6 meses. 6 meses de luta, de sofrimento, tratamentos, debilidade, recuperação, convulsões, fisioterapia, choro, raiva, revolta. Mas 6 meses em que reaprendemos a viver. 6 meses de re-definição de prioridades. 6 meses mais intensos que uma vida inteira, 6 meses em que aprendemos a viver com esse bicho que "só aparece aos outros".
No próximo sábado dou o meu "sim" à minha cara metade.
E mais que tropeçar na igreja, faltar comida ou chover torrencialmente, tenho medo do estado em que ela vai estar. Mas depois... olho para ela e, na sua debilidade, vejo a imensidão da sua força e da fé que tem de que Ele nos vai ajudar, em tudo.

E assim, é impossível acreditar que metade do prazo já passou.

Acompanho o teu blog há muito tempo, hoje fui impelida a partilhar. Obrigada.

B. disse...

Infelizmente também conheço a sensação. Por isso torço também pela Maria João e a si, Kitty, desejo-lhe muita força, muita coragem e muita saúde.

margarida disse...

Sim, pode-se ser feliz depois do cancro. Sim, felizmente há tratamentos que infelizmente nem sempre resultam.
Um beijinho para ti, Kitty Fane, e um abraço apertado. Por tudo.

Maria Pitufa disse...

Aquela crónica deixa qualquer um de lágrimas nos olhos! Mas o teu relato acho que nem um bloco de granito ficava insensível! Tenho que confessar que fiquei emocionada.

Anônimo disse...

Não li a crónica de ontem ,mas li a crónica de alguns meses atrás, quando a Maria João foi internada. O Miguel Esteves Cardoso dizia que ía ficar no hospital, à beira dela, até o expulsarem.

Devaneios.de.mestra disse...

E nós achamos sempre que só acontece aos outros, ainda à pouco tempo descobri um nódulo no peito e andei tão aflita, nem imagino o que se sofre quando se tem cancro. Mas tenho a certeza que o amor é o mais importante nestes momentos...

Anônimo disse...

Em relação à morte em geral "aprendi" a fazer o seguinte raciocínio: daqui a 100 anos estamos todos mortos ( esta geração viva ) por isso que se f***.
É um meio de "fuga" meu talvez, mas já perdi grandes pessoas que amava o pai, a avó, um exnamorado etc.
Se calhar é mais fácil se pensarmos todos assim. Todos um dia iremos morrer.

Raquel A. disse...

Ontem li o texto que ele escreveu e até partilhei no facebook porque achei tão bonito (pelo amor que demonstra) e tão triste ao mesmo tempo.Enfim...

**

Susana Canhola disse...

Também li e realmente as suas palavras são muito comoventes- Maldita doença, é o que é. E como dizes, vamos torcer pela Maria João, com todas as nossas forças.

Maria_S disse...

Given, a minha mãe morreu há 20 anos exactamente com isso: glioblastoma grau IV. Fogo nunca pensei ler isto outra vez. Deram-lhe 6 meses de vida e ela durou quase 2 anos, mas os últimos meses foram muito complicados. Ainda consegui casar, com ela relativamente bem. Muitos beijinhos e muita força para todos que tenham alguém nestas condições.

Ana Pinto disse...

Malvada doença :(

Clementine Tangerina disse...

li a cronica do miguel e tambem me arrepiei com um amor tao bonito! que a maria joao consiga enganar essa maldita doença que atormenta a vida de tantas pessoas.

Belicious disse...

Fico sem palavras...

Jiggly disse...

Eu fiquei com o coração tão apertadinho :( Maldita doença...
Mas a crónica mostrou um amor tão lindo e inabalável :)

Devaneios disse...

Vivo neste momento com medo do resultado das análises da minha mãe...tenho mt medo da palavra cancro e de a perder...beijinhho gosto imenso de si

Silvina disse...

Gosto muito que acredites em milagres, e que eles existam de vez em quando. Um abracinho para a tua mãe, e estou contigo na revolta e na luta contra o cancro.
E também à espera de um milagre! :)
Um beijinho*